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Massacre de Inhaminga foi o pior dos pesadelos

O 25 de Abril de 1974 interrompeu em Moçambique o maior massacre de toda a Guerra Colonial portuguesa em África. Um processo punitivo das forças militares e da PIDE sobre as populações de Inhaminga.

Soldados do exército português durante a guerra colonial. Foto de arquivo
Créditos / Newsmuseum, Lisboa-Sintra

Passaram 46 anos, e esta pungente memória encontra-se descrita, ao pormenor, no livro Inhaminga - O último massacre, de Jorge Ribeiro.

«O costumeiro arrebanhar de força braçal para trabalho agrícola, utilizado como embuste; o desvario dos nossos colonos plasmado na sua organização civil armada, a OPVDCM, sob o absurdo lema "Prescindimos da Tropa!"; o desespero de uma PIDE feroz culpando continuamente o Exército pelo colapso iminente; e excessos, não poucos, pressentindo o fim. A intersecção de todas estas linhas de força produziu o terrível Massacre de Inhaminga», lê-se no preâmbulo deste livro publicado pelas Edições Afrontamento.

Dos capítulos que compõem Inhaminga - O último massacre – “O enquadramento da guerra”, “Os executores”, “O diário do massacre”, “O anjo da guarda das Forças Armadas» entre outros – , o capítulo “Trocar África pelo Vietname” estuda os jovens portugueses, sobretudo os de origem açoriana que, antes de serem recrutados em Portugal, fugiram para os Estados Unidos… e acabaram incorporados para o Vietname.

A Guerra Colonial portuguesa e a guerra americana no Vietname surgem ainda nesta obra através de um completo estudo comparativo entre os dois conflitos. Da lista de «responsáveis» nos governos de Lisboa destaca-se o economista Pinto Barbosa, ministro das Finanças (1955-1965) e governador do Banco de Portugal (1966-1974), que comentou depois de demitido: «A guerra nas colónias estimulou a economia, criou emprego. Nunca tivemos um período de crescimento como esse. A nossa regra de ouro foi cobrir as despesas com recurso aos impostos. E nunca com empréstimos».

Na Guerra Colonial morreram cerca de 11. 500 militares portugueses.

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