A mobilização que as centrais sindicais integradas na Frente Brasil Popular levaram a cabo ontem, a dez dias da greve geral, juntou centenas no «Arraial de Lutas», em São Paulo. Por todo o país, as estruturas sindicais realizaram várias acções de contacto com trabalhadores, nomeadamente com os metalúrgicos de São Paulo, em terminais de transportes e outros locais das principais cidades.
«Vamos fazer o dia 30 de luta, de muita resistência», afirmou Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), na véspera do dia de mobilização nacional.
As acções decorreram no mesmo dia em que a Comissão de Assuntos Sociais do Senado brasileiro chumbou, por dez votos contra nove, um relatório sobre «reforma trabalhista» apresentada pelo governo de Michel Temer.
Apesar de não travar o processo legislativo, o resultado da votação representa um revés importante para o bloco de apoio ao presidente golpista, cada vez mais diminuído. Os líderes do PMDB e do PSDB (os partidos que colocaram e têm segurado Temer no poder) não contavam com a derrota do relatório da autoria de um deputado do PSDB.
A discussão do projecto vai continuar no Senado, no entanto, a votação de ontem está a ser destacada pelo movimento sindical. «Uma derrota do governo repercute para as próximas votações. Acho que é motivo de comemorar esse resultado e intensificar as mobilizações», afirmou Wagner Gomes, secretário-geral da CTB, em declarações ao Vermelho. «Uma derrota como essa traz consequências negativas para a base do governo e incendeia a mobilização em todo o pais contra essas reformas», acrescentou o dirigente sindical.
As dez principais centrais sindicais brasileiras agendaram para dia 30 de Junho uma nova greve geral. A última greve geral, a 28 de Abril, contou com a adesão de cerca de 40 milhões de trabalhadores.
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