Cerca de 5000 apoiantes AfD (na sigla em alemão) marcharam pelas ruas de Berlim para defender um país onde não cabem refugiados e muçulmanos, um país «sem o caos que a Merkel criou» com a política de fronteiras abertas.
A questão dos refugiados tem sido um tema quente na política alemã nos últimos anos, na sequência da guerra de agressão à Síria e das operações de desestabilização provocadas pela NATO e pelas potências ocidentais no Médio Oriente e em África.
Nas eleições gerais de Setembro, os partidos do anterior governo foram fortemente penalizados. O AfD entrou no Parlamento federal com 92 deputados, sendo o terceiro maior partido no Bundestag e o maior grupo da oposição.
«Prendam a Merkel», lia-se nalguns dos cartazes da marcha, onde dominavam as cores nacionais da Alemanha. Também se podia ler que o «Islão não faz parte da Alemanha» – uma mensagem que o AfD divulga com insistência.
13 contra-manifestações
Em resposta, foram convocadas 13 contra-manifestações, revela a Reuters, que terão reunido entre 20 e 25 mil pessoas. Os organizadores, em que se incluem partidos, sindicatos, organizações de estudantes e de defesa dos imigrantes, falam em 70 mil.
Nestas foi possível ouvir palavras de ordem como «Solidariedade em vez de racismo» e «Toda a Berlim é contra a AfD», e ver faixas em que estavam estampadas mensagens contra o racismo, a xenofobia e em que se aludia à natureza fascista da AfD: «Nunca mais» e «Vão-se embora, nazis».
Nas mobilizações de carácter antifascista também se integrou o mundo da música techno, com a participação de mais de cem clubes, que tocaram a música bem alto nos altifalantes, para «abafar» os discursos dos dirigentes do partido de extrema-direita junto à Porta de Brandenburgo, refere a PressTV.
Um forte contingente policial e inúmeras barreiras mantiveram os manifestantes separados. Registaram-se alguns incidentes mas sem gravidade.
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