No encontro, Haeberle, que este ano completa 83 anos, concordou com a exibição das suas fotos no Memorial de Son My, localizado no Centro do Vietname.
Segundo revela a Vietnam News Agency, ambas as partes debateram as legendas a colocar nas fotos que serão exibidas no local, tendo chegado a um acordo.
Para além disso, na ocasião, responsáveis políticos da província de Quang Ngai ofereceram um presente e uma carta de agradecimento a Haeberle, na qual reconhecem os seus contributos para a paz e contra a guerra, por via das fotografias que tirou.
Na terça-feira, revela a agência vietnamita, o fotógrafo norte-americano e amigos do país asiático regressaram a Son My, na comuna de Tịnh Khe (província de Quang Ngai), onde ele tirou 60 fotografias do assassinato em massa perpetrado pelas tropas dos EUA há 55 anos.
Massacre de Son My ou My Lai
O Massacre de Son My, também conhecido como Massacre de My Lai, foi perpetrado por tropas norte-americanas no dia 16 de Março de 1968, no âmbito da agressão que, directa e indirectamente, os EUA mantiveram contra o Vietname entre 1950 e 1975.
A matança iniciou-se pelas 5h30 e durou cerca de três a quatro horas, durante as quais os militares dispararam indiscriminadamente sobre a população, atiraram granadas para dentro das habitações, levaram a cabo fuzilamentos sumários e torturas, mataram com baionetas e violaram mulheres e raparigas.
«Muitos dos cadáveres tinham a identificação da "Companhia C" gravada com cortes no corpo», lembrou o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) ao assinalar os 50 anos de Son My.
O governo norte-americano tentou ocultar o massacre, em que foram assassinados 504 civis – incluindo 17 crianças e 182 mulheres – e este apenas foi conhecido em 1969, quando Ronald L. Haeberle, então fotógrafo do Exército, vendeu as fotografias do acontecimento a órgãos de comunicação social.
A divulgação das fotografias e o repúdio internacional que desencadearam, também nos EUA, contribuíram muito para a denúncia dos crimes perpetrados pelas tropas norte-americanas no Vietname, bem como para aumentar a exigência do fim da agressão.
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