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China insta novamente os EUA a travar o saque aos recursos da Síria

A China renovou, esta quarta-feira, o apelo aos EUA para que deixem de saquear os recursos nacionais da Síria e ponham fim à presença militar ilegal no país levantino.

Forças de ocupação norte-americanas na Síria Créditos / PressTV

As declarações foram proferidas ontem por Mao Ning, representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, durante uma conferência de imprensa em Pequim.

Ao ser questionada sobre uma reportagem na qual se alega que as tropas norte-americanas estão envolvidas no transporte ilegal de trigo, utilizando mais de dez camiões por dia para contrabandear grão para fora da Síria, Mao insistiu que os Estados Unidos devem pôr fim à presença ilegal das suas tropas no país árabe.

Mao disse ainda que os EUA devem parar de saquear os recursos do país, indica a Xinhua, observando que a Síria já foi um país exportador de trigo e que, actualmente, cerca de 55% da sua população enfrenta insegurança alimentar – situação pela qual os Estados Unidos são indiscutivelmente responsáveis, frisou.

«Os factos provaram que os Estados Unidos, sob o pretexto do antiterrorismo, estão a explorar recursos», acrescentou.

«Os Estados Unidos continuam a falar sobre a protecção dos direitos humanos, mas violam os direitos das pessoas à subsistência e à vida noutros países. Embora afirmem defender a democracia, a liberdade e a prosperidade, na realidade estão constantemente a criar crises humanitárias», acusou Mao.

A porta-voz governamental chinesa afirmou ainda que «os EUA devem respeitar seriamente a soberania e a integridade territorial da Síria, acabar imediatamente com o envio de tropas para a Síria, parar de saquear os recursos nacionais da Síria e tomar medidas concretas para compensar os danos causados ao povo sírio».

Apelo replicado

Num contexto semelhante, há dois anos, Wang Wenbin, o então o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, referiu-se às notícias que davam conta da mais recente «transferência» norte-americana de petróleo roubado da Síria para o Norte do Iraque, condenando a acção.

Wang alertou para a necessidade de ajuda humanitária por parte do povo sírio, num contexto em que mais de metade da população sofria de insegurança alimentar devido à agressão prolongada e ao cerco económico imposto ao país pelos EUA e aliados ocidentais.

«Os Estados Unidos ainda ocupam as principais áreas de produção de cereais e de petróleo da Síria, saqueiam os recursos nacionais do país, agravam a crise humanitária», disse Wang, citado pela Xinhua.

«Os EUA sempre se vangloriaram dos seus pretensos elevados padrões ao nível dos direitos humanos e do Estado de direito, mas as suas acções na Síria evidenciam que falha nesses aspectos», acusou.

Recentemente, a propósito da sua visita de Estado ao Cazaquistão, iniciada dia 2, e da sua participação em Astana na 24.ª Reunião do Conselho dos Chefes de Estado da Organização para a Cooperação de Xangai, a 3 e 4 de Julho, o presidente chinês, Xi Jinping, vincou a sua oposição à hegemonia e à confrontação entre blocos, e fez a defesa do multilateralismo, do respeito pela soberania dos povos e dos princípios do direito internacional.

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