Rede Eléctrica Nacional (REN)

Bastou a Fiequimetal/CGTP agendar um plenário para o dia 19, onde «iam ser discutidas possíveis formas de luta», para a administração da REN encontrar, de súbito, a disponibilidade para abrir negociações.

A administração do Grupo REN remeteu para Janeiro o início da negociação dos aumentos salariais dos trabalhadores, mas antecipou o pagamento aos accionistas de aproximadamente 43 milhões de euros.

A Fiequimetal apresentou à administração da REN uma proposta de aumento salarial imediato, para que os trabalhadores possam fazer frente ao «constante e incomportável» aumento do custo de vida.

A Fiequimetal não aceita que a administração da REN tenha dado por encerradas as negociações salariais e considera que a actualização aplicada por acto de gestão é «vergonhosa».

A empresa, que se propõe pagar aos seus accionistas mais dividendos do os que lucros obtidos no ano anterior, não pode continuar em silêncio sobre o aumento dos seus trabalhadores, afirma a Fiequimetal.

Com aumentos superiores para os salários mais baixos, passando para 950 euros a remuneração no momento de admissão, o acordo salarial alcançado no grupo REN veio provar que é possível valorizar salários.

A Fiequimetal reivindica que o salário de entrada na REN passe a ser de mil euros e que a tabela salarial dos quadros se inicie nos 1500 euros.

A empresa quer fazer recair sobre os trabalhadores as despesas com materiais de desinfecção e protecção. Entretanto, distribui pelos accionistas milhões de euros de dividendos.

As medidas sanitárias de contenção da Covid-19 «não servem de desculpa» para cancelar videoconferências e protelar negociações com os trabalhadores, afirma a Fiequimetal.

Unidade e organização foram decisivas para que a REN Atlântico, empresa que gere o terminal de gás natural em Sines, aceitasse as reivindicações dos trabalhadores.