Mais de duas dezenas de militares sauditas chegaram durante a semana passada a uma base dos EUA na província de Hasaka, no nordeste da Síria, uma região rica em petróleo que se encontra sob ocupação norte-americana e dos seus aliados no terreno, as chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), noticia a Press TV.
Fontes locais descreveram ao canal de televisão libanês em língua árabe Al-Mayadeen a chegada dos militares na quarta-feira passada à base, na proximidade da cidade de Shaddadi, e nomeiam o oficial no comando, Saud al-Joghaifi.
Este passo pode constituir a confirmação de que a Arábia Saudita se esteja a juntar aos EUA no saqueio das riquezas naturais do subsolo sírio, depois de ter financiado durante anos os grupos terroristas do Daesh e da Al-Qaeda na Síria.
Recorde-se que, em Dezembro passado, fontes locais, falando na condição de anonimato, denunciaram à agência turca Anadolu que dezenas de soldados sauditas, transportados por helicóptero, tinham chegado ao campo de petróleo Omar, na província síria de Deir ez-Zor. Ao mesmo tempo, por terra, através da fronteira iraquiana, chegavam cerca de 30 camiões com equipamento de escavação e perfuração de solos.
Nessa altura, as mesmas fontes referiram que as tropas se destinariam a proteger especialistas sauditas e egípcios ao serviço da gigantesca Aramco, a companhia petrolífera estatal da Arábia Saudita, com estreitas ligações às petrolíferas norte-americanas, e que os soldados sauditas ficaram instalados na mesma área residencial onde se encontram as tropas norte-americanas da base.
Desde Outubro de 2019 que os EUA reverteram uma ordem presidencial para deixar a Síria, reforçando a sua presença no nordeste sírio sob controlo curdo, segundo o Pentágono para «proteger» os campos de petróleo na região de possíveis ataques do Daesh, mas de facto para proteger os interesses económicos de Washington, como Donald Trump sugeriu, numa intervenção pública.
A Síria e os países seus aliados têm protestado contra o saque das suas riquezas por potências estrangeiras e a opressão a que estão sujeitos as populações nos territórios ocupados pelos EUA e pelas milícias das FDS, em que aquelas têm protagonizado acções de protesto duramente reprimidas pelos ocupantes.
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