trabalho

Em 2014, o governo PSD/CDS alterou o artigo 41º do DL 503/99 impedindo os trabalhadores da Administração Pública de receberem indemnizações e pensões por incapacidade permanente, por doença profissional e também por acidente de trabalho.

Se a semana de quatro dias é tão boa, porque é que as trabalhadoras do sector das limpezas industriais celebraram a sua derrota em tribunal há oito anos?

Tal como não é capitalista quem quer, também não deixa de ser proletário quem assim o deseja.

São os estados nacionais que se perfilam como as únicas entidades que podem organizar o processo de recuperação da economia, porque ninguém acredita na acção espontânea dos mecanismos de mercado.

Uma ideologia que não se traduza na luta de classes está condenada ao apaziguamento da exploração capitalista, contribuindo objectivamente para a sua continuidade. É uma esquerda em confinamento.

Os dias que vivemos oscilam entre duas ideias: a primeira é que «vai ficar tudo bem» e «em breve vamos voltar ao normal»; a segunda, no completo antípoda da anterior, é que «nada será como dantes».

Se houvesse coerência, não poderia haver objecções à fixação do Salário Mínimo Nacional nos 1137 euros em 2020, valor que resulta da aplicação da evolução dos preços e da produtividade ao ano de 1974.

Nunca é demais lembrar a Constituição de Abril e que só com a luta de todos será possível continuar a proteger uma das maiores heranças recebidas da revolução iniciada a 25 de Abril de 1974.

Há muitos interesses em jogo, alguns bem endinheirados, aos quais interessa o desprestígio das unidades mais capacitadas do SNS, visando a transferência de actos clínicos do público para o privado.

Sempre que há uma perspectiva de aumento dos salários, nomeadamente do SMN, lá vem o coro dos que vivem à custa da exploração do trabalho e não olham a meios para intensificar a acumulação de capital.

Não há trabalhadores que, perdendo o seu salário, se sintam felizes terem de recorrer à greve; as lutas sociais são inerentes ao capitalismo, ao antagonismo de interesses entre capital e trabalho.

Dia de luta e dia de festa, sem fronteiras. A música? De qualquer género. Se não conhecia, leitor, prepare-se: de «Aint that a Bitch» a «Give More Power To the People», é para dançar de punho erguido.