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OGMA: trabalhadores sob pressão

O Estado detém cerca de um terço da OGMA, que foi uma empresa pública até Paulo Portas, ministro da Defesa Nacional de um dos governos PSD/CDS, ter «entregado» dois terços do capital à EMBRAER.

Instalações da OGMA, em Alverca
Créditos / Jornal dos Clássicos

O Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa (STEFFAs/CGTP-IN) alerta, em comunicado, para o facto de a administração da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal SA, ter começado «a solicitar a vários trabalhadores a utilização de férias e descansos compensatórios», num quadro em que muitos trabalhadores já utilizaram «dias de férias e descansos compensatórios que possuíam para fazer face a necessidades de acompanhamento familiar durante este contexto, pelo que a continuação desta prática não é sequer solução viável».

Na perspectiva de, «a muito curto prazo», a OGMA «reunir as condições necessárias para poder recorrer ao mecanismo de lay-off simplificado», solicitou a intervenção do ministro da Defesa Nacional, para que o Estado garanta «a colocação, em articulação com a administração da empresa, de todos os trabalhadores não imprescindíveis em situação de licença remunerada a 100%, assegurando a manutenção de todos os postos de trabalho».

Recorde-se que o Estado detém cerca de um terço da OGMA, que foi uma empresa pública até Paulo Portas, ministro da Defesa Nacional de um dos governos PSD/CDS, ter «entregado» dois terços do capital à EMBRAER, um grupo aeronáutico brasileiro.

A EMBRAER tem acordo com o Governo português para o fornecimento de aviões KC-390 à Força Aérea Portuguesa, em substituição dos actuais aviões C-130, um negócio superior a 800 milhões euros e que consta da Lei de Programação Militar aprovada na Assembleia da República.

Entretanto, a EMBRAER, que viu as suas receitas aumentarem em 2019, relativamente ao ano anterior, mantém adiantadas negociações para vender cerca de 80% da empresa à norte-americana Boeing, desconhecendo-se o impacto que este eventual negócio possa vir a ter na OGMA.

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