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Gilberto Gil é eleito para a Academia Brasileira de Letras

O cantor brasileiro vai assumir a cadeira 20, anteriormente ocupada pelo jornalista Murilo Melo Filho, tornando-se um «imortal» da Academia Brasileira de Letras.

Gilberto Gil no 52.º Festival de Jazz de Montreux 
CréditosValentin Flauraud / EPA

«Gilberto Gil traduz o diálogo entre a cultura erudita e a cultura popular. Poeta de um Brasil profundo e cosmopolita. Atento a todos os apelos e demandas de nosso povo. Nós o recebemos com afecto e alegria», afirmou, em comunicado, o poeta e ensaísta Marco Lucchesi, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL).

«As suas canções desde cedo retratavam o seu país, e a sua musicalidade tomou formas rítmicas e melódicas muito pessoais. Seu primeiro disco, concentrava a sua forma particular de musicar elementos regionais».

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Seguidores de Bolsonaro publicam lista de inimigos

Ainda não queimam livros, mas já produzem e divulgam nas redes sociais listas de inimigos que pretendem boicotar. É um começo.

Apoiantes de Jair Bolsonaro festejam a vitória do candidato da extrema-direita, em frente ao condomínio deste, 28 de Outubro de 2018, Rio de Janeiro, Brasil.
CréditosFonte: Exame/Brasil (Ueslei Marcelino/Reuters)

Seguidores do presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, publicaram em redes sociais uma lista com mais de 700 «inimigos» do ex-capitão do Exército e saudosista da ditadura militar que assolou o Brasil, para os quais pedem um boicote.

O apelo foi feito por intermédio da aplicação What’s App (a qual já tem o triste cadastro de ter servido para a produção e divulgação de notícias falsas promovidas pela candidatura e pelos apoiantes de Bolsonaro) e os visados são personalidades do mundo do cinema, jornalistas, escritores e artistas que apelaram ao voto contra o candidato da extrema-direita, na recente campanha presidencial.

Os escolhidos, segundo a cadeia TVSur, foram assinantes do manifesto «Democracia Sim» que, há beira das urnas e face à perspectiva de vitória de Jair Bolsonaro, alertavam para o risco que corria a democracia brasileira e convidaram os eleitores a unirem esforços em defesa da liberdade e da democracia.

Entre os «inimigos comunistas» – como são designados no jargão dos apoiantes do novo presidente, contam-se as actrizes Patrícia Pitanga e Patrícia Pillar, o jornalista Fernando Morais e os cantores Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil – estes foram perseguidos pela ditadura militar que o ex-capitão do exército tanto admira.

 

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Gil, que terminou no domingo a digressão europeia que passou por cinco cidades portuguesas (com a participação da cantora Adriana Calcanhotto), lançou o seu primeiro disco em 1967, dois anos antes de ser forçado ao exílio político. Gilberto Gil acabou por cumprir um mandato de cinco anos (2003-2008) como Ministro da Cultura do Brasil, nos governos de Lula da Silva.

A ABL é constituída por 40 membros, efectivos, sendo atríbuida uma cadeira a cada um, intransmissível, que devem ocupar até à sua morte. Os elementos que fazem parte da academia são chamados «imortais», ficando o seu nome perpetuamente ligado à cadeira que ocuparam.

A cadeira é declarada vaga numa sessão denominada «Saudade», após a morte do seu ocupante. Os candidatos são, depois, alvo de um votação por parte dos membros da ABL, para determinar o novo ocupante. A actriz Fernanda Montenegro foi também eleita na semana passada, para a cadeira 17.

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