Depois do «aproveitamento da pandemia» pelos grandes grupos económicos, que acumularam lucros colossais enquanto os trabalhadores foram atingidos nas suas condições de vida e também nos seus direitos, a CGTP-IN diz estar agora em curso um processo de aproveitamento da guerra e das sanções para a escalada do aumento de preços, degradando ainda mais o poder de compra dos salários e das pensões.
Num comunicado divulgado esta tarde, após reunião da Comissão Executiva onde foi aprovada a realização de concentrações, tribunas públicas e manifestações por todo o País, no dia 8 de Abril, a Intersindical afirma que a «complexa situação que vivemos, com uma guerra que a CGTP-IN condena, não pode servir de pretexto para continuar a adiar a resposta aos problemas dos trabalhadores». Tal como não pode, acrescenta, dar cobertura ao aumento da exploração e das desigualdades, através da tentativa de imposição de uma ainda maior fragilização das condições de trabalho, num cenário em que as multinacionais promovem a especulação e se preparam para concentrar lucros e dividendos cada vez maiores.
A escalada nos preços dos bens e serviços leva a Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI) a exigir um aumento mínimo de 20 euros para todas as pensões, retroactivo a Janeiro. A reivindicação foi actualizada numa reunião da Assembleia Geral do Murpi, na passada quinta-feira, e vai integrar as exigências do caderno reivindicativo para 2022. O MURPI recorda num comunicado que a actualização das pensões registada no início do ano – entre 1% e 0,24% – «teve na base uma taxa de inflação, sem habitação de 0,99% (verificada em 30 de Novembro), quando em Fevereiro deste ano a taxa de inflação sem habitação atingiu os 4,28%». Neste sentido, os reformados e pensionistas defendem que à actualização de Janeiro deve acrescer um aumento de 4% «e de pelo menos 20 euros em todas as pensões», valor pago retroactivamente a Janeiro de 2022. Esta proposta, bem como as que constam do caderno reivindicativo, será enviada ao Executivo e aos grupos parlamentares pelo MURPI, que simultaneamente lança uma acção de esclarecimento dos reformados, pensionistas e idosos, «apelando à sua luta para travar o aumento do custo de vida e exigir o aumento das pensões», e reclamar ao Governo que dê resposta aos seus problemas e direitos. Estas acções inserem-se na preparação do 10.º Congresso, marcado para 14 de Junho, sob o lema «MURPI força de Abril: Agir em defesa dos direitos dos reformados, Consolidar o movimento associativo». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Nacional|
MURPI reivindica aumento mínimo de 20 euros nas pensões
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«Isso já se vê com a especulação dos preços da energia, com as empresas petrolíferas que compraram o combustível a preços de há meses, a vendê-lo hoje a preços muito mais elevados, como os trabalhadores estão a sentir, mas também o alastramento desta tendência a outros bens e serviços, nomeadamente na alimentação, energia, vestuário ou, entre outros, na habitação», alerta a central sindical liderada por Isabel Camarinha.
Para a CGTP-IN, que recusa «mais um ataque» às retribuições dos trabalhadores, num ano em que todas as previsões apontam para o crescimento da economia, o aumento geral dos vencimentos e das pensões é condição «fundamental» para responder ao aumento dos preços de bens e serviços essenciais.
Neste sentido, recupera a reivindicação da subida dos salários em 90 euros para todos os trabalhadores, mas também a valorização das carreiras e profissões e a melhoria das condições de trabalho, seja com a redução do tempo de trabalho sem perda de retribuição, seja na efectiva regulação dos horários, a par da revogação da caducidade da contratação colectiva.
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