O repertório inclui o Bolero, de Maurice Ravel, peças de Bernardo Sassetti, de Johann Sebastian Bach, Claude Debussy e canções de José Afonso, José Mário Branco, Fausto e Sérgio Godinho.
O alinhamento conta ainda com a peça Out of Order, de Luís Tinoco, que estrearam no concerto no Coliseu do Porto, no final de novembro.
O concerto no Coliseu dos Recreios fecha a digressão dos dois pianistas iniciada em 19 de Abril, em Águeda, e que passou por Vila Nova de Famalicão, Coimbra e Vila Nova de Cerveira, entre outras cidades.
«Não dava para não comemorar os 50 anos do 25 de Abril [de 1974], nós e, felizmente muitos mais, achámos isso. Eu e o Pedro [Burmester] escolhemos [um] repertório de compositores completamente incontornáveis, e que gostamos muito, como o Zeca Afonso, o Fausto, o Sérgio Godinho e o José Mário Branco», disse Mário Laginha à Lusa, em Abril.
O pianista considera essencial celebrar a Revolução de Abril, à qual se deve uma vida de liberdade.
Laginha deu conta da emoção que foi reencontrar estes compositores, referindo-se a um«período de ouro e uma geração de ouro». «Todos eles eram incrivelmente inspirados, todos eles diferentes, também, mas é um prazer estar a trabalhar à volta desta música».
«Tenho a certeza de que a minha vida teria sido outra, para pior, sem o 25 de Abril, a liberdade é uma coisa maravilhosa e indispensável, e não concebo a vida de outra forma, toda a minha vida de adulto foi em democracia. Eu acho a democracia uma coisa maravilhosa e acho que temos uma dívida imensa para quem o fez e para quem tornou possível a democracia», disse o músico, que festejou 14 anos no dia em que a Revolução dos Cravos aconteceu.
Mário Laginha e Pedro Burmester, dois músicos vindos de universos musicais distintos, tocam juntos desde finais da década de 1980, tendo realizado, a partir de 2007, vários concertos com um terceiro pianista, Bernardo Sassetti (1970-2012).
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