Depois da grande adesão à greve de 20 de Julho, no centro de produção de Mangualde, no distrito de Viseu, a comissão sindical e a comissão de trabalhadores acusam a administração de «arrogância» e de «intransigência», e criticam a recusa em discutir o caderno reivindicativo apresentado em Janeiro de 2019.
A atitude, esclarece um comunicado enviado pelo dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro Norte (SITE-Centro Norte/CGTP-IN), Telmo Reis, e outros membros da comissão de trabalhadores, «obriga a manter o pré-aviso de greve à "bolsa de horas" e ao trabalho extraordinário, já para o próximo sábado».
Entre os principais objectivos está o fim da «bolsa de horas», a manutenção dos dois dias de descanso consecutivo e a não realização de mais de oito horas diárias de trabalho, a que se junta o fim da «perseguição, chantagem, pressão e repressão sobre os trabalhadores».
Sublinham que os trabalhadores estão confrontados com «ritmos desumanos de trabalho» e condições de higiene e segurança «deploráveis», com o prolongamento excessivo do horário de trabalho sem remuneração. A estas denúncias acresce o «congelamento dos salários há seis anos», apesar de, no mesmo período de tempo, os lucros da empresa não terem parado de aumentar, «assim como os prémios pecuniários aos administradores».
Ambas as comissões acreditam que o comportamento seguido pela administração, além de provocar a «deterioração das condições sociais dos trabalhadores», tem «consequências nefastas na qualidade da produção», pondo em causa o futuro do centro de produção de Mangualde.
Paralelamente à greve, as estruturas representativas dos trabalhadores informam que já reuniram com a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), seguindo-se o pedido de reuniões aos cabeças de lista dos principais partidos pelo círculo de Viseu às eleições de legislativas de 6 de Outubro.
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