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Forças israelitas matam 4 palestinianos na Faixa de Gaza

Quatro palestinianos que participaram nas manifestações da Grande Marcha do Retorno em vários pontos da Faixa de Gaza cercada, esta sexta-feira, foram mortos a tiro pelas forças israelitas.

Mulheres palestinianas participam nos protestos na fronteira a leste da Cidade de Gaza. 8 de Junho de 2018
Mulheres palestinianas participam nos protestos na fronteira a leste da Cidade de Gaza (Junho de 2018)CréditosMohammed Saber / EPA

O Ministério da Saúde em Gaza confirmou, ontem, a morte de três manifestantes, identificando-os como Mohammed al-Jahjouh, de 16 anos, Abd al-Aziz Sharia, de 28, e Maher Yassin, de 40. Já este sábado, a mesma fonte revelou que Ayman Munir Shbeir, de 18 anos, não resistiu aos ferimentos, depois de ontem ter sido atingido a tiro no abdómen, também quando participava nos protestos, informa a agência Ma'an.

As tropas do exército de ocupação dispararam balas reais e balas de aço revestidas de borracha, bem como granadas de gás lacrimogéneo, contra os manifestantes que participaram na 39.ª sexta-feira consecutiva das mobilizações da Grande Marcha do Retorno, junto à vedação com que Israel cerca o território palestiniano, revelam a Ma'an e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).

As mesmas fontes referem a existência de 47 manifestantes palestinianos feridos, incluindo quatro paramédicos e dois jornalistas. O MPPM precisa que, num dos acampamentos de protesto, uma ambulância foi atingida directamente por uma granada de gás lacrimogéneo, sufocando os paramédicos que se encontravam no seu interior.

De acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, a repressão das forças israelitas sobre os participantes nos protestos da Grande Marcha do Retorno provocou a morte a pelo menos 239 palestinianos e ferimentos em 25 700.

As mobilizações da Grande Marcha do Retorno, iniciadas em 30 de Março deste ano, têm como objectivos primordiais sublinhar a reivindicação do levantamento do bloqueio imposto pelos israelitas à Faixa de Gaza há quase 12 anos e afirmar o direito de retorno às suas terras dos refugiados palestinianos – e seus descendentes – que Israel expulsou no âmbito da campanha de limpeza étnica que levou a cabo por ocasião da sua fundação, em 1948.

Direito negado

No passado dia 11, assinalaram-se os 70 anos da adopção, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, da Resolução 194, que estabelece o direito ao retorno dos refugiados palestinianos. Na ocasião, o MPPM emitiu uma nota em que lembrava que, recorrendo à violência, os sionistas garantiram, «no território do seu Estado – que excedeu em muito a área que lhe era atribuída no plano de partilha da Palestina aprovado pela ONU em 1947 –, a predominância dos judeus», expulsando para tal os habitantes autóctones, os palestinianos». É a este processo que os palestinianos chamam, «com justeza, a Nakba, a catástrofe».

Muitos dos que foram expulsos fecharam as suas casas e levaram consigo as chaves – que se transformaram, «ao longo de décadas, num símbolo da exigência da realização desse direito e da memória traumática da expulsão».

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