|Índia

Comunistas novamente alvo de violência no estado de Tripura

Desde 2 de Março, há uma «orgia de violência» em Tripura, denuncia o Partido Comunista da Índia (Marxista), que alerta para mais de mil incidentes e dá detalhes sobre 668 contra funcionários e apoiantes.

O PCI(M) denuncia que os ataques a militantes e apoiantes comunistas continuam em Tripura, enquanto «o governo e a administração dormem» 
Créditos / @cpimspeak

Num comunicado emitido esta segunda-feira, o Comité Central do Partido Comunista da Índia (Marxista) (PCI(M)) afirma que aquilo que se tem estado a passar no estado de Tripura (Nordeste da Índia) é uma «orgia de violência», que começou logo que os resultados das eleições para a Assembleia Legislativa foram anunciados, no passado dia 2.

O acto eleitoral decorreu a 16 de Fevereiro e a contagem dos votos teve lugar a 2 de Março, verificando-se que o Bharatiya Janata Party (BJP; de Modi) obteve 985 mil votos (38,97%) e 32 dos 60 assentos na assembleia.

Em conjunto com a Frente do Povo Indígena de Tripura (um deputado), obteve pouco mais de um milhão de votos, cerca de 100 mil mais do que a coligação de Forças Democráticas Seculares em que o PCI(M) surgia integrado (911 232).

No entanto, as disputas por círculos eleitorais nominais fazem com que o número de votos não tenha equivalência no número de deputados. O PCI(M), com mais de 622 mil votos, elegeu 11 deputados; a coligação em que se integra, 14.

De acordo com os comunistas indianos, os ataques perpetrados por «vândalos» desde 2 de Março são instigados pelo BJP / @cpimspeak

No documento, o PCI(M) condena a «violência selvagem pós-eleitoral», que alastrou a todo o estado, com a destruição de casas e propriedades de quadros e apoiantes do partido, ataques físicos, casos de extorsão.

O PCI(M) dá conta de mais de mil incidentes e afirma ter comunicado às autoridades do estado detalhes relativos a 668 casos de violência.

PCI(M) procurou reunir-se com o governador, sem êxito

O Northeast Now revela que uma delegação do PCI(M) se reuniu, este domingo, com o responsável administrativo (Secretário-Chefe) de Tripura, JK Sinha, alertando-o para a violência que os funcionários do partido estavam a sofrer, por todo o estado, da parte de vândalos que, alega o PCI(M), são instigados pelo BJP.

Num texto entregue a Sinha, o secretário estadual do partido, Jitendra Chaudhury, solicitou medidas imediatas para «conter os surtos de violência» e para dar apoio às famílias das vítimas.

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Destruição e violência contra comunistas no estado indiano de Tripura

Várias instalações foram saqueadas ou arrasadas. A onda de violência contra sindicalistas, militantes e funcionários do PCI(M), em Tripura, seguiu-se à vitória do partido de Modi nas eleições em 4 estados.

Créditos / Newsclick

As agressões a militantes e os ataques a sedes e centros de trabalho do Partido Comunista da Índia (Marxista) – PCI(M) – têm-se repetido nos últimos anos neste estado do Nordeste da Índia, como lembrou a organização estadual do partido no Twitter.

O PCI(M) acusou o BJP (Partido Barathyia Janata, que governa neste estado e na Índia) de ter «acrescentado uma nova dimensão de terror». «Pouco depois de receber a notícia da vitória nas eleições em quatro estados, o BJP fez abater sobre Tripura um terrorismo horrível», escreveu no Twitter a organização do PCI(M) de Tripura Ocidental.

Os comunistas acusaram ainda os dirigentes do BJP de instigarem a violência nas celebrações dos apoiantes do partido de Narendra Modi, vencedor nas eleições para as Assembleias Legislativas nos estados de Goa, Manipur, Uttarakhand e Uttar Pradesh.

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Comunistas indianos denunciam onda de ataques em Tripura

O Partido Comunista da Índia (Marxista) denunciou recentemente a onda de violência contra militantes seus no estado de Tripura, alegadamente perpetrada por simpatizantes do Partido Bharatiya Janata (PBJ) e membros da organização de extrema-direita RSS.

No estado de Tripura (Nordeste da Índia), os comunistas têm sido alvo de ataques, denuncia o Partido Comunista da Índia (Marxista)
Créditos / wefornews.com

As agressões e actos de vandalismo perpetrados contra comunistas e outros elementos de esquerda ocorreram dias depois do anúncio da vitória do PBJ – força nacionalista hindu de direita no poder na Índia – nas eleições para a Assembleia Legislativa de Tripura, estado no Nordeste do país onde há 25 anos governavam os comunistas.

A imprensa dá conta de alguns confrontos na região logo após o triunfo do PBJ nas eleições, que tiveram lugar em meados de Fevereiro, tendo o Partido Comunista da Índia (Marxista) acusado as forças nacionalistas de direita de atacar os seus centros de trabalho.

Perante esta situação, o secretário-geral do PCI (M), Sitaram Yechury, convocou manifestações a nível nacional para repudiar a violência, bem como a destruição de estátuas de Lénine nas localidades de Belonia e Sabroom.

Num comunicado emitido recentemente, o PCI (M) afirma que foram atacadas mais de 1500 casas, 196 das quais pertenciam a «militantes e dirigentes» do partido, e «foram incendiadas». Para além disso, precisa a nota, 134 centros de trabalho do PCI (M) foram danificados, 64 dos quais ficaram totalmente destruídos.

Os comunistas indianos acusaram o governo federal, liderado por Narendra Modi (PBJ), de estar por trás desta onda de violência, afirmando que algumas das suas sedes estavam a ser ocupadas pelo PBJ e «o seu mentor ideológico», o movimento Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), nacionalista hindu, de extrema-direita.

Biplab Deb, que é agora o ministro principal de Tripura, avisou que qualquer pessoa envolvida em actos de violência será julgada, indica a Prensa Latina. Por seu lado, Rajnath Singh, ministro do Interior a nível federal, ligou ao governador do estado de Tripura, Tathagata Roy, e ao chefe da Polícia, A. K. Shukla, para lhes «pedir que assegurem a paz e a segurança».

Ainda de acordo com a Prensa Latina, o vice-ministro do Interior, Hansraj Ahir, também condenou a violência, mas defendendo que «não são necessárias estátuas de líderes estrangeiros na Índia».

Solidariedade do PCP

Numa nota emitida hoje pelo seu gabinete de imprensa, o PCP «condena veementemente as agressões e os actos de vandalismo, destruição e saque perpetrados no estado de Tripura contra os comunistas e outras forças progressistas indianas», a quem expressa a sua solidariedade.

As «inaceitáveis acções anti-comunistas e anti-democráticas, perpetradas no rescaldo da vitória do Partido Bharatiya Janata e seus aliados nas recentes eleições legislativas neste estado, demonstram o carácter reaccionário destas forças nacionalistas», denuncia o PCP, que exige o fim imediato da violência e a «cabal responsabilização dos seus autores» .

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Na quinta-feira à noite e na sexta-feira, sensivelmente no espaço de 24 horas, houve registo de ataques um pouco por todo o estado e, de acordo com uma primeira estimativa, pelo menos cem funcionários do PCI(M) foram agredidos e as suas propriedades destruídas, refere o Newsclick.

Em Ranjitnagar, a mercearia de Bijoy Biswas, conhecido por apoiar o PCI(M), foi arrasada. O escritório do advogado Minhaj Ahmad, ligado ao partido, foi atacado. Em Durga Chowmuhani, a loja de Apu Pal, funcionário do partido, foi destruída. Em Krishnagar, a casa de Gopal Malakar, membro do comité local do PCI(M), foi atacada à bomba.

Em Bishalgarh, a sede do comité local do partido foi demolida com um bulldozer e três funcionários – todos muçulmanos – foram espancados e feridos. Na região de Kumarghat, o centro de trabalho foi saqueado e o mobiliário destruído. De acordo com a fonte, houve ainda registo de incêndios e violência nas regiões de Jamalpur, Sonamura e Sadar.

PCI(M) lembra responsabilidades e afirma que as bases não se deixam intimidar

Numa carta aberta ao ministro-chefe de Tripura, o secretário do PCI(M) no estado de Tripura, Jitendra Choudhury, lembrou-lhe que, de acordo com o seu juramento constitucional, é responsável por proteger os direitos civis, a vida e a propriedade das pessoas.

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Instalações do PCI(M) voltam a ser atacadas no estado de Tripura

A sede do Partido Comunista da Índia (Marxista) em Krishnanagar, que já fora vandalizada em 2018, foi agora demolida. Dirigentes locais questionaram a passividade da Polícia e exigiram responsabilidades.

Protesto de militantes do PCI(M) junto à esquadra da Polícia em Agartala, capital do estado de Tripura 
Créditos / time8.in

O comité local do PCI(M) acusou «malfeitores» ao abrigo do Bharatiya Janata Party (BJP; partido nacionalista hindu, de direita), que governa na Índia e no estado de Tripura, de serem responsáveis pelos acontecimentos de quarta-feira à noite.

O edifício da sede em Krishnanagar, nas imediações da capital de Tripura, Agartala, já tinha sido atacado em 2018, com os «malfeitores» a partirem vidros e portas, e a saquearem o interior.

Estado em que ficou a sede do PCI(M) depois do ataque perpetrado por «malfeitores» em Krishnanagar / time8.in

Desta vez, os prevaricadores desligaram a luz em toda a área onde o edifício se localiza e, segundo um comunicado do comité local do PCI(M), «organizaram a demolição».

Na quinta-feira de manhã, na sequência da «ocorrência», funcionários e outros militantes do partido neste estado do Nordeste da Índia, praticamente rodeado pelo Bangladesh, mobilizaram-se junto à esquadra da Polícia em Agartala, questionando, mais uma vez, a passividade da Polícia e exigindo que os responsáveis sejam levados perante a Justiça.

Os comunistas indianos acusam a Polícia de não ter investigado o que se passou em 2018, apesar de ter elementos à disposição. Também o secretariado nacional do PCI(M) condenou a destruição total do edifício em Krishnanagar por elementos alegadamente ligados ao BJP, assim como «o silêncio inaceitável da Polícia», revela o portal time8.in.

Ataques sucessivos a edifícios e militantes comunistas

Em meados de Agosto, o comité de Tripura do PCI(M) acusou «malfeitores» ligados ao BJP de serem responsáveis pelo ataque à sua sede em Khowai, logo após uma delegação da oposição, liderada por Manik Sarkar, ter visitado o local. Num comunicado, o PCI(M) denunciou que a «Polícia era um espectador mudo».

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Comunistas indianos denunciam onda de ataques em Tripura

O Partido Comunista da Índia (Marxista) denunciou recentemente a onda de violência contra militantes seus no estado de Tripura, alegadamente perpetrada por simpatizantes do Partido Bharatiya Janata (PBJ) e membros da organização de extrema-direita RSS.

No estado de Tripura (Nordeste da Índia), os comunistas têm sido alvo de ataques, denuncia o Partido Comunista da Índia (Marxista)
Créditos / wefornews.com

As agressões e actos de vandalismo perpetrados contra comunistas e outros elementos de esquerda ocorreram dias depois do anúncio da vitória do PBJ – força nacionalista hindu de direita no poder na Índia – nas eleições para a Assembleia Legislativa de Tripura, estado no Nordeste do país onde há 25 anos governavam os comunistas.

A imprensa dá conta de alguns confrontos na região logo após o triunfo do PBJ nas eleições, que tiveram lugar em meados de Fevereiro, tendo o Partido Comunista da Índia (Marxista) acusado as forças nacionalistas de direita de atacar os seus centros de trabalho.

Perante esta situação, o secretário-geral do PCI (M), Sitaram Yechury, convocou manifestações a nível nacional para repudiar a violência, bem como a destruição de estátuas de Lénine nas localidades de Belonia e Sabroom.

Num comunicado emitido recentemente, o PCI (M) afirma que foram atacadas mais de 1500 casas, 196 das quais pertenciam a «militantes e dirigentes» do partido, e «foram incendiadas». Para além disso, precisa a nota, 134 centros de trabalho do PCI (M) foram danificados, 64 dos quais ficaram totalmente destruídos.

Os comunistas indianos acusaram o governo federal, liderado por Narendra Modi (PBJ), de estar por trás desta onda de violência, afirmando que algumas das suas sedes estavam a ser ocupadas pelo PBJ e «o seu mentor ideológico», o movimento Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), nacionalista hindu, de extrema-direita.

Biplab Deb, que é agora o ministro principal de Tripura, avisou que qualquer pessoa envolvida em actos de violência será julgada, indica a Prensa Latina. Por seu lado, Rajnath Singh, ministro do Interior a nível federal, ligou ao governador do estado de Tripura, Tathagata Roy, e ao chefe da Polícia, A. K. Shukla, para lhes «pedir que assegurem a paz e a segurança».

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Outros ataques foram denunciados, antes e depois. No final de Junho, 12 militantes do PCI(M) que participavam numa mobilização em Teliamura para reclamar melhores salários, mais apoios e mais ajuda no combate à pandemia de Covid-19 foram atacadas com violência, alegadamente por elementos ligados ao partido de Narendra Modi.

Seis militantes comunistas ficaram gravemente feridos e tiveram de ser hospitalizados em Agartala. Mais uma vez, o PCI(M) dirigiu duras críticas à Polícia, que ficou como «espectadora» enquanto os militantes comunistas eram agredidos com paus à sua frente, indica o portal eastmojo.com, acrescentando que, nessa altura, muitos activistas foram agredidos também em suas casas.

Os comunistas estiveram muitos anos à frente do governo de Tripura. Em Março de 2018, depois do anúncio da vitória do BJP nas eleições para a Assembleia Legislativa estadual, o PCI(M) denunciou uma onda de violência contra militantes e dirigentes do partido, tendo afirmado que foram atacadas mais de 1500 casas, 196 das quais pertenciam a «militantes e dirigentes». Na nota então emitida, os comunistas revelaram que 134 centros de trabalho foram danificados, 64 dos quais ficaram totalmente destruídos.

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«No entanto, é profundamente lamentável que, durante o seu mandato como ministro-chefe nos últimos 47 meses, um partido político (partido no poder) se entregue continuamente a este tipo de ataque», escreveu Choudhury, citado pelo Newsclick.

Também o Comité Central do PCI(M), em comunicado emitido este domingo, condenou «os ataques fascistas cruéis contra os quadros» do partido e os seus centros de trabalho em todo o estado.

Lembrando que o BJP já levou a cabo estas acções de «terror contra o PCI(M)», o documento sublinha que «falhará, mais uma vez, em intimidar o partido e suas bases».

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«Uma delegação do PCI(M) pediu ao Secretário-Chefe que convocasse uma reunião de todos os partidos para pôr um fim à violência», disse Chaudhury à imprensa, tendo acrescentado que os dirigentes dos partidos de esquerda e do Partido do Congresso andavam desde sábado a tentar manter um encontro com o governador, Satyadeo Narain Arya, sem êxito.

Segundo refere o Newsclick, depois disto o dirigente do BJP no estado, Manik Saha, que vai assumir o cargo de ministro-chefe na próxima quarta-feira, visitou as zonas mais afectadas pela violência, tendo afirmado que mais de 200 pessoas foram detidas.

O PCI(M) tem denunciado ondas de violência contra militantes, funcionários e apoiantes pelo menos desde 2018, quando o BJP venceu ali as eleições estaduais pela primeira vez.

Tendo em conta os ataques mais recentes, o Comité Central pede a todas as suas organizações que promovam acções de protesto contra o «assassinato da democracia e o desencadear da política de terror pelo BJP».

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