Que me quereis, perpétuas saudades?
Car j’imite...Toit le monde imite,
Tout le monde ne dit pas
Aragon
1. Soneto de Camões
Que me quereis, perpétuas saudades?
Com que esperança inda me enganais?
Que o tempo que se vai não torna mais,
E se torna, não tornam as idades.
Razão é já, ó anos, que vos vades,
Porque estes tão ligeiros que passais,
Nem todos pera um gosto são iguais,
Nem sempre são conformes as vontades.
Aquilo a que já quis é tão mudado,
Que quase é outra cousa, porque os dias
Têm o primeiro gosto já danado.
Esperanças de novas alegrias
Não mas deixa a Fortuna e o Tempo errado,
Que do contentamento são espias.
2. Imité de Camões / Aragon
Que cherchez-vous de moi perpétuels orages
De quels combats encore allez-vous me berner
Lorsque le temps s´enfuit pour ne plus retourner
Et s’il retournsit n’em reviendrait plus l’âge
Les ans accumulés disent bom voyage
Eux que légèrement nous passent sous le nez
A des désirs égaux inégalement nés
Quand le vouloir changeant n+em connaît plis l’usage
Ce que je chérissais jadis a tant changé
Qu’on dirai autre aimer e comme autre douloir
Mon goût d’alors perdu maudit le goût que jái
Ah quel espoir trompé d’une inutile gloire
Me laisserait le sort ni ce temps mensonger
Qui guerre mon regret comme um château de Loire
3. Imitado de Aragon / Carlos Oliveira
Que me quereis perpétuas miragens,
Com que sonhos me abismais?
O tempo é um rio que não pára mais
Nem se repetem visões das imagens
Como se diz adeus a quem morreu,
Dizem adeus os anos já passados
A desejos iguais, desigualados
Se a vontade mudando os esqueceu
Aquilo que queria mudou tanto
Que é outro amor; e meu prazer um dia
Maldiz o de hoje, ao novo desencanto
Cada enganosa esperança um meu desejo
Passa por ela o tempo e queda fria.
Como Almourol a ver passar o Tejo
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