Galp Energia

Por «uma justa distribuição da riqueza criada» (mais de mil milhões de euros em lucros só em 2023), os trabalhadores do grupo Galp vão realizar um protesto no dia 15 de Março, às 11h, em frente à sede da empresa.

«Muita força para pouco dinheiro». Os trabalhadores da Galp garantiram um dos melhores anos de sempre na empresa, mas nem por isso os lucros deixaram de ir, por inteiro, para os bolsos dos patrões.

Os cerca de dois mil milhões de euros de lucros das 12 empresas do PSI20 que anunciaram os resultados do primeiro semestre correspondem a um aumento superior a 60% em relação a igual período de 2021.

Em dia de aumento de 14 cêntimos na gasolina e 12 cêntimos no gasóleo, o AbrilAbril recupera um artigo do mês passado, sobre os lucros de centenas de milhões de euros das empresas petrolíferas. Não obstante, PS, PSD, IL e Chega chumbaram as propostas de controlo e fixação dos preços dos combustíveis apresentadas a 25 de Maio, dando largas à continuada especulação dos preços.

Face à subida dos preços, onde agora entra o argumento das sanções à Rússia, Bruxelas deu luz verde a apoios estatais dirigidos a empresas e indústrias com uso intensivo de energia. 

A medida podia servir para atenuar a subida do preço da electricidade, anunciada para o mês de Abril. Portugal é dos países da União Europeia com a maior taxa de IVA na luz. 

A Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano (CCULA) defende que só com a «integração das empresas Galp Energia e EDP no sector empresarial do Estado» se poderá reduzir os preços da energia.

Com lucros de 457 milhões de euros em 2021, a Galp informou os clientes domésticos que vai proceder a aumentos mensais em 15 Abril, de até 3 euros no gás natural, e entre 1 e 2 euros na electricidade. 

A Fiequimetal denuncia que o protocolo assinado entre a Galp, a Câmara de Matosinhos e a CCDR-Norte para os terrenos da refinaria de Leça da Palmeira representou uma «mega-sessão de ilusionismo climático». 

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) decidiu multar a empresa depois de 125 contra-ordenações relacionadas com interrupções do fornecimento, problemas com a facturação e contratos.

Nesta acção nacional, que terá lugar em Lisboa, vão participar trabalhadores das duas refinarias (Porto e Sines) e dos serviços centrais.

Todos os anos, as dificuldades económicas impedem muitas famílias de manter as casas aquecidas. Esta realidade está em confronto com os grandes lucros das empresas fornecedoras de energia.

O caderno reivindicativo foi entregue a 14 de Julho mas, cerca de um mês e meio depois, a empresa ainda o mantém em análise. Sindicatos pedem aos trabalhadores para se manterem mobilizados e atentos.

A Comissão Central de Trabalhadores reivindica o controlo público da Galp para que não fique «à mercê de arranjos accionistas» ou «jogos de interesses de estados estrangeiros». 

As fornecedoras de gás avançam com acções judiciais para tentar impedir as tarifas definidas pela ERSE, o que poderá implicar, se vencerem, 179 milhões de custos sobre os consumidores.