Além da reposição, a partir de dia 20, na sala principal daquele teatro da versão de Luis Vélez de Guevara (1579-1644) da tragédia de Pedro e Inês de Castro, o director da Companhia de Teatro de Almada (CTA), residente e responsável pelo espaço, destaca as duas criações da companhia que abordam «o teatro em si mesmo», como escreveu Rodrigo Francisco no programa de apresentação.
Music-hall, com que a CTA aborda, pela primeira vez, o actor, encenador e dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce (1957-1995), numa encenação de Rogério de Carvalho, é a primeira criação do ano da companhia, a estrear-se em 14 de Abril, na sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite.
Nesta peça, que está publicada na colecção Livrinhos de Teatro dos Artistas Unidos, e que em Almada será representada a partir da tradução de Alexandra Moreira da Silva, «uma tríade decadente de actores itinerantes revela as peripécias dos artistas que actuavam outrora onde quer que fosse e em quaisquer condições, movidos apenas pelo arrebatamento de estar em cena», refere-se no texto da programação, acrescentando que a companhia levará o espectáculo em digressão a mais seis cidades portuguesas.
Calvário, um texto e encenação de Rodrigo Francisco criado com A Companhia de Teatro do Algarve, a estrear em 29 de Setembro, também na sala Experimental, é a outra criação destacada pelo director artístico da CTA.
A 20 de Outubro, na sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, estrear-se-á Schweik na Segunda Guerra Mundial, uma criação com que a companhia anfitriã volta ao dramaturgo alemão Brecht (1898-1956), numa encenação de Nuno Carinhas, com direcção musical de Jeff Cohen.
Escrita pelo dramaturgo alemão, em 1943, quando se encontrava exilado nos EUA, Schweik na Segunda Guerra Mundial inspirou-se na que foi considerada a obra-prima satírica do romancista checo Jaroslav Hasek (1883-1923), O bom soldado Schweik, cujo herói se tornou num símbolo absurdo da guerra.
Picasso agarrado pelo rabo, uma criação do artista plástico Pedro Proença e de Teresa Gafeira, a estrear em Dezembro, que conclui uma série de 13 peças para a infância apresentadas ao longo de 2023, é outro dos destaques do ano.
Molly Sweeney, Humidade, Fazer – um alfabeto de aniversários, A judia, Rinoceronte, Lar doce lar, Police Machine, La vida es sueño, Um rufia nas escadas e O misantropo são as outras propostas de teatro no Joaquim Benite.
Em 2023, numa programação que o director da companhia intitulou de «Caminhar de perto», a CTA irá também receber iniciativas promovidas pela Casa da Dança e pelo Festival de Música dos Capuchos.
Da programação de 2023 constam ainda sete espectáculos de dança e 14 de música, entre os quais um concerto com a Orquestra Jazz de Matosinhos.
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