Maria Adelaide Fernandes Guinot Moreno nasceu em Lisboa a 20 de Junho de 1945. Começou a estudar piano com apenas quatro anos e aos 20 entra no coro da Fundação Calouste Gulbenkian.
Em 1981, ficou em terceiro lugar no Festival RTP da Canção, com o tema Um Adeus, Um Recomeço. Poucos anos depois, em 1984, «foi protagonista de um Festival em que ganhou duas vezes: Com a canção Silêncio e tanta gente e com o seu gesto solidário para com os músicos em greve, acompanhando-se só ao piano». O reconhecimento de Júlio Isidro foi publicado esta tarde na sua página no Facebook.
Em jeito de homenagem, o profissional adianta que Maria Guinot «não cantava só por cantar e não vivia só por viver», tal como «não desperdiçava as palavras em ideias vazias ou versos de rima inútil».
Mas são palavras que faltam agora para descrever a mulher de causas, que escapou das malhas da fama. «Que dizer de alguém que escreve e canta uma Homenagem às mães da Praça de Maio, as mulheres que saíram à rua para exigirem saber dos filhos desaparecidos nos anos de terror da Argentina», indaga Júlio Isidro.
«Como aplaudir a canção Esta palavra mulher quando assumiu a crítica a bancos que excluíam mulheres, a também sua luta pela dignificação da cultura?», acrescenta.
Também o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) lamenta a perda desta «Mulher de Abril», que cantou e partilhou as lutas pela liberdade, pela paz e pelo direito de ser mulher.
Numa nota publicada este domingo, o MDM recorda a «mulher erudita e de grande sensibilidade», que escreveu poemas e cantou, só ou acompanhada, ao piano, «as muitas facetas das vidas das mulheres e das meninas de Portugal e até do seu bairro».
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