Senadores e representantes de diversos partidos colombianos, como os Comunes e a Alianza Verde, formalizaram o pedido de comparência, ainda sem data marcada, para que Diego Molano, titular da Defesa, aborde a operação militar em que 11 pessoas, já identificadas como civis, foram mortas.
Recorde-se que no passado dia 28 de Março o Exército colombiano realizou uma incursão numa zona rural do município de Puerto Leguízamo, no departamento de Putumayo (Sul da Colômbia).
Organizações de defesa dos direitos humanos e comunidades de camponeses da zona referem que os assassinados eram civis que participavam num bazar e não membros de grupos armados ilegais, tal como divulgaram o Exército, Molano e o presidente da República, Iván Duque.
Os massacres e assassinatos de dirigentes sociais na Colômbia aumentaram nos primeiros três meses de 2022 em relação a igual período de 2021, revelou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz. Entre Janeiro e Março deste ano, morreram assassinados 48 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos, mais seis que em igual etapa de 2021. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) informou ainda que, entre 1 de Janeiro e 30 de Março último, foram perpetrados 27 massacres, com um saldo de 94 vítimas mortais, enquanto no mesmo período de 2021 se registaram 23 massacres e 84 mortes. O organismo registou ainda o assassinato de 11 ex-guerrilheiros farianos subscritores do acordo de paz neste primeiro trimestre de 2022, o que, não sendo um dado positivo, é um número inferior aos 14 do ano passado. Tanto o Indepaz como as Nações Unidas alertam para a espiral de violência que se vive no país sul-americano. A ONU referiu recentemente que, por comparação com 2021, nos primeiros dois meses de 2022 se verificou um aumento exponencial – superior a 600% – de pessoas afectadas pela violência na Colômbia. Ao longo desta semana, várias organizações sindicais, agrícolas, indígenas e afrodescendentes denunciaram o assassinato de 11 pessoas em Puerto Leguízamo (departamento de Putumayo) às mãos do Exército colombiano, que as apresentou como «baixas» de grupos dissidentes das ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP). Também o ministro da Defesa, Diego Molano, e o presidente do país, Iván Duque, se referiram aos defuntos deste modo. Esta quinta-feira, a Red de DD.HH de Putumayo já tinha identificado seis das vítimas mortais, nenhuma delas se enquadrando naquilo que foi apresentado como versão oficial. Durante o conflito armado, foi comum o Exército colombiano recorrer a este metódo: matar um grupo de camponeses e apresentá-los como guerrilheiros (os chamados «falsos positivos»). O Indepaz confirmou, esta quarta-feira, o assassinato de seis pessoas, em Medellín e Bogotá. Também dá conta de ameaças de morte a vários dirigentes sociais, nomeadamente por apoiarem o Pacto Histórico. De acordo com o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), no país sul-americano foram cometidas 25 matanças este ano, com um saldo de pelo menos 67 vítimas mortais. Uma das mais recentes ocorreu na cidade de Medellín (departamento de Antioquia), onde os corpos das três vítimas – duas das quais jovens de nacionalidade venezuelana – foram atirados para um aterro sanitário. Ao divulgar estes factos, o Indepaz refere que o Provedor de Justiça alertou que, na região metropolitana de Valle de Aburrá, em que Medellín se insere, há mais de 140 grupos armados do crime organizado a realizar actividades ilícitas. O organismo sublinha que estes grupos interferem com o exercício dos direitos à vida, liberdade, integridade e segurança dos habitantes da região. No outro massacre reportado esta quarta-feira, dois homens e uma mulher foram assassinados com armas de fogo em Usme, Bogotá. Recorde-se que, o ano passado, a Provedoria de Justiça denunciou o «posicionamento confuso» de algumas autoridades perante a presença de agentes armados ilegais na capital. No município de Argelia (departamento de Valle del Cauca) foi assassinado, no domingo passado, o dirigente social Richard Betancourt. O Indepaz, que confirmou o caso no dia seguinte, refere que homens armados dispararam contra ele nas imediações da sua casa. Betancourt presidia à Junta de Acção Comunal da vereda Santa Clara e participava em processos de ajuda a pessoas deslocadas por causa do conflito armado. Trata-se do 43.º dirigente social assassinado este ano – desde a assinatura do acordo de paz, em Novembro de 2016, foram 1329. A «democracia colombiana» foi distinguida com o World Peace and Liberty Award 2021, da Associação Mundial de Juristas. Iván Duque recebeu o prémio, em Barranquilla, das mãos do rei espanhol. No texto associado à distinção, afirma-se que «a Colômbia [é] um exemplo do êxito da democracia não apenas na América Latina, mas também entre todas as nações do mundo». O texto refere ainda que a Colômbia tem «um dos períodos mais longos de governos civis eleitos de maneira democrática na América Latina e uma sociedade civil que honra os direitos da liberdade de expressão», noticia o portal forbes.co. Quatro representantes indígenas e uma sindicalista foram mortos esta segunda-feira no país sul-americano, elevando para 124 os dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos assassinados este ano. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) informou que homens armados mataram a tiro a professora e sindicalista María Nancy Ramírez, em Santa Rosa de Osos, no departamento de Antioquia. Por seu lado, Jose Luis Pai e Jovanny Javier García eram indígenas do povo Awá e desempenhavam funções nas reservas Awá Quejuambi Feliciana e Hojal la Turbia, respectivamente (em Tumaco, no departamento de Nariño). Desapareceram ambos no domingo e, no dia seguinte, os seus corpos sem vida foram encontrados com sinais evidentes de violência. Dilio Bailarín era membro da reserva indígena Alto Guayabalito, do povo Embera Eyábida, localizada no município de Carmen del Darién (departamento de Chocó), onde foi morto na segunda-feira à tarde. O Indepaz informou ainda que David Aricapa Viscue, membro da reserva de López Adentro, pertencente ao povo Nasa e localizada entre os municípios de Caloto e Corinto (departamento do Cauca), foi morto a tiro por um grupo de homens no município de Caloto. Com os cinco assassinatos documentados esta segunda-feira, o organismo contabiliza 124 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos mortos no país andino-amazónico em 2021 e 1239 desde a assinatura do acordo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) e o governo colombiano, em Novembro de 2016. «Estes cinco assasinatos num só dia mostram que a violência contra quem defende o território, as liberdades e um país melhor para todos continuam a aumentar, perante a atitude imóvel do governo nacional», denuncia o portal agenciademedioshoynoticias.com, acrescentando que «esta é a realidade de Duque não fala nas suas viagens». No sábado, foi perpetrado o 66.º massacre no país andino este ano, informou o Indepaz, que dá conta de 1225 dirigentes sociais assassinados desde a assinatura do acordo de paz, em Novembro de 2016. O mais recente massacre registado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) foi denunciado ontem, tendo ocorrido na véspera do município de Santander de Quilichao, departamento colombiano do Cauca. De acordo com o Indepaz, as vítimas são três membros da mesma família que se encontravam numa festa na zona rural do município, na reserva indígena de Canoas. Homens armados chegaram ao local e começaram a disparar sobre quem ali estava, provocando a morte imediata a duas pessoas e deixando outras duas feridas em estado grave – uma das quais viria a falecer, refere o organismo com base em informações recolhidas. A Provedoria de Justiça emitiu um alerta de perigo, tendo em conta a presença constante de grupos armados no referido município do Cauca. Entre 2016 e 8 de Junho de 2020, foram assassinados na Colômbia 269 dirigentes indígenas, revelou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) num relatório agora apresentado. No documento, o organismo reporta-se ao período que vai desde 2016, o ano da assinatura dos acordos de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP), e a actualidade (até dia 8 deste mês), verificando que o número de assassinatos de dirigentes indígenas aumenta de ano para ano. Assim, segundo os dados recolhidos pelo Indepaz, registaram-se «31 assassinatos em 2016, 45 em 2017, 62 em 2018, 84 em 2019 e 47 em 2020». O organismo revela ainda que 262 líderes indígenas foram mortos depois dos acordos de paz (24 de Novembro de 2016) e 167 durante a governação do actual presidente colombiano, Iván Duque. Dos 47 assassinados este ano (até 8 de Junho), 14 foram-no durante o período da quarentena (que entrou em vigor a 25 de Março), precisa ainda o relatório. De acordo com o Indepaz, o departamento onde se registaram mais casos de assassinatos de líderes indígenas desde 2016 foi o Cauca (94). «O que se passa no Cauca responde à lógica de um departamento onde historicamente houve conflitos territoriais, com sectores privados legais e ilegais, como o da exploração mineira», explica a organização. Como factores de peso que contribuem para o assassinato de dirigentes indígenas, o Indepaz refere as empresas açucareiras, a exploração de madeira, a pecuária, a concentração de terras, os projectos petrolíferos, as hidro-eléctricas, além da presença de grupos armados que disputam o controlo das rotas do narcotráfico. O relatório sublinha as acções dos povos indígenas em defesa da sua autonomia e da permanência nos seus territórios, como condição essencial para garantir a sua sobrevivência, bem como o facto de terem «rejeitado todas as expressões do conflito armado» e «assumido um posicionamento de resistência pacífica». Mario Téllez Restrepo, agricultor e ex-guerrilheiro das FARC-EP, foi morto a tiro por desconhecidos na segunda-feira passada, quando trabalhava nas suas terras, na localidade de Tibú (departamento de Norte de Santander), informa a TeleSur. O partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) denunciou o assassinato, tendo revelado que se trata do 200.º ex-combatente a ser morto deste a assinatura dos acordos de paz. Na semana passada, uma delegação do FARC pediu apoio às Nações Unidas, tendo em conta o cenário de violações de direitos humanos no país andino. Numa reunião virtual com a alta comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, os representantes do FARC pediram «assistência técnica» para evitar o genocídio dos ex-guerrilheiros que tentam reintegrar-se na vida política, económica e social do país. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em 2020, o organismo documentou a ocorrência de 91 de massacres, dos quais resultaram 381 vítimas mortais, em 66 municípios do país. Este ano, registou 66, com um saldo de 240 vítimas mortais. A grande maioria dos casos teve lugar nos departamentos do Cauca (12 massacres e 40 vítimas), Antioquia (10/36), Valle del Cauca (8/35), Nariño (6/24) e Caquetá (6/20). O Indepaz utiliza o termo na acepção estabelecida pelas Nações Unidas: existe um massacre «quando três ou mais pessoas são assassinadas no mesmo local e momento e pelo mesmo presumível perpetrador». No seu portal e na conta de Twitter, o Indepaz dá ainda conta de 109 dirigentes sociais e defensores assassinados no país sul-americano em menos de oito meses, este ano. O mais recente foi Eliécer Sánchez Cáceres, vice-presidente da Junta de Acção Comunal da vereda de La Punta, na zona rural do município de Cúcuta (departamento de Norte de Santander). Sánchez Cáceres, que já tinha denunciado ameaças de morte, foi morto, no sábado, por um grupo de homens armados na vereda referida. Desde a assinatura do acordo de Paz entre as FARC-EP e o governo colombiano, em Novembro de 2016, 1225 dirigentes foram mortos, segundo os dados do Indepaz. Só este ano, refere ainda o organismo de defesa dos direitos humanos, foram também mortos 34 ex-combatentes das FARC-EP que firmaram o acordo de paz. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na véspera, dia 19, foi assassinado Manuel Mena Viveros, ex-guerilheiro que estava em fase de reintegração. A ocorrência teve lugar no Bairro El Futuro, em Quibdó, capital do departamento de Chocó. O Indepaz precisou que, com este assassinato, sobe para 37 o número de ex-guerrilheiros signatários do acordo de paz mortos em 2021 e 286 desde a assinatura desse acordo. No que respeita à violência na Colômbia, o organismo registou ainda 71 massacres perpetrados este ano, com um saldo de 255 vítimas mortais. A grande maioria dos casos teve lugar nos departamentos do Cauca (13 massacres e 43 vítimas), Antioquia (10/36), Valle del Cauca (9/38), Nariño (6/24) e Caquetá (6/20). O Indepaz utiliza o termo na acepção estabelecida pelas Nações Unidas: existe um massacre «quando três ou mais pessoas são assassinadas no mesmo local e momento e pelo mesmo presumível perpetrador». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a jurista norte-americana Hilarie Bass, que leu o documento, trata-se de um país que «evita qualquer tipo de discriminação, seja por questões de género, raça, religião». O prémio à «paz e liberdade» foi entregue no início deste mês, na cidade caribenha de Barranquilla, onde decorreu o XXVII Congresso da World Jurist Association, que se apresenta como organização não governamental defensora dos direitos humanos e do Estado de Direito. Na sessão de encerramento de um evento em que, além do rei espanhol, estiveram figuras como o súbdito Albert Rivera (ex-presidente do Ciudadanos) ou o secretário-geral da Organização de Estados Americanos, Luis Almagro, o presidente da associação de juristas, o advogado espanhol Javier Cremades, disse que «a Colômbia se tornou, sem qualquer dúvida, no melhor país da região». E acrescentou: «A Colômbia é uma das poucas estrelas que brilham no firmamento da liberdade.» Num texto intitulado «Colômbia: o prémio e a verdade», publicado dia 7 no portal do canal libanês Al Mayadeen, o jornalista cubano Omar Rafael García Lazo afirma que «nos seus anos de existência a Colômbia não conheceu a democracia, nem sequer a liberal burguesa». E, lembrando guerras e violências de diferente tipo, diz que o país sul-americano «não conheceu sequer a paz». Para fundamentar a «tibieza» da «democracia colombiana» e da distinção atribuída, García Lazo recorre a dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), alguns deles já desactualizados, porque mais dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos foram assassinados no país desde que o texto foi escrito. Segundo o Indepaz, só este ano foram mortos 164 (1278 desde a assinatura do acordo de paz), além de 44 ex-combatentes das FARC que subscreveram esse acordo. Ainda este ano, entre Abril e Junho, 80 pessoas perderam a vida no contexto da brutal repressão policial e militar sobre os protestos que abalaram o país – num cenário de elevada pobreza, desigualdade, precariedade, corrupção e repressão institucionalizada – militar, paramilitar e narcotraficante. A Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) considerou «importantes e grandiosas» as manifestações desta terça-feira, que acabaram fortemente reprimidas pela Polícia e o seu conhecido «corpo de elite». As mobilizações de ontem, que coincidiam com o Dia da Independência, contaram com eventos culturais e artísticos, que também são formas de expressar a indignação dos colombianos contra o governo, afirmou Francisco Maltés, presidente da CUT e um dos porta-vozes do Comité de Greve. O dirigente sindical, refere a Prensa Latina, fez ainda um apelo à participação nas manifestações previstas para esta quarta-feira, para acompanhar a estrega no Congresso dos dez projectos de lei «construídos de modo colectivo a partir das exigências expressas nas mobilizações dos últimos meses». A greve geral que se mantém há 20 dias na Colômbia é «um verdadeiro levantamento, como não se via há décadas, nem em abrangência nem em duração», disse Sergio Marín, membro da Câmara dos Representantes. No sábado passado, centenas de milhares de colombianos vieram novamente para as ruas exigir mudanças e deixar clara a oposição ao governo de Iván Duque. Numa entrevista via Internet à jornalista Odalys Troya Flores, da agência Prensa Latina, Sergio Marín, do partido Comunes, explicou que o principal motivo da greve iniciada a 28 de Abril – convocada pelo movimento sindical, social, étnico, estudantil e juvenil – foi o anúncio do projecto de reforma tributária por parte de Iván Duque e do seu ex-ministro das Finanças, Alberto Carrasquilla. O deputado disse que a polémica proposta basicamente aumentava o IVA sobre todos os bens essenciais e serviços mais necessários à vida de todos os colombianos. Aumentava igualmente a base tributária a partir da qual o imposto sobre os rendimentos começava a ser pago no país, que, precisou, actualmente ronda os mil dólares por mês. «Era algo que punia as classes médias, os profissionais, os trabalhadores independentes, a grande maioria da força de trabalho no país sul-americano», disse. Iniciada a 28 de Abril, a greve geral contra a reforma tributária de Duque mantém-se há 4 dias nas ruas. A Rede Francisco Isaías Cifuentes dá conta de 8 mortos, vários desaparecidos e dezenas de detenções. Convocadas por sindicatos, partidos políticos e organizações sociais, muitos milhares de pessoas vieram para as ruas, no Dia Internacional dos Trabalhadores, para continuarem a dizer «não» à Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) avançada pelo governo de Iván Duque e repudiar a forte repressão policial dos últimos dias. Ao descontentamento e à revolta popular com o projecto de lei juntou-se o «mal-estar» provocado pelo apelo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), expresso na sexta-feira, para que o Exército interviesse contra os manifestantes. Apesar de o Twitter ter apagado, algumas horas depois, o apelo de Uribe às armas, nas ruas e nas redes sociais o repúdio fez ouvir: «O povo não te quer, assassino criminoso» foi uma de várias expressões sintomáticas veiculadas contra o uribista. Ontem, Bogotá foi um dos palcos das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma de Duque e a repressão policial. «Aqui está o povo nas ruas organizado, a lutar por uma vida digna», afirmaram na capital. Na sua conta de Twitter, o Congresso de los Pueblos informou que, neste «Primeiro de Maio, no Sul de Bogotá o povo continua nas ruas, apesar da ameaça das forças de segurança e do governo nacional». A organização denunciou a repressão exercida pela Polícia em vários pontos do país sul-americano, nomeadamente na cidade de Pereira, no departamento de Risaralda. «Fazemos um apelo para que sejam dadas garantias à mobilização social. Protestar é um direito», referiu. A Central Unitária dos Trabalhadores anunciou o prosseguimento da Paralisação Nacional iniciada esta quarta-feira contra a proposta de legislação que visa aumentar impostos para «financiar a crise». «A greve desta quinta-feira insistirá na oposição à Reforma Tributária, prosseguirá dia 19 de Maio e continuará enquanto o governo persistir na proposta actual», disse Francisco Maltés, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Além de «marchas massivas, vigorosas e pacíficas» nesse âmbito, também em defesa de apoios sociais e às pequenas e médias empresas, estão igualmente previstas mobilizações para o Primeiro de Maio. Ontem, desde cedo, milhares de pessoas vieram para as ruas em diferentes cidades e em mais de 500 municípios do país sul-americano, em protesto contra a proposta do governo de Duque, que os manifestantes acusam de estar a passar aos trabalhadores a factura da crise sanitária e económica. A jornada de protesto, convocada pelo Comité Nacional de Greve, visava igualmente denunciar a violência no país, sobretudo os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais, de defensores da paz e dos direitos humanos, bem como de ex-combatentes das FARC-EP signatários do acordo de paz de 2016. Bogotá, Medellín, Cáli, Barranquilla e Cartagena foram palco das maiores mobilizações, e ali foram reportados vários confrontos com as forças de segurança. De acordo com a Prensa Latina, o governo destacou mais de 47 mil agentes para as ruas. «A Colômbia está mergulhada numa crise económica muito profunda e propõe-se uma reforma tributária para acabar de empobrecer a classe média, encarecer os alimentos, quando 30% da população, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística, não está a fazer três refeições diárias», disse a vice-presidente da Federação Médica Colombiana, Carolina Corcho, citada pela Prensa Latina. Por seu lado, o presidente da CUT em Antioquia, Jaime Montoya, classificou a reforma como «a mais regressiva de todas», além de favorecer as grandes empresas e o capital financeiro. A reforma tributária, designada como Lei de Solidariedade Sustentável, contempla o aumento dos impostos sobre produtos e serviços, a instalação de portagens urbanas, e altera o regime de isenções fiscais, o que agravaria a situação de assalariados, pensionistas e população com baixos rendimentos. Em comunicado, o Comité Nacional de Greve, que integra várias organizações sindicais, movimentos sociais e partidos, sublinhou «a profunda rejeição da população pelas medidas neoliberais de Duque», apesar do «pico da pandemia, da estigmatização da greve promovida pelo governo e alguns órgãos de comunicação», informa a TeleSur. O Comité denunciou as medidas de recolher obrigatório e a ausência de transportes públicos, adoptadas por algumas autoridades locais para impedir o protesto, bem como as acções de repressão perpetradas por agentes da Polícia e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) em várias cidades, que se saldaram com um morto, dezenas de feridos e de detidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Órgãos de comunicação locais e internautas deram conta de manifestações, este sábado, também em Barraquilla, Medellín, Bucamaranga, Cartagena e Cáli, com forte presença de forças policiais, militares e de agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), registando-se vários episódios de repressão sobre os manifestantes. Houve igualmente mobilizações na região do Catatumbo e na cidade de Popayán, no Cauca. Nesta última, refere a TeleSur, a manifestação do Primeiro de Maio – contra a reforma tributária e a repressão do governo de Duque – é a primeira em mais de 80 anos. Em Cáli, no departamento de Valle del Cauca, a manifestação do Dia do Trabalhador foi massiva, como resposta à grande repressão exercida sobre os manifestantes nos dias anteriores. De acordo com um relatório divulgado pela Rede de Direitos Humanos Francisco Isaías Cifuentes na sexta-feira à noite, pelo menos oito pessoas foram mortas em Cáli durante as mobilizações. Além disso, o organismo registou a detenção de pelo menos 84 pessoas, 28 feridos, três manifestantes desaparecidos, três casos de pessoas que perderam um olho e o de uma mulher que foi abusada sexualmente por um agente do Esmad. Ainda na sexta-feira, confrontado com a grande oposição nas ruas ao polémico projecto para reajustar as contas em tempos de «crise», Iván Duque anunciou que ordenou ao Ministério das Finanças proceder à sua reformulação. Já ontem, ao final do dia, na sequência de nova jornada de intensas mobilizações no país, o presidente colombiano anunciou que irá destacar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar os protestos nas principais cidades. Para tal, explica a TeleSur, irá recorrer à figura da «assistência militar», que, disse, está contemplada na Constituição e que manterá, em coordenação com autarcas e governadores, até que as manifestações acabem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em seu entender, tratava-se de uma reforma tributária destinada a castigar os mais pobres e as classes médias, mantendo e inclusive aumentando as isenções tributárias ao grande capital nacional e transnacional. «A proposta não contemplava medidas decisivas para combater a evasão fiscal, que na Colômbia é um problema gravíssimo, porque o grande capital não só conta com grandes isenções, mas também não paga os impostos que deve», destacou. Também não era um projecto que contemplasse qualquer tipo de combate à corrupção, que no país é uma verdadeira pandemia que consome uma parte substancial do Orçamento nacional, disse à Prensa Latina. «Estima-se que entre 10% e 15% desse Orçamento seja consumido pelos corruptos», denunciou Marín. «Toda esta situação gerou um apelo à mobilização a que aspirávamos, que fosse importante e tivesse uma ampla repercussão, mas a verdade é que o movimento social e popular ultrapassou todas as expectativas», afirmou. «A greve mostrou o sentimento reprimido nos últimos dois ou três anos pelas inúmeras reformas tributárias que já tinham atingido os bolsos dos colombianos», afirmou, acrescentando que, «devido à absoluta ineficiência e às propostas do governo para enfrentar a crise associada à pandemia Covid-19, se agravou a situação económica do país». Em seu entender, todos estos elementos se conjugaram para gerar «um verdadeiro levantamento, como não se via há décadas na Colômbia, nem em abrangência nem em duração», afirmou, sublinhando que o protesto se mantém há mais de duas semanas, quando o habitual era as greves ficarem restritas a certos sectores e territórios, e durarem apenas alguns dias. «Em geral, os governos conseguiam manobrar [as greves] combinando a forte repressão com promessas que de facto não cumpriam, desactivando esses movimentos de luta social», disse. Centenas de milhares participaram esta quarta-feira nas mobilizações convocadas pelo Comité Nacional da Greve para denunciar o aprofundamento dos problemas estruturais da Colômbia no mandato de Duque. A greve geral da Colômbia, iniciada no passado dia 28 de Abril, tem sido marcada pela forte repressão de uma Polícia «feita para a guerra», como afirma na sua conta de Twitter a organização não governamental (ONG) Temblores, mas ontem decorreu quase tudo de forma tranquila – pelo menos até certo ponto. A representante na Colômbia da Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Juliette de Rivero, percorreu várias cidades do país, tendo afirmado que as marchas foram pacíficas, informa a Prensa Latina. Além dos sectores que têm estado mais mobilizados nas últimas duas semanas, aderiram aos protestos habitantes que apoiam a luta em várias cidades, como aconteceu em Barranquilla, Bogotá, Catatumbo, Cartagena, Ibagué, Medellín, Pereira, Popayán e até em Cáli, apesar de se encontrar militarizada, manifestando a sua oposição às políticas neoliberais do actual governo. Organizações de direitos humanos referiram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. O MP anunciou que vai incriminar vários agentes por homicídio. Na noite de quarta-feira, voltou a registar-se intensa repressão por parte das forças de segurança na Colômbia, e pelo menos dois jovens foram mortos na localidade de Pereira (departamento de Risaralda). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram polícias a disparar junto a um viaduto contra uma concentração de jovens que se manifestavam contra o governo de Iván Duque. Estes vídeos seguem-se a outros, referentes à noite anterior, em que se vê a Polícia e os militares a dispararem fogo pesado e também a partir de helicópteros contra manifestantes, no âmbito dos protestos relacionados com a greve geral iniciada no passado dia 28 de Abril. Além dos jovens mortos, que se soube serem Lucas Villa e Miguel Ciro, estudantes de Desporto na Universidade Tecnológica de Pereira, registaram-se vários feridos, na sequência das cargas e disparos policiais. Organizações de direitos humanos indicaram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. Neste contexto, o Ministério Público (MP) colombiano anunciou, esta quarta-feira, que irá incriminar diversos agentes pelos homicídios de três civis durante as manifestações. De acordo com o MP, o saldo é de 11 vítimas mortais até ao momento, bastante inferior ao registado por diversas ONG, como a Temblores ou a Grita, que afirmam terem ocorrido 37 mortes de manifestantes às mãos da Polícia entre 28 de Abril e 5 de Maio, refere a TeleSur. Desde o dia 28 de Abril até esta terça-feira, a organização Grita registou 31 casos de pessoas mortas pela Polícia em vários pontos da Colômbia. Entretanto, novas reivindicações surgem na greve geral. Ontem à noite, realizaram-se concentrações em diversas cidades, com velas para evocar os «assassinados em território nacional» durante as jornadas de protesto, que inicialmente visavam a Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) proposta pelo governo de Iván Duque, mas depois alastraram para outras reivindicações. Na sua conta de Twitter, o movimento Congreso de los Pueblos, deu conta do ajuntamento na capital, Bogotá, para denunciar a brutalidade policial no país, que, segundo dados divulgados por diversos organismos, ultrapassa os 1443 casos de violência ao longo da greve geral. A plataforma Grita revelou que, entre as 6h (hora local) de 28 de Abril e as 8h de 4 de Maio, há registo de 216 vítimas de física por parte da Polícia. A mesma fonte indicou que 31 pessoas foram assassinadas, 21 sofreram agressões nos olhos e dez foram vítimas de violência sexual, igualmente por parte da Polícia. No mesmo período, foram registados 814 casos de detenções arbitrárias e 77 de disparos com armas de fogo. Para além disto, a Provedoria de Justiça emitiu um comunicado em que dá conta de 87 pessoas desaparecidas até ao momento. O general colombiano Eduardo Enrique Zapateiro instou um grupo de polícias a prosseguir a sua acção na cidade de Cáli, tendo-lhes dito que «estamos a fazer as coisas bem» e que estão a «salvar a democracia que alguns querem destruir», refere a TeleSur. Estas declarações de Zapateiro foram proferidas depois de, na noite de segunda-feira, membros do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) terem esntrado no Bairro de Siloé, em Cáli, onde atacaram à bala grupos de jovens que participavam na greve geral. O Exército assumiu o controlo da cidade, no departamento de Valle del Cauca, e foi decretado o recolher obrigatório. Em Chinácota (departamento de Norte de Santander), foi convocada para ontem um protesto com velas «contra a brutalidade policial que matou tantos jovens nestes últimos dias», informa a TeleSur. Por seu lado, o Colombia Informa revelou que o Esmad interveio de forma violenta em Bucaramanga (Santander), havendo a registar pelo menos dois feridos. Iniciada a 28 de Abril, a greve geral contra a reforma tributária de Duque mantém-se há 4 dias nas ruas. A Rede Francisco Isaías Cifuentes dá conta de 8 mortos, vários desaparecidos e dezenas de detenções. Convocadas por sindicatos, partidos políticos e organizações sociais, muitos milhares de pessoas vieram para as ruas, no Dia Internacional dos Trabalhadores, para continuarem a dizer «não» à Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) avançada pelo governo de Iván Duque e repudiar a forte repressão policial dos últimos dias. Ao descontentamento e à revolta popular com o projecto de lei juntou-se o «mal-estar» provocado pelo apelo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), expresso na sexta-feira, para que o Exército interviesse contra os manifestantes. Apesar de o Twitter ter apagado, algumas horas depois, o apelo de Uribe às armas, nas ruas e nas redes sociais o repúdio fez ouvir: «O povo não te quer, assassino criminoso» foi uma de várias expressões sintomáticas veiculadas contra o uribista. Ontem, Bogotá foi um dos palcos das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma de Duque e a repressão policial. «Aqui está o povo nas ruas organizado, a lutar por uma vida digna», afirmaram na capital. Na sua conta de Twitter, o Congresso de los Pueblos informou que, neste «Primeiro de Maio, no Sul de Bogotá o povo continua nas ruas, apesar da ameaça das forças de segurança e do governo nacional». A organização denunciou a repressão exercida pela Polícia em vários pontos do país sul-americano, nomeadamente na cidade de Pereira, no departamento de Risaralda. «Fazemos um apelo para que sejam dadas garantias à mobilização social. Protestar é um direito», referiu. A Central Unitária dos Trabalhadores anunciou o prosseguimento da Paralisação Nacional iniciada esta quarta-feira contra a proposta de legislação que visa aumentar impostos para «financiar a crise». «A greve desta quinta-feira insistirá na oposição à Reforma Tributária, prosseguirá dia 19 de Maio e continuará enquanto o governo persistir na proposta actual», disse Francisco Maltés, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Além de «marchas massivas, vigorosas e pacíficas» nesse âmbito, também em defesa de apoios sociais e às pequenas e médias empresas, estão igualmente previstas mobilizações para o Primeiro de Maio. Ontem, desde cedo, milhares de pessoas vieram para as ruas em diferentes cidades e em mais de 500 municípios do país sul-americano, em protesto contra a proposta do governo de Duque, que os manifestantes acusam de estar a passar aos trabalhadores a factura da crise sanitária e económica. A jornada de protesto, convocada pelo Comité Nacional de Greve, visava igualmente denunciar a violência no país, sobretudo os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais, de defensores da paz e dos direitos humanos, bem como de ex-combatentes das FARC-EP signatários do acordo de paz de 2016. Bogotá, Medellín, Cáli, Barranquilla e Cartagena foram palco das maiores mobilizações, e ali foram reportados vários confrontos com as forças de segurança. De acordo com a Prensa Latina, o governo destacou mais de 47 mil agentes para as ruas. «A Colômbia está mergulhada numa crise económica muito profunda e propõe-se uma reforma tributária para acabar de empobrecer a classe média, encarecer os alimentos, quando 30% da população, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística, não está a fazer três refeições diárias», disse a vice-presidente da Federação Médica Colombiana, Carolina Corcho, citada pela Prensa Latina. Por seu lado, o presidente da CUT em Antioquia, Jaime Montoya, classificou a reforma como «a mais regressiva de todas», além de favorecer as grandes empresas e o capital financeiro. A reforma tributária, designada como Lei de Solidariedade Sustentável, contempla o aumento dos impostos sobre produtos e serviços, a instalação de portagens urbanas, e altera o regime de isenções fiscais, o que agravaria a situação de assalariados, pensionistas e população com baixos rendimentos. Em comunicado, o Comité Nacional de Greve, que integra várias organizações sindicais, movimentos sociais e partidos, sublinhou «a profunda rejeição da população pelas medidas neoliberais de Duque», apesar do «pico da pandemia, da estigmatização da greve promovida pelo governo e alguns órgãos de comunicação», informa a TeleSur. O Comité denunciou as medidas de recolher obrigatório e a ausência de transportes públicos, adoptadas por algumas autoridades locais para impedir o protesto, bem como as acções de repressão perpetradas por agentes da Polícia e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) em várias cidades, que se saldaram com um morto, dezenas de feridos e de detidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Órgãos de comunicação locais e internautas deram conta de manifestações, este sábado, também em Barraquilla, Medellín, Bucamaranga, Cartagena e Cáli, com forte presença de forças policiais, militares e de agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), registando-se vários episódios de repressão sobre os manifestantes. Houve igualmente mobilizações na região do Catatumbo e na cidade de Popayán, no Cauca. Nesta última, refere a TeleSur, a manifestação do Primeiro de Maio – contra a reforma tributária e a repressão do governo de Duque – é a primeira em mais de 80 anos. Em Cáli, no departamento de Valle del Cauca, a manifestação do Dia do Trabalhador foi massiva, como resposta à grande repressão exercida sobre os manifestantes nos dias anteriores. De acordo com um relatório divulgado pela Rede de Direitos Humanos Francisco Isaías Cifuentes na sexta-feira à noite, pelo menos oito pessoas foram mortas em Cáli durante as mobilizações. Além disso, o organismo registou a detenção de pelo menos 84 pessoas, 28 feridos, três manifestantes desaparecidos, três casos de pessoas que perderam um olho e o de uma mulher que foi abusada sexualmente por um agente do Esmad. Ainda na sexta-feira, confrontado com a grande oposição nas ruas ao polémico projecto para reajustar as contas em tempos de «crise», Iván Duque anunciou que ordenou ao Ministério das Finanças proceder à sua reformulação. Já ontem, ao final do dia, na sequência de nova jornada de intensas mobilizações no país, o presidente colombiano anunciou que irá destacar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar os protestos nas principais cidades. Para tal, explica a TeleSur, irá recorrer à figura da «assistência militar», que, disse, está contemplada na Constituição e que manterá, em coordenação com autarcas e governadores, até que as manifestações acabem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em Cúcuta, a greve prossegue, tendo os manifestantes realizado um minuto de silêncio pelas pessoas assassinadas pela Polícia nos protestos destes últimos dias na Colômbia. O porta-voz nacional do Congreso de los Pueblos, Jimmy Moreno, disse, em alusão ao povo colombiano, que «a dignidade se expressa nas ruas e estradas contra este governo criminoso e corrupto de Iván Duque», cuja renúncia imediata exigiu. De acordo com o movimento, «a greve geral pretende superar a crise sanitária, educativa, de habitação, emprego, alimentação, transporte, feminicídios» na Colômbia e rejeita «as práticas sociais genocidas contra o movimento social: assassinato, judicialização, ameaça e perseguição por parte do Estado colombiano há décadas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As manifestações começaram há uma semana tendo como principal objectivo a retirada da reforma tributária proposta pelo governo de Duque e agora continuam nas ruas com um espectro de reivindicações muito mais amplo, em que se inclui a rejeição da violência estrututal e da brutalidade policial no país. De acordo com o balanço divulgado pela Plataforma Grita, relativo à repressão exercida sobre os manifestantes pelos agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) e elementos do Exército colombiano, no período referido registaram-se 1708 casos de violência, com os mais recentes a ocorrerem em cidades como Pereira, Cáli, Medellín, Barranquilla, Buga, Palmira e Bogotá. O balanço da repressão policial e militar aponta ainda para 222 casos de vítimas de violência física, 37 homicídios, 831 detenções arbitrárias, 312 intervenções violentas, 22 pessoas com lesões oculares, 110 vítimas de balas disparadas por polícias e dez casos de violência sexual. Os países que integram a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) emitiram ontem um comunicado em manifestam a sua preocupação com as vítimas da violência física, das detenções arbitrárias, de desaparecimento, de abuso sexual durante a repressão dos protestos sociais. O bloco repudiou o uso excessivo da força por parte dos agentes de segurança na Colômbia, tendo feito um apelo às autoridades para velarem pelo dever de proteger os direitos humanos, o direito à vida e à segurança pessoal, refere a agência Prensa Latina. No texto, a ALBA-TCP destaca que a violência, por parte das forças do Estado, não resolve as causas estruturais das situações de injustiça social, e fez votos pela paz do povo da Colômbia e para que prevaleça o diálogo e a sensatez. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Os manifestantes exibiram bandeiras, cartazes e fizeram ouvir palavras de ordem, de forma pacífica, em defesa de várias reivindicações. Nalgumas marchas, como a que teve lugar junto ao monumento aos Heróis, em Bogotá, foram evocados os 6402 «falsos positivos» (pessoas assassinadas para depois serem apresentadas como guerrilheiros abatidos). Em Manizales, os manifestantes homenagearam quem se transformou em mártir nesta greve geral. Um deles foi Lucas Villa, estudante atingido a tiro no passado dia 5 e que morreu esta terça-feira, dia 11. Os povos originários também aderiram à jornada de mobilizações, refere a Prensa Latina, para «avançar na defesa da vida, da paz, da justiça, da autonomia e da qualidade de vida para os colombianos». Por seu lado, ex-guerrilheiros mobilizaram-se pela implementação total do acordo de paz, o fim dos assassinatos dos seus signatários e dos dirigentes sociais, e por um rendimento mínimo universal. O fim da violência e da militarização, bem como a revogação de um projecto de reforma do sector da Saúde com carácter privatizador foram algumas das exigências comuns às centenas de milhares de manifestantes que ontem vieram para as ruas da Colômbia. Segundo o Comité Nacional da Greve, as jornadas de luta recentes surgiram do «desespero provocado pela pobreza e o abandono estatal» a que se viu votada a população colombiana. «Enquanto a fome se tornava uma rotina trágica com o símbolo do trapo vermelho pendurado nas portas e janelas de milhares de casas, a resposta do governo foi aumentar a sua despesa e olhar para o lado», afirmaram os organizadores do protesto, citados pela Prensa Latina. A cidade de Cáli, que tem sido um dos pontos mais activos da greve geral, encontra-se cercada por militares e polícias, após uma decisão de Duque para acabar com os protestos contra o governo. Iván Duque, o presidente da Colômbia, deu ontem ordens aos ministros do Interior e da Defesa, Daniel Palacios e Diego Molano, respectivamente, para militarizar a capital do departamento de Valle del Cauca e «garantir» a manutenção da ordem por parte das forças de segurança. Instou à aplicação da lei seca, ao levantamento dos bloqueios nas ruas e ao regresso às suas zonas dos membros do Conselho Regional Indígena do Cauca (CRIC), qe ontem se tinham dirigido a Cáli em protesto e foram atacados a tiro. Horas depois, o ministro da Defesa confirmou o destacamento de 10 mil polícias e 2100 soldados para Cáli, de modo a «garantir a segurança», refere a TeleSur, tendo sublinhado que «não pode haver violência» e que os bloqueios «são um crime». À meia-noite (hora local), o departamento de Valle del Cauca ficou fechado ao exterior e a mobilidade foi restringida, medidas que, segundo a Prensa Latina, devem permanecer em vigor até ao próximo sábado. O Exército anunciou que soldados da Terceira Brigada estão a realizar controlos em várias zonas de Cáli, Jamundí e Yumbo, «procurando garantir o bem-estar dos cidadãos». A ordem foi decretada depois da violência ocorrida ontem na cidade, quando «civis», apoiados pela Polícia, dispararam sobre indígenas reunidos no contexto da greve geral, segundo denúncias por estes veiculadas e vídeos que foram postos a circular nas redes sociais. Organizações de direitos humanos referiram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. O MP anunciou que vai incriminar vários agentes por homicídio. Na noite de quarta-feira, voltou a registar-se intensa repressão por parte das forças de segurança na Colômbia, e pelo menos dois jovens foram mortos na localidade de Pereira (departamento de Risaralda). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram polícias a disparar junto a um viaduto contra uma concentração de jovens que se manifestavam contra o governo de Iván Duque. Estes vídeos seguem-se a outros, referentes à noite anterior, em que se vê a Polícia e os militares a dispararem fogo pesado e também a partir de helicópteros contra manifestantes, no âmbito dos protestos relacionados com a greve geral iniciada no passado dia 28 de Abril. Além dos jovens mortos, que se soube serem Lucas Villa e Miguel Ciro, estudantes de Desporto na Universidade Tecnológica de Pereira, registaram-se vários feridos, na sequência das cargas e disparos policiais. Organizações de direitos humanos indicaram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. Neste contexto, o Ministério Público (MP) colombiano anunciou, esta quarta-feira, que irá incriminar diversos agentes pelos homicídios de três civis durante as manifestações. De acordo com o MP, o saldo é de 11 vítimas mortais até ao momento, bastante inferior ao registado por diversas ONG, como a Temblores ou a Grita, que afirmam terem ocorrido 37 mortes de manifestantes às mãos da Polícia entre 28 de Abril e 5 de Maio, refere a TeleSur. Desde o dia 28 de Abril até esta terça-feira, a organização Grita registou 31 casos de pessoas mortas pela Polícia em vários pontos da Colômbia. Entretanto, novas reivindicações surgem na greve geral. Ontem à noite, realizaram-se concentrações em diversas cidades, com velas para evocar os «assassinados em território nacional» durante as jornadas de protesto, que inicialmente visavam a Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) proposta pelo governo de Iván Duque, mas depois alastraram para outras reivindicações. Na sua conta de Twitter, o movimento Congreso de los Pueblos, deu conta do ajuntamento na capital, Bogotá, para denunciar a brutalidade policial no país, que, segundo dados divulgados por diversos organismos, ultrapassa os 1443 casos de violência ao longo da greve geral. A plataforma Grita revelou que, entre as 6h (hora local) de 28 de Abril e as 8h de 4 de Maio, há registo de 216 vítimas de física por parte da Polícia. A mesma fonte indicou que 31 pessoas foram assassinadas, 21 sofreram agressões nos olhos e dez foram vítimas de violência sexual, igualmente por parte da Polícia. No mesmo período, foram registados 814 casos de detenções arbitrárias e 77 de disparos com armas de fogo. Para além disto, a Provedoria de Justiça emitiu um comunicado em que dá conta de 87 pessoas desaparecidas até ao momento. O general colombiano Eduardo Enrique Zapateiro instou um grupo de polícias a prosseguir a sua acção na cidade de Cáli, tendo-lhes dito que «estamos a fazer as coisas bem» e que estão a «salvar a democracia que alguns querem destruir», refere a TeleSur. Estas declarações de Zapateiro foram proferidas depois de, na noite de segunda-feira, membros do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) terem esntrado no Bairro de Siloé, em Cáli, onde atacaram à bala grupos de jovens que participavam na greve geral. O Exército assumiu o controlo da cidade, no departamento de Valle del Cauca, e foi decretado o recolher obrigatório. Em Chinácota (departamento de Norte de Santander), foi convocada para ontem um protesto com velas «contra a brutalidade policial que matou tantos jovens nestes últimos dias», informa a TeleSur. Por seu lado, o Colombia Informa revelou que o Esmad interveio de forma violenta em Bucaramanga (Santander), havendo a registar pelo menos dois feridos. Iniciada a 28 de Abril, a greve geral contra a reforma tributária de Duque mantém-se há 4 dias nas ruas. A Rede Francisco Isaías Cifuentes dá conta de 8 mortos, vários desaparecidos e dezenas de detenções. Convocadas por sindicatos, partidos políticos e organizações sociais, muitos milhares de pessoas vieram para as ruas, no Dia Internacional dos Trabalhadores, para continuarem a dizer «não» à Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) avançada pelo governo de Iván Duque e repudiar a forte repressão policial dos últimos dias. Ao descontentamento e à revolta popular com o projecto de lei juntou-se o «mal-estar» provocado pelo apelo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), expresso na sexta-feira, para que o Exército interviesse contra os manifestantes. Apesar de o Twitter ter apagado, algumas horas depois, o apelo de Uribe às armas, nas ruas e nas redes sociais o repúdio fez ouvir: «O povo não te quer, assassino criminoso» foi uma de várias expressões sintomáticas veiculadas contra o uribista. Ontem, Bogotá foi um dos palcos das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma de Duque e a repressão policial. «Aqui está o povo nas ruas organizado, a lutar por uma vida digna», afirmaram na capital. Na sua conta de Twitter, o Congresso de los Pueblos informou que, neste «Primeiro de Maio, no Sul de Bogotá o povo continua nas ruas, apesar da ameaça das forças de segurança e do governo nacional». A organização denunciou a repressão exercida pela Polícia em vários pontos do país sul-americano, nomeadamente na cidade de Pereira, no departamento de Risaralda. «Fazemos um apelo para que sejam dadas garantias à mobilização social. Protestar é um direito», referiu. A Central Unitária dos Trabalhadores anunciou o prosseguimento da Paralisação Nacional iniciada esta quarta-feira contra a proposta de legislação que visa aumentar impostos para «financiar a crise». «A greve desta quinta-feira insistirá na oposição à Reforma Tributária, prosseguirá dia 19 de Maio e continuará enquanto o governo persistir na proposta actual», disse Francisco Maltés, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Além de «marchas massivas, vigorosas e pacíficas» nesse âmbito, também em defesa de apoios sociais e às pequenas e médias empresas, estão igualmente previstas mobilizações para o Primeiro de Maio. Ontem, desde cedo, milhares de pessoas vieram para as ruas em diferentes cidades e em mais de 500 municípios do país sul-americano, em protesto contra a proposta do governo de Duque, que os manifestantes acusam de estar a passar aos trabalhadores a factura da crise sanitária e económica. A jornada de protesto, convocada pelo Comité Nacional de Greve, visava igualmente denunciar a violência no país, sobretudo os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais, de defensores da paz e dos direitos humanos, bem como de ex-combatentes das FARC-EP signatários do acordo de paz de 2016. Bogotá, Medellín, Cáli, Barranquilla e Cartagena foram palco das maiores mobilizações, e ali foram reportados vários confrontos com as forças de segurança. De acordo com a Prensa Latina, o governo destacou mais de 47 mil agentes para as ruas. «A Colômbia está mergulhada numa crise económica muito profunda e propõe-se uma reforma tributária para acabar de empobrecer a classe média, encarecer os alimentos, quando 30% da população, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística, não está a fazer três refeições diárias», disse a vice-presidente da Federação Médica Colombiana, Carolina Corcho, citada pela Prensa Latina. Por seu lado, o presidente da CUT em Antioquia, Jaime Montoya, classificou a reforma como «a mais regressiva de todas», além de favorecer as grandes empresas e o capital financeiro. A reforma tributária, designada como Lei de Solidariedade Sustentável, contempla o aumento dos impostos sobre produtos e serviços, a instalação de portagens urbanas, e altera o regime de isenções fiscais, o que agravaria a situação de assalariados, pensionistas e população com baixos rendimentos. Em comunicado, o Comité Nacional de Greve, que integra várias organizações sindicais, movimentos sociais e partidos, sublinhou «a profunda rejeição da população pelas medidas neoliberais de Duque», apesar do «pico da pandemia, da estigmatização da greve promovida pelo governo e alguns órgãos de comunicação», informa a TeleSur. O Comité denunciou as medidas de recolher obrigatório e a ausência de transportes públicos, adoptadas por algumas autoridades locais para impedir o protesto, bem como as acções de repressão perpetradas por agentes da Polícia e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) em várias cidades, que se saldaram com um morto, dezenas de feridos e de detidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Órgãos de comunicação locais e internautas deram conta de manifestações, este sábado, também em Barraquilla, Medellín, Bucamaranga, Cartagena e Cáli, com forte presença de forças policiais, militares e de agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), registando-se vários episódios de repressão sobre os manifestantes. Houve igualmente mobilizações na região do Catatumbo e na cidade de Popayán, no Cauca. Nesta última, refere a TeleSur, a manifestação do Primeiro de Maio – contra a reforma tributária e a repressão do governo de Duque – é a primeira em mais de 80 anos. Em Cáli, no departamento de Valle del Cauca, a manifestação do Dia do Trabalhador foi massiva, como resposta à grande repressão exercida sobre os manifestantes nos dias anteriores. De acordo com um relatório divulgado pela Rede de Direitos Humanos Francisco Isaías Cifuentes na sexta-feira à noite, pelo menos oito pessoas foram mortas em Cáli durante as mobilizações. Além disso, o organismo registou a detenção de pelo menos 84 pessoas, 28 feridos, três manifestantes desaparecidos, três casos de pessoas que perderam um olho e o de uma mulher que foi abusada sexualmente por um agente do Esmad. Ainda na sexta-feira, confrontado com a grande oposição nas ruas ao polémico projecto para reajustar as contas em tempos de «crise», Iván Duque anunciou que ordenou ao Ministério das Finanças proceder à sua reformulação. Já ontem, ao final do dia, na sequência de nova jornada de intensas mobilizações no país, o presidente colombiano anunciou que irá destacar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar os protestos nas principais cidades. Para tal, explica a TeleSur, irá recorrer à figura da «assistência militar», que, disse, está contemplada na Constituição e que manterá, em coordenação com autarcas e governadores, até que as manifestações acabem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em Cúcuta, a greve prossegue, tendo os manifestantes realizado um minuto de silêncio pelas pessoas assassinadas pela Polícia nos protestos destes últimos dias na Colômbia. O porta-voz nacional do Congreso de los Pueblos, Jimmy Moreno, disse, em alusão ao povo colombiano, que «a dignidade se expressa nas ruas e estradas contra este governo criminoso e corrupto de Iván Duque», cuja renúncia imediata exigiu. De acordo com o movimento, «a greve geral pretende superar a crise sanitária, educativa, de habitação, emprego, alimentação, transporte, feminicídios» na Colômbia e rejeita «as práticas sociais genocidas contra o movimento social: assassinato, judicialização, ameaça e perseguição por parte do Estado colombiano há décadas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As manifestações começaram há uma semana tendo como principal objectivo a retirada da reforma tributária proposta pelo governo de Duque e agora continuam nas ruas com um espectro de reivindicações muito mais amplo, em que se inclui a rejeição da violência estrututal e da brutalidade policial no país. De acordo com o balanço divulgado pela Plataforma Grita, relativo à repressão exercida sobre os manifestantes pelos agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) e elementos do Exército colombiano, no período referido registaram-se 1708 casos de violência, com os mais recentes a ocorrerem em cidades como Pereira, Cáli, Medellín, Barranquilla, Buga, Palmira e Bogotá. O balanço da repressão policial e militar aponta ainda para 222 casos de vítimas de violência física, 37 homicídios, 831 detenções arbitrárias, 312 intervenções violentas, 22 pessoas com lesões oculares, 110 vítimas de balas disparadas por polícias e dez casos de violência sexual. Os países que integram a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) emitiram ontem um comunicado em manifestam a sua preocupação com as vítimas da violência física, das detenções arbitrárias, de desaparecimento, de abuso sexual durante a repressão dos protestos sociais. O bloco repudiou o uso excessivo da força por parte dos agentes de segurança na Colômbia, tendo feito um apelo às autoridades para velarem pelo dever de proteger os direitos humanos, o direito à vida e à segurança pessoal, refere a agência Prensa Latina. No texto, a ALBA-TCP destaca que a violência, por parte das forças do Estado, não resolve as causas estruturais das situações de injustiça social, e fez votos pela paz do povo da Colômbia e para que prevaleça o diálogo e a sensatez. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Não é a primeira vez que alegados civis, denunciados por algumas fontes como paramilitares, disparam sobre manifestantes na greve geral. A Polícia responsabilizou as comunidades ancestrais pelo facto, mas Feliciano Valencia, senador do Movimento Alternativo Social e Indígena, desmentiu essas acusações, tendo afirmado que os indígenas estavam desarmados e foram atacados. Em comunicado, o CRIC denunciou o ataque «por homens vestidos à civil», que deixou oito indígenas feridos à entrada de Cáli, no 12.º dia da greve geral na Colômbia. Fez ainda um apelo ao governo de Iván Duque para que acabe com a militarização das forças policiais e com a criminalização do protesto no país, indica a TeleSur. A mesma fonte informa que, nas redes sociais, surgiram denúncias de que o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) «atacou e sequestrou jovens» em Cáli, tendo levado oito do Bairro Meléndez, já depois do anúncio de Duque de que iria aumentar a presença policial e militar na cidade. O fim da militarização das ruas e o fim da repressão sobre os manifestantes são duas reivindicações que o povo colombiano assumiu nestes dias de protestos intensos, que começaram a 28 de Abril, contra a reforma tributária e as políticas neoliberais implementadas pelo governo de Duque, e depois alastraram para a defesa de uma mudança do sistema político e dos direitos fundamentais, em que se incluem saúde, habitação e trabalho. O governo respondeu aos manifestantes com mão pesada e, ao cabo de 12 dias de mobilizações, a ONG Temblores registava 47 mortos no contexto da greve geral, 963 detenções arbitrárias, 12 casos de violência sexual, 548 desaparecidos, 28 pessoas com feridas oculares. Perante este cenário, várias cidades espalhadas pelo mundo acolheram, este sábado, mobilizações solidárias com o povo colombiano, de apoio ao movimento social e sindical do país sul-americano e para denunciar a repressão e a violência exercidas sobre os manifestantes. Foi o caso de cidades em França, em Espanha, nos Estados Unidos, na Bélgica, na Suíça, na Austrália, na Argentina, no México e em Portugal, entre outros países. Em Portugal, a mobilização ocorreu este sábado na cidade do Porto e reuniu cerca de 70 pessoas, que denunciaram a repressão e «o governo reaccionário de Iván Duque». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A miséria e a desigualdade social já se faziam notar bem antes da pandemia, mas agudizaram-se e mostraram toda a sua intensidade com um governo que aumentava a despesa militar, acrescentaram. Os «números da infâmia» já foram divulgados pelo Departamento Administrativo Nacional de Estatística: mais de sete milhões de pessoas só comem duas vezes por dia e mais de 500 mil colombianos só o fazem uma vez, destacaram os convocantes. Ainda para mais, quando, no ano passado, a pobreza atingiu 42,5% da população, o governo «propôs torpemente uma reforma tributária regressiva», enfatizam, acrescentando que o sistema deficitário de saúde e a falta de financiamento da educação são sentidos com mais dureza pelos afrodescendentes, os indígenas, as mulheres e os agricultores. Apesar das manifestações pacíficas, à noite o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) carregou sobre os manifestantes na capital, como o faz praticamente todos os dias. Na capital do departamento do Cauca, Popayán, agentes do Esmad atacaram e prenderam vários manifestantes que se encontravam no Parque Caldas, incluindo o jornalista Kevin Acosta, da Red Alterna, revela a TeleSur. Em Barranquilla, no departamento do Atlântico, disputou-se ontem a partida entre o Junior e o River Plate, a contar para Copa Libertadores, e o Esmad atacou os apoiantes que, nas imediações do Estádio Romelio Martínez, se juntaram à mobilização. Desde o dia 28 de Abril até esta terça-feira, a organização Grita registou 31 casos de pessoas mortas pela Polícia em vários pontos da Colômbia. Entretanto, novas reivindicações surgem na greve geral. Ontem à noite, realizaram-se concentrações em diversas cidades, com velas para evocar os «assassinados em território nacional» durante as jornadas de protesto, que inicialmente visavam a Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) proposta pelo governo de Iván Duque, mas depois alastraram para outras reivindicações. Na sua conta de Twitter, o movimento Congreso de los Pueblos, deu conta do ajuntamento na capital, Bogotá, para denunciar a brutalidade policial no país, que, segundo dados divulgados por diversos organismos, ultrapassa os 1443 casos de violência ao longo da greve geral. A plataforma Grita revelou que, entre as 6h (hora local) de 28 de Abril e as 8h de 4 de Maio, há registo de 216 vítimas de física por parte da Polícia. A mesma fonte indicou que 31 pessoas foram assassinadas, 21 sofreram agressões nos olhos e dez foram vítimas de violência sexual, igualmente por parte da Polícia. No mesmo período, foram registados 814 casos de detenções arbitrárias e 77 de disparos com armas de fogo. Para além disto, a Provedoria de Justiça emitiu um comunicado em que dá conta de 87 pessoas desaparecidas até ao momento. O general colombiano Eduardo Enrique Zapateiro instou um grupo de polícias a prosseguir a sua acção na cidade de Cáli, tendo-lhes dito que «estamos a fazer as coisas bem» e que estão a «salvar a democracia que alguns querem destruir», refere a TeleSur. Estas declarações de Zapateiro foram proferidas depois de, na noite de segunda-feira, membros do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) terem esntrado no Bairro de Siloé, em Cáli, onde atacaram à bala grupos de jovens que participavam na greve geral. O Exército assumiu o controlo da cidade, no departamento de Valle del Cauca, e foi decretado o recolher obrigatório. Em Chinácota (departamento de Norte de Santander), foi convocada para ontem um protesto com velas «contra a brutalidade policial que matou tantos jovens nestes últimos dias», informa a TeleSur. Por seu lado, o Colombia Informa revelou que o Esmad interveio de forma violenta em Bucaramanga (Santander), havendo a registar pelo menos dois feridos. Iniciada a 28 de Abril, a greve geral contra a reforma tributária de Duque mantém-se há 4 dias nas ruas. A Rede Francisco Isaías Cifuentes dá conta de 8 mortos, vários desaparecidos e dezenas de detenções. Convocadas por sindicatos, partidos políticos e organizações sociais, muitos milhares de pessoas vieram para as ruas, no Dia Internacional dos Trabalhadores, para continuarem a dizer «não» à Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) avançada pelo governo de Iván Duque e repudiar a forte repressão policial dos últimos dias. Ao descontentamento e à revolta popular com o projecto de lei juntou-se o «mal-estar» provocado pelo apelo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), expresso na sexta-feira, para que o Exército interviesse contra os manifestantes. Apesar de o Twitter ter apagado, algumas horas depois, o apelo de Uribe às armas, nas ruas e nas redes sociais o repúdio fez ouvir: «O povo não te quer, assassino criminoso» foi uma de várias expressões sintomáticas veiculadas contra o uribista. Ontem, Bogotá foi um dos palcos das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma de Duque e a repressão policial. «Aqui está o povo nas ruas organizado, a lutar por uma vida digna», afirmaram na capital. Na sua conta de Twitter, o Congresso de los Pueblos informou que, neste «Primeiro de Maio, no Sul de Bogotá o povo continua nas ruas, apesar da ameaça das forças de segurança e do governo nacional». A organização denunciou a repressão exercida pela Polícia em vários pontos do país sul-americano, nomeadamente na cidade de Pereira, no departamento de Risaralda. «Fazemos um apelo para que sejam dadas garantias à mobilização social. Protestar é um direito», referiu. A Central Unitária dos Trabalhadores anunciou o prosseguimento da Paralisação Nacional iniciada esta quarta-feira contra a proposta de legislação que visa aumentar impostos para «financiar a crise». «A greve desta quinta-feira insistirá na oposição à Reforma Tributária, prosseguirá dia 19 de Maio e continuará enquanto o governo persistir na proposta actual», disse Francisco Maltés, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Além de «marchas massivas, vigorosas e pacíficas» nesse âmbito, também em defesa de apoios sociais e às pequenas e médias empresas, estão igualmente previstas mobilizações para o Primeiro de Maio. Ontem, desde cedo, milhares de pessoas vieram para as ruas em diferentes cidades e em mais de 500 municípios do país sul-americano, em protesto contra a proposta do governo de Duque, que os manifestantes acusam de estar a passar aos trabalhadores a factura da crise sanitária e económica. A jornada de protesto, convocada pelo Comité Nacional de Greve, visava igualmente denunciar a violência no país, sobretudo os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais, de defensores da paz e dos direitos humanos, bem como de ex-combatentes das FARC-EP signatários do acordo de paz de 2016. Bogotá, Medellín, Cáli, Barranquilla e Cartagena foram palco das maiores mobilizações, e ali foram reportados vários confrontos com as forças de segurança. De acordo com a Prensa Latina, o governo destacou mais de 47 mil agentes para as ruas. «A Colômbia está mergulhada numa crise económica muito profunda e propõe-se uma reforma tributária para acabar de empobrecer a classe média, encarecer os alimentos, quando 30% da população, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística, não está a fazer três refeições diárias», disse a vice-presidente da Federação Médica Colombiana, Carolina Corcho, citada pela Prensa Latina. Por seu lado, o presidente da CUT em Antioquia, Jaime Montoya, classificou a reforma como «a mais regressiva de todas», além de favorecer as grandes empresas e o capital financeiro. A reforma tributária, designada como Lei de Solidariedade Sustentável, contempla o aumento dos impostos sobre produtos e serviços, a instalação de portagens urbanas, e altera o regime de isenções fiscais, o que agravaria a situação de assalariados, pensionistas e população com baixos rendimentos. Em comunicado, o Comité Nacional de Greve, que integra várias organizações sindicais, movimentos sociais e partidos, sublinhou «a profunda rejeição da população pelas medidas neoliberais de Duque», apesar do «pico da pandemia, da estigmatização da greve promovida pelo governo e alguns órgãos de comunicação», informa a TeleSur. O Comité denunciou as medidas de recolher obrigatório e a ausência de transportes públicos, adoptadas por algumas autoridades locais para impedir o protesto, bem como as acções de repressão perpetradas por agentes da Polícia e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) em várias cidades, que se saldaram com um morto, dezenas de feridos e de detidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Órgãos de comunicação locais e internautas deram conta de manifestações, este sábado, também em Barraquilla, Medellín, Bucamaranga, Cartagena e Cáli, com forte presença de forças policiais, militares e de agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), registando-se vários episódios de repressão sobre os manifestantes. Houve igualmente mobilizações na região do Catatumbo e na cidade de Popayán, no Cauca. Nesta última, refere a TeleSur, a manifestação do Primeiro de Maio – contra a reforma tributária e a repressão do governo de Duque – é a primeira em mais de 80 anos. Em Cáli, no departamento de Valle del Cauca, a manifestação do Dia do Trabalhador foi massiva, como resposta à grande repressão exercida sobre os manifestantes nos dias anteriores. De acordo com um relatório divulgado pela Rede de Direitos Humanos Francisco Isaías Cifuentes na sexta-feira à noite, pelo menos oito pessoas foram mortas em Cáli durante as mobilizações. Além disso, o organismo registou a detenção de pelo menos 84 pessoas, 28 feridos, três manifestantes desaparecidos, três casos de pessoas que perderam um olho e o de uma mulher que foi abusada sexualmente por um agente do Esmad. Ainda na sexta-feira, confrontado com a grande oposição nas ruas ao polémico projecto para reajustar as contas em tempos de «crise», Iván Duque anunciou que ordenou ao Ministério das Finanças proceder à sua reformulação. Já ontem, ao final do dia, na sequência de nova jornada de intensas mobilizações no país, o presidente colombiano anunciou que irá destacar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar os protestos nas principais cidades. Para tal, explica a TeleSur, irá recorrer à figura da «assistência militar», que, disse, está contemplada na Constituição e que manterá, em coordenação com autarcas e governadores, até que as manifestações acabem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em Cúcuta, a greve prossegue, tendo os manifestantes realizado um minuto de silêncio pelas pessoas assassinadas pela Polícia nos protestos destes últimos dias na Colômbia. O porta-voz nacional do Congreso de los Pueblos, Jimmy Moreno, disse, em alusão ao povo colombiano, que «a dignidade se expressa nas ruas e estradas contra este governo criminoso e corrupto de Iván Duque», cuja renúncia imediata exigiu. De acordo com o movimento, «a greve geral pretende superar a crise sanitária, educativa, de habitação, emprego, alimentação, transporte, feminicídios» na Colômbia e rejeita «as práticas sociais genocidas contra o movimento social: assassinato, judicialização, ameaça e perseguição por parte do Estado colombiano há décadas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo as denúncias de organizações sociais e os vídeos publicados nas redes sociais, o Esmad atacou com gás lacrimogéneo e bombas atordoantes centenas de jovens que se concentraram no lado de fora do estádio e se uniram aos protestos da greve geral, enquanto decorria o jogo, indica a TeleSur. Sergio Marín, do partido Comunes, destacou como, enquanto a normalidade futebolística decorria lá dentro, cá fora o povo que se mobilizava pelos direitos levava tareia. «Pão e circo, ao melhor estilo das ditaduras do Cone Sul», denunciou na sua conta de Twitter. No mais recente relatório, a ONG Temblores informou que, entre 28 de Abril e 10 de Maio, foram mortas pelo menos 40 pessoas na Colômbia, no âmbito da greve geral, e se registaram 1956 casos de violência policial. A Temblores, que irá actualizar os seus dados hoje, revelou ainda que, no período referido, 1003 cidadãos foram detidos arbitrariamente, se registaram 12 casos de pessoas agredidas sexualmente pela Polícia e 28 de pessoas com lesões oculares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Mas desta vez, defendeu Marín, estamos perante uma situação totalmente nova, diferente e qualitativamente superior. «O povo já entendeu que só a luta nas ruas, unida em torno de algumas reivindicações e mantendo a pressão, faz o governo ceder.» Acrescentou que isto ocorre num contexto de repressão que põe os números «praticamente ao nível de um verdadeiro massacre, com cerca de 50 colombianos mortos». «Fala-se em mais de 500 desaparecidos, de mil pessoas presas, processadas e levadas para a prisão, por isso poderíamos dizer que são verdadeiros presos políticos», alertou. Desta forma, as autoridades agravaram a «inconformidade» e elevaram o nível de resposta da luta dos colombianos, principalmente dos mais jovens, nas ruas do país, argumentou. «Até agora, foram alcançados alguns resultados extremamente importantes: a proposta de reforma tributária foi desmantelada, dois ministros demitiram-se, o governo anunciou que está em condições de garantir a gratuitidade do Ensino Superior aos estratos I, II e III», enumerou. Ou seja, matrícula zero para as camadas mais pobres da população, tendo em conta que o governo dividiu os colombianos em seis níveis para esse efeito. «O nível I é o mais baixo, de pessoas que vivem praticamente na miséria, e o nível VI é o dos sectores mais ricos da população». Isto é algo que o movimento estudantil andava a pedir ou a exigir há muitos anos, com o governo a insistir na resposta negativa, explicou. «Um dos resultados desta greve foi o anúncio de que era possível; era uma decisão política e bastava simplesmente ter vontade de o fazer.» O cenário é bastante complexo. A repressão, como todos sabem, está a piorar, alertou. «Estamos a enfrentar praticamente uma política de terra queimada por parte das forças de segurança do Estado, da Polícia em particular e do seu Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), que é um verdadeiro corpo de repressão, morte e perseguição», denunciou. Organizações de direitos humanos referiram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. O MP anunciou que vai incriminar vários agentes por homicídio. Na noite de quarta-feira, voltou a registar-se intensa repressão por parte das forças de segurança na Colômbia, e pelo menos dois jovens foram mortos na localidade de Pereira (departamento de Risaralda). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram polícias a disparar junto a um viaduto contra uma concentração de jovens que se manifestavam contra o governo de Iván Duque. Estes vídeos seguem-se a outros, referentes à noite anterior, em que se vê a Polícia e os militares a dispararem fogo pesado e também a partir de helicópteros contra manifestantes, no âmbito dos protestos relacionados com a greve geral iniciada no passado dia 28 de Abril. Além dos jovens mortos, que se soube serem Lucas Villa e Miguel Ciro, estudantes de Desporto na Universidade Tecnológica de Pereira, registaram-se vários feridos, na sequência das cargas e disparos policiais. Organizações de direitos humanos indicaram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. Neste contexto, o Ministério Público (MP) colombiano anunciou, esta quarta-feira, que irá incriminar diversos agentes pelos homicídios de três civis durante as manifestações. De acordo com o MP, o saldo é de 11 vítimas mortais até ao momento, bastante inferior ao registado por diversas ONG, como a Temblores ou a Grita, que afirmam terem ocorrido 37 mortes de manifestantes às mãos da Polícia entre 28 de Abril e 5 de Maio, refere a TeleSur. Desde o dia 28 de Abril até esta terça-feira, a organização Grita registou 31 casos de pessoas mortas pela Polícia em vários pontos da Colômbia. Entretanto, novas reivindicações surgem na greve geral. Ontem à noite, realizaram-se concentrações em diversas cidades, com velas para evocar os «assassinados em território nacional» durante as jornadas de protesto, que inicialmente visavam a Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) proposta pelo governo de Iván Duque, mas depois alastraram para outras reivindicações. Na sua conta de Twitter, o movimento Congreso de los Pueblos, deu conta do ajuntamento na capital, Bogotá, para denunciar a brutalidade policial no país, que, segundo dados divulgados por diversos organismos, ultrapassa os 1443 casos de violência ao longo da greve geral. A plataforma Grita revelou que, entre as 6h (hora local) de 28 de Abril e as 8h de 4 de Maio, há registo de 216 vítimas de física por parte da Polícia. A mesma fonte indicou que 31 pessoas foram assassinadas, 21 sofreram agressões nos olhos e dez foram vítimas de violência sexual, igualmente por parte da Polícia. No mesmo período, foram registados 814 casos de detenções arbitrárias e 77 de disparos com armas de fogo. Para além disto, a Provedoria de Justiça emitiu um comunicado em que dá conta de 87 pessoas desaparecidas até ao momento. O general colombiano Eduardo Enrique Zapateiro instou um grupo de polícias a prosseguir a sua acção na cidade de Cáli, tendo-lhes dito que «estamos a fazer as coisas bem» e que estão a «salvar a democracia que alguns querem destruir», refere a TeleSur. Estas declarações de Zapateiro foram proferidas depois de, na noite de segunda-feira, membros do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) terem esntrado no Bairro de Siloé, em Cáli, onde atacaram à bala grupos de jovens que participavam na greve geral. O Exército assumiu o controlo da cidade, no departamento de Valle del Cauca, e foi decretado o recolher obrigatório. Em Chinácota (departamento de Norte de Santander), foi convocada para ontem um protesto com velas «contra a brutalidade policial que matou tantos jovens nestes últimos dias», informa a TeleSur. Por seu lado, o Colombia Informa revelou que o Esmad interveio de forma violenta em Bucaramanga (Santander), havendo a registar pelo menos dois feridos. Iniciada a 28 de Abril, a greve geral contra a reforma tributária de Duque mantém-se há 4 dias nas ruas. A Rede Francisco Isaías Cifuentes dá conta de 8 mortos, vários desaparecidos e dezenas de detenções. Convocadas por sindicatos, partidos políticos e organizações sociais, muitos milhares de pessoas vieram para as ruas, no Dia Internacional dos Trabalhadores, para continuarem a dizer «não» à Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) avançada pelo governo de Iván Duque e repudiar a forte repressão policial dos últimos dias. Ao descontentamento e à revolta popular com o projecto de lei juntou-se o «mal-estar» provocado pelo apelo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), expresso na sexta-feira, para que o Exército interviesse contra os manifestantes. Apesar de o Twitter ter apagado, algumas horas depois, o apelo de Uribe às armas, nas ruas e nas redes sociais o repúdio fez ouvir: «O povo não te quer, assassino criminoso» foi uma de várias expressões sintomáticas veiculadas contra o uribista. Ontem, Bogotá foi um dos palcos das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma de Duque e a repressão policial. «Aqui está o povo nas ruas organizado, a lutar por uma vida digna», afirmaram na capital. Na sua conta de Twitter, o Congresso de los Pueblos informou que, neste «Primeiro de Maio, no Sul de Bogotá o povo continua nas ruas, apesar da ameaça das forças de segurança e do governo nacional». A organização denunciou a repressão exercida pela Polícia em vários pontos do país sul-americano, nomeadamente na cidade de Pereira, no departamento de Risaralda. «Fazemos um apelo para que sejam dadas garantias à mobilização social. Protestar é um direito», referiu. A Central Unitária dos Trabalhadores anunciou o prosseguimento da Paralisação Nacional iniciada esta quarta-feira contra a proposta de legislação que visa aumentar impostos para «financiar a crise». «A greve desta quinta-feira insistirá na oposição à Reforma Tributária, prosseguirá dia 19 de Maio e continuará enquanto o governo persistir na proposta actual», disse Francisco Maltés, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Além de «marchas massivas, vigorosas e pacíficas» nesse âmbito, também em defesa de apoios sociais e às pequenas e médias empresas, estão igualmente previstas mobilizações para o Primeiro de Maio. Ontem, desde cedo, milhares de pessoas vieram para as ruas em diferentes cidades e em mais de 500 municípios do país sul-americano, em protesto contra a proposta do governo de Duque, que os manifestantes acusam de estar a passar aos trabalhadores a factura da crise sanitária e económica. A jornada de protesto, convocada pelo Comité Nacional de Greve, visava igualmente denunciar a violência no país, sobretudo os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais, de defensores da paz e dos direitos humanos, bem como de ex-combatentes das FARC-EP signatários do acordo de paz de 2016. Bogotá, Medellín, Cáli, Barranquilla e Cartagena foram palco das maiores mobilizações, e ali foram reportados vários confrontos com as forças de segurança. De acordo com a Prensa Latina, o governo destacou mais de 47 mil agentes para as ruas. «A Colômbia está mergulhada numa crise económica muito profunda e propõe-se uma reforma tributária para acabar de empobrecer a classe média, encarecer os alimentos, quando 30% da população, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística, não está a fazer três refeições diárias», disse a vice-presidente da Federação Médica Colombiana, Carolina Corcho, citada pela Prensa Latina. Por seu lado, o presidente da CUT em Antioquia, Jaime Montoya, classificou a reforma como «a mais regressiva de todas», além de favorecer as grandes empresas e o capital financeiro. A reforma tributária, designada como Lei de Solidariedade Sustentável, contempla o aumento dos impostos sobre produtos e serviços, a instalação de portagens urbanas, e altera o regime de isenções fiscais, o que agravaria a situação de assalariados, pensionistas e população com baixos rendimentos. Em comunicado, o Comité Nacional de Greve, que integra várias organizações sindicais, movimentos sociais e partidos, sublinhou «a profunda rejeição da população pelas medidas neoliberais de Duque», apesar do «pico da pandemia, da estigmatização da greve promovida pelo governo e alguns órgãos de comunicação», informa a TeleSur. O Comité denunciou as medidas de recolher obrigatório e a ausência de transportes públicos, adoptadas por algumas autoridades locais para impedir o protesto, bem como as acções de repressão perpetradas por agentes da Polícia e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) em várias cidades, que se saldaram com um morto, dezenas de feridos e de detidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Órgãos de comunicação locais e internautas deram conta de manifestações, este sábado, também em Barraquilla, Medellín, Bucamaranga, Cartagena e Cáli, com forte presença de forças policiais, militares e de agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), registando-se vários episódios de repressão sobre os manifestantes. Houve igualmente mobilizações na região do Catatumbo e na cidade de Popayán, no Cauca. Nesta última, refere a TeleSur, a manifestação do Primeiro de Maio – contra a reforma tributária e a repressão do governo de Duque – é a primeira em mais de 80 anos. Em Cáli, no departamento de Valle del Cauca, a manifestação do Dia do Trabalhador foi massiva, como resposta à grande repressão exercida sobre os manifestantes nos dias anteriores. De acordo com um relatório divulgado pela Rede de Direitos Humanos Francisco Isaías Cifuentes na sexta-feira à noite, pelo menos oito pessoas foram mortas em Cáli durante as mobilizações. Além disso, o organismo registou a detenção de pelo menos 84 pessoas, 28 feridos, três manifestantes desaparecidos, três casos de pessoas que perderam um olho e o de uma mulher que foi abusada sexualmente por um agente do Esmad. Ainda na sexta-feira, confrontado com a grande oposição nas ruas ao polémico projecto para reajustar as contas em tempos de «crise», Iván Duque anunciou que ordenou ao Ministério das Finanças proceder à sua reformulação. Já ontem, ao final do dia, na sequência de nova jornada de intensas mobilizações no país, o presidente colombiano anunciou que irá destacar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar os protestos nas principais cidades. Para tal, explica a TeleSur, irá recorrer à figura da «assistência militar», que, disse, está contemplada na Constituição e que manterá, em coordenação com autarcas e governadores, até que as manifestações acabem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em Cúcuta, a greve prossegue, tendo os manifestantes realizado um minuto de silêncio pelas pessoas assassinadas pela Polícia nos protestos destes últimos dias na Colômbia. O porta-voz nacional do Congreso de los Pueblos, Jimmy Moreno, disse, em alusão ao povo colombiano, que «a dignidade se expressa nas ruas e estradas contra este governo criminoso e corrupto de Iván Duque», cuja renúncia imediata exigiu. De acordo com o movimento, «a greve geral pretende superar a crise sanitária, educativa, de habitação, emprego, alimentação, transporte, feminicídios» na Colômbia e rejeita «as práticas sociais genocidas contra o movimento social: assassinato, judicialização, ameaça e perseguição por parte do Estado colombiano há décadas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As manifestações começaram há uma semana tendo como principal objectivo a retirada da reforma tributária proposta pelo governo de Duque e agora continuam nas ruas com um espectro de reivindicações muito mais amplo, em que se inclui a rejeição da violência estrututal e da brutalidade policial no país. De acordo com o balanço divulgado pela Plataforma Grita, relativo à repressão exercida sobre os manifestantes pelos agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) e elementos do Exército colombiano, no período referido registaram-se 1708 casos de violência, com os mais recentes a ocorrerem em cidades como Pereira, Cáli, Medellín, Barranquilla, Buga, Palmira e Bogotá. O balanço da repressão policial e militar aponta ainda para 222 casos de vítimas de violência física, 37 homicídios, 831 detenções arbitrárias, 312 intervenções violentas, 22 pessoas com lesões oculares, 110 vítimas de balas disparadas por polícias e dez casos de violência sexual. Os países que integram a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) emitiram ontem um comunicado em manifestam a sua preocupação com as vítimas da violência física, das detenções arbitrárias, de desaparecimento, de abuso sexual durante a repressão dos protestos sociais. O bloco repudiou o uso excessivo da força por parte dos agentes de segurança na Colômbia, tendo feito um apelo às autoridades para velarem pelo dever de proteger os direitos humanos, o direito à vida e à segurança pessoal, refere a agência Prensa Latina. No texto, a ALBA-TCP destaca que a violência, por parte das forças do Estado, não resolve as causas estruturais das situações de injustiça social, e fez votos pela paz do povo da Colômbia e para que prevaleça o diálogo e a sensatez. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Colômbia – destacou – existe uma polícia política com recursos de guerra para «enfrentar» os problemas sociais. «O anúncio do envolvimento do Exército nesta repressão constitui um quadro sério», disse Marín, lembrando que as mobilizações, a pressão social e popular, «aumentam na medida em que não são dadas soluções para as demandas do povo». «Lamentamos, como lamenta a América Latina, que a OEA chefiada por Luis Almagro continue a desenvolver uma agenda contrária aos interesses dos povos do continente, totalmente servil aos interesses dos Estados Unidos e das oligarquias da região», afirmou, destacando que a OEA e Almagro mantêm um silêncio cúmplice pelo qual devem responder, no contexto da situação dramática que a Colômbia atravessa. Está em jogo a possibilidade de cancelar a realização da Copa América na Colômbia, que deve começar daqui a um mês. «As barras das equipas mais fortes da Colômbia uniram-se em torno do lema de que o que o povo colombiano exige não é circo, mas pão», explicou. «O que as pessoas exigem nas ruas, com dignidade, são melhores condições de vida e não mais espectáculos para tentar encobrir o sangue, o massacre, a morte, os desaparecimentos e as torturas na nossa pátria», frisou. «Há relutância em atender ao apelo ao diálogo por parte do governo; o que o povo quer é uma negociação assente numa agenda que inclua reivindicações», disse, acrescentando que as pessoas exigem que o governo diga com clareza aquilo que vai cumprir, e é isso que irá determinar se haverá um acordo. Se for assim, a situação poderia estabilizar-se «enquanto se aguarda as eleições presidenciais de 2022 e a eleição de um governo democrático que responda às necessidades do povo, governe para o povo e não para os monopólios, os latifundiários, os narcotraficantes e as máfias», defendeu Marín. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Com estas iniciativas, diversos sectores integrados no Comité pretendem um rendimento básico de emergência, um salário mínimo mensal por um período de um ano para 7,5 milhões de lares, bem como a gratuitidade universal para todos os estudantes na Educação Superior pública. Exigem ainda o reforço da rede pública de saúde e a valorização do trabalho para enfrentar a pandemia; apoios para a reactivação económica das micro, pequenas e médias empresas e a criação de emprego. Entre outros pontos, reivindicam também o apoio à reactivação do sector agropecuário; medidas para lutar contra a violência de género; garantias para o exercício do direito ao protesto pacífico; e a reforma da Polícia. Apesar do apelo feito ao governo colombiano para que garantisse o direito à manifestação e evitasse a violência policial, nomeadamente pela Missão Internacional pelas Garantias para o Protesto Social e Contra a Impunidade, e dos alertas lançados pelo secretário-geral do Partido Comunista Colombiano, Jaime Caycedo, contra a criminalização da juventude no país sul-americano, em vários pontos as manifestações, em que participaram milhares de pessoas, foram abordadas com excesso de força e reprimidas. De acordo com o Colombia Informa, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) atacou grupos de defesa dos direitos humanos e jornalistas no Bairro La Esmeralda, em Popayán, capital do departamento do Cauca. Para denunciar a desigualdade e a violência, exigir um outro modelo socioeconómico e a dissolução do Esmad, milhares mobilizaram-se em cidades como Medellín, Bucaramanga, Barranquilla, Cáli e Bogotá. Diversos sectores convocaram uma jornada de mobilização nacional para esta segunda-feira, quando passavam dois meses desde o início da «greve geral» contra as políticas neoliberais do governo de Iván Duque. Entre as reivindicações apontadas, contava-se a exigência de justiça para os mais de 70 assassinados, as centenas de desaparecidos, os milhares de feridos pela acção da Polícia e do chamado corpo de elite, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad). Ontem, numa jornada de mobilização que teve grande expressão em cidades como Cáli, Bucaramanga, Medellín, Barranquilla e Bogotá, voltaram a repetir-se as denúncias de repressão e violência por parte do Esmad. Em Medellín, o meio Colombia Informa revelou que os agentes atacaram os manifestantes com canhões de água, com gás lacrimogéneo e, inclusive, com pedras, nomeadamente os que se concentraram na Universidade de Antioquia. Outra denúncia reiterada foi a do ataque a jornalistas que se encontravam a cobrir os protestos, tanto do Colombia Informa como do Tercer Canal. Entre as conquistas alcançadas pelo povo colombiano desde o início das greves e protestos, a 28 de Abril, destaca-se o facto de os manifestantes terem trazido para a primeira linha da actualidade a necessidade de pôr cobro à violência estrutural e à violação massiva dos direitos humanos no país sul-americano, bem como de se avançar com uma reforma no seio da Polícia e de discutir a dissolução do Esmad. O «Paro Nacional» também conseguiu travar a reforma tributária e a reforma de privatização da Saúde, bem como avanços na Educação, ao nível do Ensino Superior, além de ter levado às demissões de dois ministros (Finanças e Negócios Estrangeiros) e de um comandante da Polícia. Na cidade de Cáli, a Associação Nacional dos Estudantes do Secundário reportou várias situações de abuso perpetradas pela Polícia contra os manifestantes mobilizados contra as políticas de Duque. Em comunicado, a associação estudantil referiu que, ontem à tarde, a Polícia efectuou disparos directamente contra vários jovens – alguns dos quais membros da associação – que realizavam uma acção de luta cultural no chamado Puerto Resistencia, em Cáli (departamento de Valle del Cauca). Como dois dos jovens foram atingidos pelas balas – um na cabeça e outro numa perna –, alguns estudantes decidiram mudar-se para o Paso del Comercio, onde, refere o texto, a Polícia os recebeu com disparos de pistolas e espingardas. Neste sentido, a associação estudantil pede ao Município de Cáli que garanta o direito ao protesto e à vida dos manifestantes, exige a retirada imediata das forças policiais e militares dos pontos referidos, bem como a abertura de investigações que permitam esclarecer os factos e condenar os responsáveis. Heidy Sánchez, vereadora no Município de Bogotá, denunciou que o jornalista Diego Otavo, do órgão comunitário Noti Barrio Adentro, foi agredido presumivelmente por membros da Polícia colombiana quando cobria uma mobilização social, esta quarta-feira. No hospital, foi-lhe diagnosticado um trauma cranioencefálico leve, indica a Prensa Latina. Também há registo de diversas denúncias contra a Polícia na cidade de Medellín, onde esta quarta-feira teve lugar uma grande manifestação contra o governo de Iván Duque. De acordo com a TeleSur e vários utilizadores da rede social Twitter, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) atacou membros dos serviços de atendimento médico (APH), bem identificados, com bombas atordoantes e gás lacrimogéneo, e agrediu uma fotógrafa que cobria a manifestação. O Comité da Greve afirma que Duque quer enganar os colombianos. Em Cáli, uma das cidades com mais mortos, feridos e desaparecidos no contexto das mobilizações, o povo inaugurou o Monumento à Resistência. As grandes manifestações e greves contra o governo colombiano iniciadas a 28 de Abril, «por causa de uma reforma tributária» que uma boa parte da população rejeitava, continuam a verificar-se no país sul-americano e prevê-se que prossigam pelo menos ao longo desta semana, tendo em conta que as negociações entre o Comité da Greve e o governo de Iván Duque estão paradas. Diógenes Orejuela, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) e porta-voz do Comité, afirmou que a proposta avançada pelo governo de realizar negociações a nível regional com representantes do Comité da Greve em cada departamento, com a participação dos governadores e presidentes dos municípios, é uma «acção para os enganar», informa a TeleSur. Para o Comité, não se trata de negociações mas de «simulacros e negociações para enganar os colombianos», o que é «uma grande falta de respeito para com o país, com os milhões de colombianos que se manifestaram em mais de 800 municípios», disse Orejuela. Com esta atitude, sublinhou, o governo não se pode queixar de que o país está a ser prejudicado pelas greves e as manifestações. «É o país que é terrivelmente prejudicado por este presidente, Iván Duque», frisou. No domingo, na cidade de Cáli, uma das cidades onde há registo de mais mortos, feridos e desaparecidos na sequência da repressão policial e militar exercida sobre os manifestantes, milhares de pessoas inauguraram o Monumento à Resistência no chamado Puerto Resistencia, local de grandes protestos antigovernamentais. «Sabem porque é o melhor monumento da Colômbia? Porque o fez o povo sem descansar; trabalharam dia e noite com as suas mãos e dignidade para homenagear a luta e os que nela caíram. Obrigado, Puerto Resistencia», disse à Prensa Latina Francisco Romero, presente no local durante a inauguração. Feliciano Valencia, senador pelo Movimento Alternativo Indígena e Social, destacou aquilo que foi alcançado neste «paro nacional», que já vai em 49 dias, como travar a reforma tributária e a reforma de Saúde, a renúncia do ministro das Finanças, Alberto Carrasquilla, bem como da ministra dos Negócios Estrangeiros, Claudia Blum, e do comandante da Polícia de Cáli, Juan Carlos Rodríguez, entre outras coisas. No sábado, houve grandes mobilizações em vários pontos do país, sendo uma das maiores a que ocorreu na cidade de Medellín. Além disso, registaram-se cortes de estrada em diversos locais. Com o que realizaram em Cajamarca (departamento de Tolima), os manifestantes quiseram denunciar a ausência de respostas do governo a temas como a brutalidade policial e a acção dos paramilitares. Na região do Catatumbo (departamento de Norte de Santander, no Nordeste do país), indivíduos que se identificaram como «paramilitares» atacaram agricultores que se manifestavam, chamando-lhes «guerrilheiros», batendo-lhes e roubando-lhes telemóveis. Depois, efectuaram pelo menos 150 disparos, ferindo múltiplos manifestantes, também com «armas traumáticas», segundo refere o Equipo Jurídico Pueblos. O mesmo organismo denunciou, esta segunda-feira, que «paramilitares» mantiveram retidos por várias horas representantes dos camponeses, defensores dos direitos humanos e o governador do departamento de Norte de Santander na Escola Mercedes 2. Enquanto isto ocorria, denunciou o Equipo Jurídico Pueblos, agentes da Polícia Nacional entraram e saíram da escola sem qualquer restrição. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As mobilizações contra as políticas neoliberais do governo de Iván Duque continuaram em vários pontos do país, apesar de, na segunda-feira, o Comité da Greve ter anunciado que ia interromper temporariamente estas iniciativas, que têm tido lugar no país sul-americano deste 28 de Abril último. Numa conferência de imprensa, representantes do Comité justificaram a decisão com o facto de o governo de Duque não ter reconhecido o pré-acordo sobre garantias mínimas para o exercício do direito à manifestação e com a necessidade de proteger os manifestantes da violência. No entanto, a decisão não foi bem acolhida por múltiplos sectores, que anunciaram que iam continuar a fazer greve e a protestar contra o governo «criminoso» de Duque nas ruas do país. Também houve manifestações nas cidades de Pasto (Nariño) e Bucaramanga (Santander), onde foi denunciada a presença e a acção repressiva do Esmad em zonas residenciais. De acordo com a informação divulgada esta terça-feira pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), 70 pessoas foram assassinadas desde o início da greve na Colômbia, sendo que 46 homicídios terão sido perpetrados pelas forças policiais. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No entanto, o governo de Duque recusou-se a assinar um pré-acordo negociado com o Comité da Greve com vista a garantir o direito ao protesto. O Comité decidiu então mudar de estratégia, abandonando as ruas para «proteger as vidas dos manifestantes», isto porque, acrescentou, o governo iria avançar para utilização da força de forma desmedida. Representantes do Comité da Greve anunciaram então um novo plano, que passa pela criação de projectos de lei sobre assuntos contidos no caderno reivindicativo de emergência, que serão entregues ao Congresso no próximo dia 20 de Julho. O Comité anunciou para esse dia uma mobilização que terá como lema «Pela vida, paz, democracia e contra as políticas neoliberais do governo de Duque». No entanto, diversos sectores que integram o Comité manifestaram discordância com uma estratégia que passa por abandonar as ruas, tendo decidido continuar a promover a realização de protestos contra o governo de Duque. As organizações não governamentais Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) e Temblores apresentaram esta segunda-feira um relatório intitulado «Cifras de la violencia en el marco del Paro Nacional 2021» (Números da violência no contexto da Greve Geral 2021), centrado no grande número de manifestações ocorridas nos últimos dois meses e que «foram alvo do uso de violência por parte das forças de segurança». O estudo dá conta de 75 homicídios, dos quais 44 terão sido cometidos pelas forças de segurança. Informa ainda que, entre 28 de Abril e 28 de Junho, 83 pessoas sofreram lesões oculares e 28 foram vítimas de diversas formas de violência sexual. O Indepaz e a Temblores registaram ainda 1832 casos de detenções arbitrárias e 1468 casos de denúncia de violência física por parte dos corpos policiais. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na cidade de Cáli, que ganhou o epíteto de «epicentro da repressão», o Esmad atacou as concentrações na conhecida Ladeira da Dignidade. Em Usme, Bogotá, os manifestantes, apesar da forte repressão, foram resistindo, revelou o Colombia Informa. Na cidade de Medellín (departamento de Antioquia), Polícia e Esmad usaram armas não autorizadas como latas vazias de gás lacrimogéneo cheias com pólvora, perdigões, objectos metálicos e vidros, entre outras. O Esmad atacou, inclusive, um concerto na zona de Parques del Río-Medellín, usando gás lacrimogéneo e bombas atordoantes contra as personas que ali se encontravam. De acordo com a organização Temblores, entre 28 de Abril e 26 de Junho, registaram-se pelo menos 4687 casos de violência policial (sem incluir os desaparecimentos). O organismo referido contabilizou mais de 80 homicídios, a maioria dos quais provocados pela Polícia¸ 1617 vítimas de violência física, 82 de agressões oculares, 228 de disparos de arma de fogo, 28 de violência sexual e 2005 detenções arbitrárias de manifestantes. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na recepção do prémio, Duque esteve a milhas desta realidade, afirmando que a «democracia colombiana será um farol no hemisfério». O rei espanhol também andou por outras paragens. O Indepaz regista quase 90 massacres em 2021, com um saldo superior a 300 vítimas no país, mas Felipe VI diz que a «democracia colombiana se mantém sólida». Rei espanhol, presidente colombiano e demais figuras ilustres da associação de juristas também parecem não ter dado grande importância a um relatório recente do Banco Mundial, de acordo com o qual o país sul-americano é o segundo com maior nível de desigualdade na América Latina. Para a noção de «democracia» desta associação também parecem não contar os dados oficiais do Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE), de acordo com os quais quase metade dos trabalhadores colombianos (48%) tem trabalhos informais. O mesmo organismo revelou, em Abril deste ano, que há na Colômbia 21 milhões de pessoas em situação de pobreza (42,5% da população) e mais de sete milhões em pobreza extrema (com rendimentos inferiores a 128 euros por mês). Ainda assim, ao que parece, reina «a paz e a liberdade» em Nariño, Cauca e Valle, e daí até La Guajira, Colômbia afora. Os «pecados» moram ao lado, na Venezuela e nas suas amigas Nicarágua e Cuba. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na sua conta de Twitter, o Indepaz denuncia a existência de panfletos, firmados por grupos paramilitares de direita, com ameaças de morte a vários dirigentes sociais e indígenas de departamentos no Sudoeste da Colômbia. Igualmente na segunda-feira, foi reportada a morte do subscritor do acordo de paz Domingo Mancilla Cundumí. O ex-combatente fariano, que integrava uma associação pela paz, foi morto a tiro no município de Guapi, no departamento do Cauca. Trata-se, de acordo com as contas do Indepaz, do décimo ex-combatente assassinado em 2022 e do 309.º desde que o acordo de paz entre as FARC-EP e o governo da Colômbia foi assinado. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Uma testemunha disse à Contagio Radio que, na segunda-feira passada, as pessoas estavam num bazar onde se recolhem fundos para actividades comunitárias, em Puerto Leguízamo, e os militares chegaram e começaram a disparar sobre elas, matando várias e ferindo outras. Algumas ainda conseguiram escapar do local, por terra ou atirando-se para o rio, mas os militares perseguiram-nas e mataram-nas. Outras morreram, feridas, sob o olhar dos membros do Exército Nacional, disse a testemunha. Depois, revela a Contagio Radio, os militares mudaram o local do crime de modo a justificar as mortes, tendo inclusive colocado espingardas nos mortos, para poder argumentar que estes pertenciam aos chamados «comandos de fronteira». A testemunha afirmou ainda que os efectivos militares não permitiram a aproximação dos familiares das pessoas que estavam no bazar comunitário e tentaram esconder o que ali se estava a passar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Violência na Colômbia aumentou no primeiro trimestre do ano
«Falsos positivos» em Puerto Leguízamo
Internacional|
Registo de extrema violência mantém-se na Colômbia
Dirigentes sociais continuam a ser alvo de ameaças e mortos
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A Colômbia, premiada pela «democracia»
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Cinco dirigentes sociais assassinados num só dia na Colômbia
«A realidade de que Duque não fala nas suas viagens»
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Indepaz documenta 66 massacres na Colômbia em 2021
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167 líderes indígenas assassinados durante a presidência de Iván Duque
200 ex-combatentes das FARC-EP assassinados
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109 dirigentes sociais e 34 ex-guerilheiros
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«O prémio e a mentira»
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Grandes mobilizações na Colômbia em defesa de mudanças estruturais
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«A Colômbia está a viver uma autêntica revolta»
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Quatro dias seguidos de protestos e forte repressão na Colômbia
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Prossegue na Colômbia a paralisação nacional contra a reforma tributária
Na crise sanitária, aprofundar o neoliberalismo
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Greve geral
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Ao 15.º dia de greve, enormes manifestações contra o governo de Duque
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Colômbia: noite de forte repressão provoca vários mortos e feridos
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ALBA-TCP condena a violência na Colômbia
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Pobreza, fome, abandono da população pelo Estado
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Governo colombiano deu ordens para militarizar Cáli
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Mão pesada de Duque e solidariedade internacional
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Repressão em Bogotá, Popayán e Barranquilla: «pão e circo» garantidos
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Alguns resultados importantes
A repressão aumenta
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Pão e circo
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Denúncias de repressão policial em várias cidades
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Dois meses de «paro nacional» e os protestos na Colômbia não param
Conquistas da luta e divisão no seio dos «organizadores»
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Na Colômbia, os protestos não param e as denúncias de abusos também não
Denúncias de abusos também em Bogotá e Medellín
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Continuam as mobilizações contra o governo de Duque na Colômbia
Louvor à Resistência popular em Cáli
Paramilitares atacam agricultores em Norte de Santander
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Indepaz e Temblores reportam 75 assassinatos no contexto dos protestos
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No estilo que lhes é habitual, as Autodefensas Gaitanistas de Colombia e as Águilas Negras nomeiam as pessoas que dizem que vão executar, acusando-as de terem apoiado a coligação progressista Pacto Histórico, liderada por Gustavo Petro.Contribui para uma boa ideia
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Segundo refere a TeleSur, também foram intimados a comparecer o comandante do Exército, general Eduardo Zapateiro, e a directora do Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar, Lina María Arbeláez.
Entretanto, esta quinta-feira, o Ministério Público desmentiu, em comunicado, as versões postas a circular por alguns órgãos de comunicação social de acordo com as quais o Exército tinha capturado quatro pessoas – apontadas como guerrilheiros das FARC-EP – durante a operação em Putumayo.
Espiral de violência contínua
Na quarta-feira, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) reportou o 32.º massacre no país sul-americano em 2022. Um grupo de homens armados disparou sobre pessoas que conversavam no Bairro San Vicente, em Quibdó, capital do departamento de Chocó, provocando três mortos.
De acordo com os dados registados pelo organismo, este ano registaram-se 32 massacres na Colômbia, com um saldo de 105 vítimas mortais.
Para além disso, sucedem-se os casos de assassinatos de dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos.
Um dos mais recentes, indicado na conta de Twitter do Indepaz, foi o do dirigente comunitário José Pascual Quevedo Velásquez, assassinado por um grupo de homens armados, no domingo, em San José del Guaviare, no município de Puerto Concordia (departamento de Meta).
A «democracia colombiana» foi distinguida com o World Peace and Liberty Award 2021, da Associação Mundial de Juristas. Iván Duque recebeu o prémio, em Barranquilla, das mãos do rei espanhol. No texto associado à distinção, afirma-se que «a Colômbia [é] um exemplo do êxito da democracia não apenas na América Latina, mas também entre todas as nações do mundo». O texto refere ainda que a Colômbia tem «um dos períodos mais longos de governos civis eleitos de maneira democrática na América Latina e uma sociedade civil que honra os direitos da liberdade de expressão», noticia o portal forbes.co. Quatro representantes indígenas e uma sindicalista foram mortos esta segunda-feira no país sul-americano, elevando para 124 os dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos assassinados este ano. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) informou que homens armados mataram a tiro a professora e sindicalista María Nancy Ramírez, em Santa Rosa de Osos, no departamento de Antioquia. Por seu lado, Jose Luis Pai e Jovanny Javier García eram indígenas do povo Awá e desempenhavam funções nas reservas Awá Quejuambi Feliciana e Hojal la Turbia, respectivamente (em Tumaco, no departamento de Nariño). Desapareceram ambos no domingo e, no dia seguinte, os seus corpos sem vida foram encontrados com sinais evidentes de violência. Dilio Bailarín era membro da reserva indígena Alto Guayabalito, do povo Embera Eyábida, localizada no município de Carmen del Darién (departamento de Chocó), onde foi morto na segunda-feira à tarde. O Indepaz informou ainda que David Aricapa Viscue, membro da reserva de López Adentro, pertencente ao povo Nasa e localizada entre os municípios de Caloto e Corinto (departamento do Cauca), foi morto a tiro por um grupo de homens no município de Caloto. Com os cinco assassinatos documentados esta segunda-feira, o organismo contabiliza 124 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos mortos no país andino-amazónico em 2021 e 1239 desde a assinatura do acordo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) e o governo colombiano, em Novembro de 2016. «Estes cinco assasinatos num só dia mostram que a violência contra quem defende o território, as liberdades e um país melhor para todos continuam a aumentar, perante a atitude imóvel do governo nacional», denuncia o portal agenciademedioshoynoticias.com, acrescentando que «esta é a realidade de Duque não fala nas suas viagens». No sábado, foi perpetrado o 66.º massacre no país andino este ano, informou o Indepaz, que dá conta de 1225 dirigentes sociais assassinados desde a assinatura do acordo de paz, em Novembro de 2016. O mais recente massacre registado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) foi denunciado ontem, tendo ocorrido na véspera do município de Santander de Quilichao, departamento colombiano do Cauca. De acordo com o Indepaz, as vítimas são três membros da mesma família que se encontravam numa festa na zona rural do município, na reserva indígena de Canoas. Homens armados chegaram ao local e começaram a disparar sobre quem ali estava, provocando a morte imediata a duas pessoas e deixando outras duas feridas em estado grave – uma das quais viria a falecer, refere o organismo com base em informações recolhidas. A Provedoria de Justiça emitiu um alerta de perigo, tendo em conta a presença constante de grupos armados no referido município do Cauca. Entre 2016 e 8 de Junho de 2020, foram assassinados na Colômbia 269 dirigentes indígenas, revelou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) num relatório agora apresentado. No documento, o organismo reporta-se ao período que vai desde 2016, o ano da assinatura dos acordos de paz entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP), e a actualidade (até dia 8 deste mês), verificando que o número de assassinatos de dirigentes indígenas aumenta de ano para ano. Assim, segundo os dados recolhidos pelo Indepaz, registaram-se «31 assassinatos em 2016, 45 em 2017, 62 em 2018, 84 em 2019 e 47 em 2020». O organismo revela ainda que 262 líderes indígenas foram mortos depois dos acordos de paz (24 de Novembro de 2016) e 167 durante a governação do actual presidente colombiano, Iván Duque. Dos 47 assassinados este ano (até 8 de Junho), 14 foram-no durante o período da quarentena (que entrou em vigor a 25 de Março), precisa ainda o relatório. De acordo com o Indepaz, o departamento onde se registaram mais casos de assassinatos de líderes indígenas desde 2016 foi o Cauca (94). «O que se passa no Cauca responde à lógica de um departamento onde historicamente houve conflitos territoriais, com sectores privados legais e ilegais, como o da exploração mineira», explica a organização. Como factores de peso que contribuem para o assassinato de dirigentes indígenas, o Indepaz refere as empresas açucareiras, a exploração de madeira, a pecuária, a concentração de terras, os projectos petrolíferos, as hidro-eléctricas, além da presença de grupos armados que disputam o controlo das rotas do narcotráfico. O relatório sublinha as acções dos povos indígenas em defesa da sua autonomia e da permanência nos seus territórios, como condição essencial para garantir a sua sobrevivência, bem como o facto de terem «rejeitado todas as expressões do conflito armado» e «assumido um posicionamento de resistência pacífica». Mario Téllez Restrepo, agricultor e ex-guerrilheiro das FARC-EP, foi morto a tiro por desconhecidos na segunda-feira passada, quando trabalhava nas suas terras, na localidade de Tibú (departamento de Norte de Santander), informa a TeleSur. O partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) denunciou o assassinato, tendo revelado que se trata do 200.º ex-combatente a ser morto deste a assinatura dos acordos de paz. Na semana passada, uma delegação do FARC pediu apoio às Nações Unidas, tendo em conta o cenário de violações de direitos humanos no país andino. Numa reunião virtual com a alta comissária da ONU para os direitos humanos, Michelle Bachelet, os representantes do FARC pediram «assistência técnica» para evitar o genocídio dos ex-guerrilheiros que tentam reintegrar-se na vida política, económica e social do país. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em 2020, o organismo documentou a ocorrência de 91 de massacres, dos quais resultaram 381 vítimas mortais, em 66 municípios do país. Este ano, registou 66, com um saldo de 240 vítimas mortais. A grande maioria dos casos teve lugar nos departamentos do Cauca (12 massacres e 40 vítimas), Antioquia (10/36), Valle del Cauca (8/35), Nariño (6/24) e Caquetá (6/20). O Indepaz utiliza o termo na acepção estabelecida pelas Nações Unidas: existe um massacre «quando três ou mais pessoas são assassinadas no mesmo local e momento e pelo mesmo presumível perpetrador». No seu portal e na conta de Twitter, o Indepaz dá ainda conta de 109 dirigentes sociais e defensores assassinados no país sul-americano em menos de oito meses, este ano. O mais recente foi Eliécer Sánchez Cáceres, vice-presidente da Junta de Acção Comunal da vereda de La Punta, na zona rural do município de Cúcuta (departamento de Norte de Santander). Sánchez Cáceres, que já tinha denunciado ameaças de morte, foi morto, no sábado, por um grupo de homens armados na vereda referida. Desde a assinatura do acordo de Paz entre as FARC-EP e o governo colombiano, em Novembro de 2016, 1225 dirigentes foram mortos, segundo os dados do Indepaz. Só este ano, refere ainda o organismo de defesa dos direitos humanos, foram também mortos 34 ex-combatentes das FARC-EP que firmaram o acordo de paz. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na véspera, dia 19, foi assassinado Manuel Mena Viveros, ex-guerilheiro que estava em fase de reintegração. A ocorrência teve lugar no Bairro El Futuro, em Quibdó, capital do departamento de Chocó. O Indepaz precisou que, com este assassinato, sobe para 37 o número de ex-guerrilheiros signatários do acordo de paz mortos em 2021 e 286 desde a assinatura desse acordo. No que respeita à violência na Colômbia, o organismo registou ainda 71 massacres perpetrados este ano, com um saldo de 255 vítimas mortais. A grande maioria dos casos teve lugar nos departamentos do Cauca (13 massacres e 43 vítimas), Antioquia (10/36), Valle del Cauca (9/38), Nariño (6/24) e Caquetá (6/20). O Indepaz utiliza o termo na acepção estabelecida pelas Nações Unidas: existe um massacre «quando três ou mais pessoas são assassinadas no mesmo local e momento e pelo mesmo presumível perpetrador». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a jurista norte-americana Hilarie Bass, que leu o documento, trata-se de um país que «evita qualquer tipo de discriminação, seja por questões de género, raça, religião». O prémio à «paz e liberdade» foi entregue no início deste mês, na cidade caribenha de Barranquilla, onde decorreu o XXVII Congresso da World Jurist Association, que se apresenta como organização não governamental defensora dos direitos humanos e do Estado de Direito. Na sessão de encerramento de um evento em que, além do rei espanhol, estiveram figuras como o súbdito Albert Rivera (ex-presidente do Ciudadanos) ou o secretário-geral da Organização de Estados Americanos, Luis Almagro, o presidente da associação de juristas, o advogado espanhol Javier Cremades, disse que «a Colômbia se tornou, sem qualquer dúvida, no melhor país da região». E acrescentou: «A Colômbia é uma das poucas estrelas que brilham no firmamento da liberdade.» Num texto intitulado «Colômbia: o prémio e a verdade», publicado dia 7 no portal do canal libanês Al Mayadeen, o jornalista cubano Omar Rafael García Lazo afirma que «nos seus anos de existência a Colômbia não conheceu a democracia, nem sequer a liberal burguesa». E, lembrando guerras e violências de diferente tipo, diz que o país sul-americano «não conheceu sequer a paz». Para fundamentar a «tibieza» da «democracia colombiana» e da distinção atribuída, García Lazo recorre a dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), alguns deles já desactualizados, porque mais dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos foram assassinados no país desde que o texto foi escrito. Segundo o Indepaz, só este ano foram mortos 164 (1278 desde a assinatura do acordo de paz), além de 44 ex-combatentes das FARC que subscreveram esse acordo. Ainda este ano, entre Abril e Junho, 80 pessoas perderam a vida no contexto da brutal repressão policial e militar sobre os protestos que abalaram o país – num cenário de elevada pobreza, desigualdade, precariedade, corrupção e repressão institucionalizada – militar, paramilitar e narcotraficante. A Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) considerou «importantes e grandiosas» as manifestações desta terça-feira, que acabaram fortemente reprimidas pela Polícia e o seu conhecido «corpo de elite». As mobilizações de ontem, que coincidiam com o Dia da Independência, contaram com eventos culturais e artísticos, que também são formas de expressar a indignação dos colombianos contra o governo, afirmou Francisco Maltés, presidente da CUT e um dos porta-vozes do Comité de Greve. O dirigente sindical, refere a Prensa Latina, fez ainda um apelo à participação nas manifestações previstas para esta quarta-feira, para acompanhar a estrega no Congresso dos dez projectos de lei «construídos de modo colectivo a partir das exigências expressas nas mobilizações dos últimos meses». A greve geral que se mantém há 20 dias na Colômbia é «um verdadeiro levantamento, como não se via há décadas, nem em abrangência nem em duração», disse Sergio Marín, membro da Câmara dos Representantes. No sábado passado, centenas de milhares de colombianos vieram novamente para as ruas exigir mudanças e deixar clara a oposição ao governo de Iván Duque. Numa entrevista via Internet à jornalista Odalys Troya Flores, da agência Prensa Latina, Sergio Marín, do partido Comunes, explicou que o principal motivo da greve iniciada a 28 de Abril – convocada pelo movimento sindical, social, étnico, estudantil e juvenil – foi o anúncio do projecto de reforma tributária por parte de Iván Duque e do seu ex-ministro das Finanças, Alberto Carrasquilla. O deputado disse que a polémica proposta basicamente aumentava o IVA sobre todos os bens essenciais e serviços mais necessários à vida de todos os colombianos. Aumentava igualmente a base tributária a partir da qual o imposto sobre os rendimentos começava a ser pago no país, que, precisou, actualmente ronda os mil dólares por mês. «Era algo que punia as classes médias, os profissionais, os trabalhadores independentes, a grande maioria da força de trabalho no país sul-americano», disse. Iniciada a 28 de Abril, a greve geral contra a reforma tributária de Duque mantém-se há 4 dias nas ruas. A Rede Francisco Isaías Cifuentes dá conta de 8 mortos, vários desaparecidos e dezenas de detenções. Convocadas por sindicatos, partidos políticos e organizações sociais, muitos milhares de pessoas vieram para as ruas, no Dia Internacional dos Trabalhadores, para continuarem a dizer «não» à Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) avançada pelo governo de Iván Duque e repudiar a forte repressão policial dos últimos dias. Ao descontentamento e à revolta popular com o projecto de lei juntou-se o «mal-estar» provocado pelo apelo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), expresso na sexta-feira, para que o Exército interviesse contra os manifestantes. Apesar de o Twitter ter apagado, algumas horas depois, o apelo de Uribe às armas, nas ruas e nas redes sociais o repúdio fez ouvir: «O povo não te quer, assassino criminoso» foi uma de várias expressões sintomáticas veiculadas contra o uribista. Ontem, Bogotá foi um dos palcos das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma de Duque e a repressão policial. «Aqui está o povo nas ruas organizado, a lutar por uma vida digna», afirmaram na capital. Na sua conta de Twitter, o Congresso de los Pueblos informou que, neste «Primeiro de Maio, no Sul de Bogotá o povo continua nas ruas, apesar da ameaça das forças de segurança e do governo nacional». A organização denunciou a repressão exercida pela Polícia em vários pontos do país sul-americano, nomeadamente na cidade de Pereira, no departamento de Risaralda. «Fazemos um apelo para que sejam dadas garantias à mobilização social. Protestar é um direito», referiu. A Central Unitária dos Trabalhadores anunciou o prosseguimento da Paralisação Nacional iniciada esta quarta-feira contra a proposta de legislação que visa aumentar impostos para «financiar a crise». «A greve desta quinta-feira insistirá na oposição à Reforma Tributária, prosseguirá dia 19 de Maio e continuará enquanto o governo persistir na proposta actual», disse Francisco Maltés, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Além de «marchas massivas, vigorosas e pacíficas» nesse âmbito, também em defesa de apoios sociais e às pequenas e médias empresas, estão igualmente previstas mobilizações para o Primeiro de Maio. Ontem, desde cedo, milhares de pessoas vieram para as ruas em diferentes cidades e em mais de 500 municípios do país sul-americano, em protesto contra a proposta do governo de Duque, que os manifestantes acusam de estar a passar aos trabalhadores a factura da crise sanitária e económica. A jornada de protesto, convocada pelo Comité Nacional de Greve, visava igualmente denunciar a violência no país, sobretudo os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais, de defensores da paz e dos direitos humanos, bem como de ex-combatentes das FARC-EP signatários do acordo de paz de 2016. Bogotá, Medellín, Cáli, Barranquilla e Cartagena foram palco das maiores mobilizações, e ali foram reportados vários confrontos com as forças de segurança. De acordo com a Prensa Latina, o governo destacou mais de 47 mil agentes para as ruas. «A Colômbia está mergulhada numa crise económica muito profunda e propõe-se uma reforma tributária para acabar de empobrecer a classe média, encarecer os alimentos, quando 30% da população, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística, não está a fazer três refeições diárias», disse a vice-presidente da Federação Médica Colombiana, Carolina Corcho, citada pela Prensa Latina. Por seu lado, o presidente da CUT em Antioquia, Jaime Montoya, classificou a reforma como «a mais regressiva de todas», além de favorecer as grandes empresas e o capital financeiro. A reforma tributária, designada como Lei de Solidariedade Sustentável, contempla o aumento dos impostos sobre produtos e serviços, a instalação de portagens urbanas, e altera o regime de isenções fiscais, o que agravaria a situação de assalariados, pensionistas e população com baixos rendimentos. Em comunicado, o Comité Nacional de Greve, que integra várias organizações sindicais, movimentos sociais e partidos, sublinhou «a profunda rejeição da população pelas medidas neoliberais de Duque», apesar do «pico da pandemia, da estigmatização da greve promovida pelo governo e alguns órgãos de comunicação», informa a TeleSur. O Comité denunciou as medidas de recolher obrigatório e a ausência de transportes públicos, adoptadas por algumas autoridades locais para impedir o protesto, bem como as acções de repressão perpetradas por agentes da Polícia e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) em várias cidades, que se saldaram com um morto, dezenas de feridos e de detidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Órgãos de comunicação locais e internautas deram conta de manifestações, este sábado, também em Barraquilla, Medellín, Bucamaranga, Cartagena e Cáli, com forte presença de forças policiais, militares e de agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), registando-se vários episódios de repressão sobre os manifestantes. Houve igualmente mobilizações na região do Catatumbo e na cidade de Popayán, no Cauca. Nesta última, refere a TeleSur, a manifestação do Primeiro de Maio – contra a reforma tributária e a repressão do governo de Duque – é a primeira em mais de 80 anos. Em Cáli, no departamento de Valle del Cauca, a manifestação do Dia do Trabalhador foi massiva, como resposta à grande repressão exercida sobre os manifestantes nos dias anteriores. De acordo com um relatório divulgado pela Rede de Direitos Humanos Francisco Isaías Cifuentes na sexta-feira à noite, pelo menos oito pessoas foram mortas em Cáli durante as mobilizações. Além disso, o organismo registou a detenção de pelo menos 84 pessoas, 28 feridos, três manifestantes desaparecidos, três casos de pessoas que perderam um olho e o de uma mulher que foi abusada sexualmente por um agente do Esmad. Ainda na sexta-feira, confrontado com a grande oposição nas ruas ao polémico projecto para reajustar as contas em tempos de «crise», Iván Duque anunciou que ordenou ao Ministério das Finanças proceder à sua reformulação. Já ontem, ao final do dia, na sequência de nova jornada de intensas mobilizações no país, o presidente colombiano anunciou que irá destacar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar os protestos nas principais cidades. Para tal, explica a TeleSur, irá recorrer à figura da «assistência militar», que, disse, está contemplada na Constituição e que manterá, em coordenação com autarcas e governadores, até que as manifestações acabem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em seu entender, tratava-se de uma reforma tributária destinada a castigar os mais pobres e as classes médias, mantendo e inclusive aumentando as isenções tributárias ao grande capital nacional e transnacional. «A proposta não contemplava medidas decisivas para combater a evasão fiscal, que na Colômbia é um problema gravíssimo, porque o grande capital não só conta com grandes isenções, mas também não paga os impostos que deve», destacou. Também não era um projecto que contemplasse qualquer tipo de combate à corrupção, que no país é uma verdadeira pandemia que consome uma parte substancial do Orçamento nacional, disse à Prensa Latina. «Estima-se que entre 10% e 15% desse Orçamento seja consumido pelos corruptos», denunciou Marín. «Toda esta situação gerou um apelo à mobilização a que aspirávamos, que fosse importante e tivesse uma ampla repercussão, mas a verdade é que o movimento social e popular ultrapassou todas as expectativas», afirmou. «A greve mostrou o sentimento reprimido nos últimos dois ou três anos pelas inúmeras reformas tributárias que já tinham atingido os bolsos dos colombianos», afirmou, acrescentando que, «devido à absoluta ineficiência e às propostas do governo para enfrentar a crise associada à pandemia Covid-19, se agravou a situação económica do país». Em seu entender, todos estos elementos se conjugaram para gerar «um verdadeiro levantamento, como não se via há décadas na Colômbia, nem em abrangência nem em duração», afirmou, sublinhando que o protesto se mantém há mais de duas semanas, quando o habitual era as greves ficarem restritas a certos sectores e territórios, e durarem apenas alguns dias. «Em geral, os governos conseguiam manobrar [as greves] combinando a forte repressão com promessas que de facto não cumpriam, desactivando esses movimentos de luta social», disse. Centenas de milhares participaram esta quarta-feira nas mobilizações convocadas pelo Comité Nacional da Greve para denunciar o aprofundamento dos problemas estruturais da Colômbia no mandato de Duque. A greve geral da Colômbia, iniciada no passado dia 28 de Abril, tem sido marcada pela forte repressão de uma Polícia «feita para a guerra», como afirma na sua conta de Twitter a organização não governamental (ONG) Temblores, mas ontem decorreu quase tudo de forma tranquila – pelo menos até certo ponto. A representante na Colômbia da Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU, Juliette de Rivero, percorreu várias cidades do país, tendo afirmado que as marchas foram pacíficas, informa a Prensa Latina. Além dos sectores que têm estado mais mobilizados nas últimas duas semanas, aderiram aos protestos habitantes que apoiam a luta em várias cidades, como aconteceu em Barranquilla, Bogotá, Catatumbo, Cartagena, Ibagué, Medellín, Pereira, Popayán e até em Cáli, apesar de se encontrar militarizada, manifestando a sua oposição às políticas neoliberais do actual governo. Organizações de direitos humanos referiram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. O MP anunciou que vai incriminar vários agentes por homicídio. Na noite de quarta-feira, voltou a registar-se intensa repressão por parte das forças de segurança na Colômbia, e pelo menos dois jovens foram mortos na localidade de Pereira (departamento de Risaralda). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram polícias a disparar junto a um viaduto contra uma concentração de jovens que se manifestavam contra o governo de Iván Duque. Estes vídeos seguem-se a outros, referentes à noite anterior, em que se vê a Polícia e os militares a dispararem fogo pesado e também a partir de helicópteros contra manifestantes, no âmbito dos protestos relacionados com a greve geral iniciada no passado dia 28 de Abril. Além dos jovens mortos, que se soube serem Lucas Villa e Miguel Ciro, estudantes de Desporto na Universidade Tecnológica de Pereira, registaram-se vários feridos, na sequência das cargas e disparos policiais. Organizações de direitos humanos indicaram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. Neste contexto, o Ministério Público (MP) colombiano anunciou, esta quarta-feira, que irá incriminar diversos agentes pelos homicídios de três civis durante as manifestações. De acordo com o MP, o saldo é de 11 vítimas mortais até ao momento, bastante inferior ao registado por diversas ONG, como a Temblores ou a Grita, que afirmam terem ocorrido 37 mortes de manifestantes às mãos da Polícia entre 28 de Abril e 5 de Maio, refere a TeleSur. Desde o dia 28 de Abril até esta terça-feira, a organização Grita registou 31 casos de pessoas mortas pela Polícia em vários pontos da Colômbia. Entretanto, novas reivindicações surgem na greve geral. Ontem à noite, realizaram-se concentrações em diversas cidades, com velas para evocar os «assassinados em território nacional» durante as jornadas de protesto, que inicialmente visavam a Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) proposta pelo governo de Iván Duque, mas depois alastraram para outras reivindicações. Na sua conta de Twitter, o movimento Congreso de los Pueblos, deu conta do ajuntamento na capital, Bogotá, para denunciar a brutalidade policial no país, que, segundo dados divulgados por diversos organismos, ultrapassa os 1443 casos de violência ao longo da greve geral. A plataforma Grita revelou que, entre as 6h (hora local) de 28 de Abril e as 8h de 4 de Maio, há registo de 216 vítimas de física por parte da Polícia. A mesma fonte indicou que 31 pessoas foram assassinadas, 21 sofreram agressões nos olhos e dez foram vítimas de violência sexual, igualmente por parte da Polícia. No mesmo período, foram registados 814 casos de detenções arbitrárias e 77 de disparos com armas de fogo. Para além disto, a Provedoria de Justiça emitiu um comunicado em que dá conta de 87 pessoas desaparecidas até ao momento. O general colombiano Eduardo Enrique Zapateiro instou um grupo de polícias a prosseguir a sua acção na cidade de Cáli, tendo-lhes dito que «estamos a fazer as coisas bem» e que estão a «salvar a democracia que alguns querem destruir», refere a TeleSur. Estas declarações de Zapateiro foram proferidas depois de, na noite de segunda-feira, membros do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) terem esntrado no Bairro de Siloé, em Cáli, onde atacaram à bala grupos de jovens que participavam na greve geral. O Exército assumiu o controlo da cidade, no departamento de Valle del Cauca, e foi decretado o recolher obrigatório. Em Chinácota (departamento de Norte de Santander), foi convocada para ontem um protesto com velas «contra a brutalidade policial que matou tantos jovens nestes últimos dias», informa a TeleSur. Por seu lado, o Colombia Informa revelou que o Esmad interveio de forma violenta em Bucaramanga (Santander), havendo a registar pelo menos dois feridos. Iniciada a 28 de Abril, a greve geral contra a reforma tributária de Duque mantém-se há 4 dias nas ruas. A Rede Francisco Isaías Cifuentes dá conta de 8 mortos, vários desaparecidos e dezenas de detenções. Convocadas por sindicatos, partidos políticos e organizações sociais, muitos milhares de pessoas vieram para as ruas, no Dia Internacional dos Trabalhadores, para continuarem a dizer «não» à Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) avançada pelo governo de Iván Duque e repudiar a forte repressão policial dos últimos dias. Ao descontentamento e à revolta popular com o projecto de lei juntou-se o «mal-estar» provocado pelo apelo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), expresso na sexta-feira, para que o Exército interviesse contra os manifestantes. Apesar de o Twitter ter apagado, algumas horas depois, o apelo de Uribe às armas, nas ruas e nas redes sociais o repúdio fez ouvir: «O povo não te quer, assassino criminoso» foi uma de várias expressões sintomáticas veiculadas contra o uribista. Ontem, Bogotá foi um dos palcos das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma de Duque e a repressão policial. «Aqui está o povo nas ruas organizado, a lutar por uma vida digna», afirmaram na capital. Na sua conta de Twitter, o Congresso de los Pueblos informou que, neste «Primeiro de Maio, no Sul de Bogotá o povo continua nas ruas, apesar da ameaça das forças de segurança e do governo nacional». A organização denunciou a repressão exercida pela Polícia em vários pontos do país sul-americano, nomeadamente na cidade de Pereira, no departamento de Risaralda. «Fazemos um apelo para que sejam dadas garantias à mobilização social. Protestar é um direito», referiu. A Central Unitária dos Trabalhadores anunciou o prosseguimento da Paralisação Nacional iniciada esta quarta-feira contra a proposta de legislação que visa aumentar impostos para «financiar a crise». «A greve desta quinta-feira insistirá na oposição à Reforma Tributária, prosseguirá dia 19 de Maio e continuará enquanto o governo persistir na proposta actual», disse Francisco Maltés, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Além de «marchas massivas, vigorosas e pacíficas» nesse âmbito, também em defesa de apoios sociais e às pequenas e médias empresas, estão igualmente previstas mobilizações para o Primeiro de Maio. Ontem, desde cedo, milhares de pessoas vieram para as ruas em diferentes cidades e em mais de 500 municípios do país sul-americano, em protesto contra a proposta do governo de Duque, que os manifestantes acusam de estar a passar aos trabalhadores a factura da crise sanitária e económica. A jornada de protesto, convocada pelo Comité Nacional de Greve, visava igualmente denunciar a violência no país, sobretudo os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais, de defensores da paz e dos direitos humanos, bem como de ex-combatentes das FARC-EP signatários do acordo de paz de 2016. Bogotá, Medellín, Cáli, Barranquilla e Cartagena foram palco das maiores mobilizações, e ali foram reportados vários confrontos com as forças de segurança. De acordo com a Prensa Latina, o governo destacou mais de 47 mil agentes para as ruas. «A Colômbia está mergulhada numa crise económica muito profunda e propõe-se uma reforma tributária para acabar de empobrecer a classe média, encarecer os alimentos, quando 30% da população, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística, não está a fazer três refeições diárias», disse a vice-presidente da Federação Médica Colombiana, Carolina Corcho, citada pela Prensa Latina. Por seu lado, o presidente da CUT em Antioquia, Jaime Montoya, classificou a reforma como «a mais regressiva de todas», além de favorecer as grandes empresas e o capital financeiro. A reforma tributária, designada como Lei de Solidariedade Sustentável, contempla o aumento dos impostos sobre produtos e serviços, a instalação de portagens urbanas, e altera o regime de isenções fiscais, o que agravaria a situação de assalariados, pensionistas e população com baixos rendimentos. Em comunicado, o Comité Nacional de Greve, que integra várias organizações sindicais, movimentos sociais e partidos, sublinhou «a profunda rejeição da população pelas medidas neoliberais de Duque», apesar do «pico da pandemia, da estigmatização da greve promovida pelo governo e alguns órgãos de comunicação», informa a TeleSur. O Comité denunciou as medidas de recolher obrigatório e a ausência de transportes públicos, adoptadas por algumas autoridades locais para impedir o protesto, bem como as acções de repressão perpetradas por agentes da Polícia e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) em várias cidades, que se saldaram com um morto, dezenas de feridos e de detidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Órgãos de comunicação locais e internautas deram conta de manifestações, este sábado, também em Barraquilla, Medellín, Bucamaranga, Cartagena e Cáli, com forte presença de forças policiais, militares e de agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), registando-se vários episódios de repressão sobre os manifestantes. Houve igualmente mobilizações na região do Catatumbo e na cidade de Popayán, no Cauca. Nesta última, refere a TeleSur, a manifestação do Primeiro de Maio – contra a reforma tributária e a repressão do governo de Duque – é a primeira em mais de 80 anos. Em Cáli, no departamento de Valle del Cauca, a manifestação do Dia do Trabalhador foi massiva, como resposta à grande repressão exercida sobre os manifestantes nos dias anteriores. De acordo com um relatório divulgado pela Rede de Direitos Humanos Francisco Isaías Cifuentes na sexta-feira à noite, pelo menos oito pessoas foram mortas em Cáli durante as mobilizações. Além disso, o organismo registou a detenção de pelo menos 84 pessoas, 28 feridos, três manifestantes desaparecidos, três casos de pessoas que perderam um olho e o de uma mulher que foi abusada sexualmente por um agente do Esmad. Ainda na sexta-feira, confrontado com a grande oposição nas ruas ao polémico projecto para reajustar as contas em tempos de «crise», Iván Duque anunciou que ordenou ao Ministério das Finanças proceder à sua reformulação. Já ontem, ao final do dia, na sequência de nova jornada de intensas mobilizações no país, o presidente colombiano anunciou que irá destacar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar os protestos nas principais cidades. Para tal, explica a TeleSur, irá recorrer à figura da «assistência militar», que, disse, está contemplada na Constituição e que manterá, em coordenação com autarcas e governadores, até que as manifestações acabem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em Cúcuta, a greve prossegue, tendo os manifestantes realizado um minuto de silêncio pelas pessoas assassinadas pela Polícia nos protestos destes últimos dias na Colômbia. O porta-voz nacional do Congreso de los Pueblos, Jimmy Moreno, disse, em alusão ao povo colombiano, que «a dignidade se expressa nas ruas e estradas contra este governo criminoso e corrupto de Iván Duque», cuja renúncia imediata exigiu. De acordo com o movimento, «a greve geral pretende superar a crise sanitária, educativa, de habitação, emprego, alimentação, transporte, feminicídios» na Colômbia e rejeita «as práticas sociais genocidas contra o movimento social: assassinato, judicialização, ameaça e perseguição por parte do Estado colombiano há décadas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As manifestações começaram há uma semana tendo como principal objectivo a retirada da reforma tributária proposta pelo governo de Duque e agora continuam nas ruas com um espectro de reivindicações muito mais amplo, em que se inclui a rejeição da violência estrututal e da brutalidade policial no país. De acordo com o balanço divulgado pela Plataforma Grita, relativo à repressão exercida sobre os manifestantes pelos agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) e elementos do Exército colombiano, no período referido registaram-se 1708 casos de violência, com os mais recentes a ocorrerem em cidades como Pereira, Cáli, Medellín, Barranquilla, Buga, Palmira e Bogotá. O balanço da repressão policial e militar aponta ainda para 222 casos de vítimas de violência física, 37 homicídios, 831 detenções arbitrárias, 312 intervenções violentas, 22 pessoas com lesões oculares, 110 vítimas de balas disparadas por polícias e dez casos de violência sexual. Os países que integram a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) emitiram ontem um comunicado em manifestam a sua preocupação com as vítimas da violência física, das detenções arbitrárias, de desaparecimento, de abuso sexual durante a repressão dos protestos sociais. O bloco repudiou o uso excessivo da força por parte dos agentes de segurança na Colômbia, tendo feito um apelo às autoridades para velarem pelo dever de proteger os direitos humanos, o direito à vida e à segurança pessoal, refere a agência Prensa Latina. No texto, a ALBA-TCP destaca que a violência, por parte das forças do Estado, não resolve as causas estruturais das situações de injustiça social, e fez votos pela paz do povo da Colômbia e para que prevaleça o diálogo e a sensatez. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Os manifestantes exibiram bandeiras, cartazes e fizeram ouvir palavras de ordem, de forma pacífica, em defesa de várias reivindicações. Nalgumas marchas, como a que teve lugar junto ao monumento aos Heróis, em Bogotá, foram evocados os 6402 «falsos positivos» (pessoas assassinadas para depois serem apresentadas como guerrilheiros abatidos). Em Manizales, os manifestantes homenagearam quem se transformou em mártir nesta greve geral. Um deles foi Lucas Villa, estudante atingido a tiro no passado dia 5 e que morreu esta terça-feira, dia 11. Os povos originários também aderiram à jornada de mobilizações, refere a Prensa Latina, para «avançar na defesa da vida, da paz, da justiça, da autonomia e da qualidade de vida para os colombianos». Por seu lado, ex-guerrilheiros mobilizaram-se pela implementação total do acordo de paz, o fim dos assassinatos dos seus signatários e dos dirigentes sociais, e por um rendimento mínimo universal. O fim da violência e da militarização, bem como a revogação de um projecto de reforma do sector da Saúde com carácter privatizador foram algumas das exigências comuns às centenas de milhares de manifestantes que ontem vieram para as ruas da Colômbia. Segundo o Comité Nacional da Greve, as jornadas de luta recentes surgiram do «desespero provocado pela pobreza e o abandono estatal» a que se viu votada a população colombiana. «Enquanto a fome se tornava uma rotina trágica com o símbolo do trapo vermelho pendurado nas portas e janelas de milhares de casas, a resposta do governo foi aumentar a sua despesa e olhar para o lado», afirmaram os organizadores do protesto, citados pela Prensa Latina. A cidade de Cáli, que tem sido um dos pontos mais activos da greve geral, encontra-se cercada por militares e polícias, após uma decisão de Duque para acabar com os protestos contra o governo. Iván Duque, o presidente da Colômbia, deu ontem ordens aos ministros do Interior e da Defesa, Daniel Palacios e Diego Molano, respectivamente, para militarizar a capital do departamento de Valle del Cauca e «garantir» a manutenção da ordem por parte das forças de segurança. Instou à aplicação da lei seca, ao levantamento dos bloqueios nas ruas e ao regresso às suas zonas dos membros do Conselho Regional Indígena do Cauca (CRIC), qe ontem se tinham dirigido a Cáli em protesto e foram atacados a tiro. Horas depois, o ministro da Defesa confirmou o destacamento de 10 mil polícias e 2100 soldados para Cáli, de modo a «garantir a segurança», refere a TeleSur, tendo sublinhado que «não pode haver violência» e que os bloqueios «são um crime». À meia-noite (hora local), o departamento de Valle del Cauca ficou fechado ao exterior e a mobilidade foi restringida, medidas que, segundo a Prensa Latina, devem permanecer em vigor até ao próximo sábado. O Exército anunciou que soldados da Terceira Brigada estão a realizar controlos em várias zonas de Cáli, Jamundí e Yumbo, «procurando garantir o bem-estar dos cidadãos». A ordem foi decretada depois da violência ocorrida ontem na cidade, quando «civis», apoiados pela Polícia, dispararam sobre indígenas reunidos no contexto da greve geral, segundo denúncias por estes veiculadas e vídeos que foram postos a circular nas redes sociais. Organizações de direitos humanos referiram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. O MP anunciou que vai incriminar vários agentes por homicídio. Na noite de quarta-feira, voltou a registar-se intensa repressão por parte das forças de segurança na Colômbia, e pelo menos dois jovens foram mortos na localidade de Pereira (departamento de Risaralda). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram polícias a disparar junto a um viaduto contra uma concentração de jovens que se manifestavam contra o governo de Iván Duque. Estes vídeos seguem-se a outros, referentes à noite anterior, em que se vê a Polícia e os militares a dispararem fogo pesado e também a partir de helicópteros contra manifestantes, no âmbito dos protestos relacionados com a greve geral iniciada no passado dia 28 de Abril. Além dos jovens mortos, que se soube serem Lucas Villa e Miguel Ciro, estudantes de Desporto na Universidade Tecnológica de Pereira, registaram-se vários feridos, na sequência das cargas e disparos policiais. Organizações de direitos humanos indicaram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. Neste contexto, o Ministério Público (MP) colombiano anunciou, esta quarta-feira, que irá incriminar diversos agentes pelos homicídios de três civis durante as manifestações. De acordo com o MP, o saldo é de 11 vítimas mortais até ao momento, bastante inferior ao registado por diversas ONG, como a Temblores ou a Grita, que afirmam terem ocorrido 37 mortes de manifestantes às mãos da Polícia entre 28 de Abril e 5 de Maio, refere a TeleSur. Desde o dia 28 de Abril até esta terça-feira, a organização Grita registou 31 casos de pessoas mortas pela Polícia em vários pontos da Colômbia. Entretanto, novas reivindicações surgem na greve geral. Ontem à noite, realizaram-se concentrações em diversas cidades, com velas para evocar os «assassinados em território nacional» durante as jornadas de protesto, que inicialmente visavam a Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) proposta pelo governo de Iván Duque, mas depois alastraram para outras reivindicações. Na sua conta de Twitter, o movimento Congreso de los Pueblos, deu conta do ajuntamento na capital, Bogotá, para denunciar a brutalidade policial no país, que, segundo dados divulgados por diversos organismos, ultrapassa os 1443 casos de violência ao longo da greve geral. A plataforma Grita revelou que, entre as 6h (hora local) de 28 de Abril e as 8h de 4 de Maio, há registo de 216 vítimas de física por parte da Polícia. A mesma fonte indicou que 31 pessoas foram assassinadas, 21 sofreram agressões nos olhos e dez foram vítimas de violência sexual, igualmente por parte da Polícia. No mesmo período, foram registados 814 casos de detenções arbitrárias e 77 de disparos com armas de fogo. Para além disto, a Provedoria de Justiça emitiu um comunicado em que dá conta de 87 pessoas desaparecidas até ao momento. O general colombiano Eduardo Enrique Zapateiro instou um grupo de polícias a prosseguir a sua acção na cidade de Cáli, tendo-lhes dito que «estamos a fazer as coisas bem» e que estão a «salvar a democracia que alguns querem destruir», refere a TeleSur. Estas declarações de Zapateiro foram proferidas depois de, na noite de segunda-feira, membros do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) terem esntrado no Bairro de Siloé, em Cáli, onde atacaram à bala grupos de jovens que participavam na greve geral. O Exército assumiu o controlo da cidade, no departamento de Valle del Cauca, e foi decretado o recolher obrigatório. Em Chinácota (departamento de Norte de Santander), foi convocada para ontem um protesto com velas «contra a brutalidade policial que matou tantos jovens nestes últimos dias», informa a TeleSur. Por seu lado, o Colombia Informa revelou que o Esmad interveio de forma violenta em Bucaramanga (Santander), havendo a registar pelo menos dois feridos. Iniciada a 28 de Abril, a greve geral contra a reforma tributária de Duque mantém-se há 4 dias nas ruas. A Rede Francisco Isaías Cifuentes dá conta de 8 mortos, vários desaparecidos e dezenas de detenções. Convocadas por sindicatos, partidos políticos e organizações sociais, muitos milhares de pessoas vieram para as ruas, no Dia Internacional dos Trabalhadores, para continuarem a dizer «não» à Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) avançada pelo governo de Iván Duque e repudiar a forte repressão policial dos últimos dias. Ao descontentamento e à revolta popular com o projecto de lei juntou-se o «mal-estar» provocado pelo apelo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), expresso na sexta-feira, para que o Exército interviesse contra os manifestantes. Apesar de o Twitter ter apagado, algumas horas depois, o apelo de Uribe às armas, nas ruas e nas redes sociais o repúdio fez ouvir: «O povo não te quer, assassino criminoso» foi uma de várias expressões sintomáticas veiculadas contra o uribista. Ontem, Bogotá foi um dos palcos das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma de Duque e a repressão policial. «Aqui está o povo nas ruas organizado, a lutar por uma vida digna», afirmaram na capital. Na sua conta de Twitter, o Congresso de los Pueblos informou que, neste «Primeiro de Maio, no Sul de Bogotá o povo continua nas ruas, apesar da ameaça das forças de segurança e do governo nacional». A organização denunciou a repressão exercida pela Polícia em vários pontos do país sul-americano, nomeadamente na cidade de Pereira, no departamento de Risaralda. «Fazemos um apelo para que sejam dadas garantias à mobilização social. Protestar é um direito», referiu. A Central Unitária dos Trabalhadores anunciou o prosseguimento da Paralisação Nacional iniciada esta quarta-feira contra a proposta de legislação que visa aumentar impostos para «financiar a crise». «A greve desta quinta-feira insistirá na oposição à Reforma Tributária, prosseguirá dia 19 de Maio e continuará enquanto o governo persistir na proposta actual», disse Francisco Maltés, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Além de «marchas massivas, vigorosas e pacíficas» nesse âmbito, também em defesa de apoios sociais e às pequenas e médias empresas, estão igualmente previstas mobilizações para o Primeiro de Maio. Ontem, desde cedo, milhares de pessoas vieram para as ruas em diferentes cidades e em mais de 500 municípios do país sul-americano, em protesto contra a proposta do governo de Duque, que os manifestantes acusam de estar a passar aos trabalhadores a factura da crise sanitária e económica. A jornada de protesto, convocada pelo Comité Nacional de Greve, visava igualmente denunciar a violência no país, sobretudo os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais, de defensores da paz e dos direitos humanos, bem como de ex-combatentes das FARC-EP signatários do acordo de paz de 2016. Bogotá, Medellín, Cáli, Barranquilla e Cartagena foram palco das maiores mobilizações, e ali foram reportados vários confrontos com as forças de segurança. De acordo com a Prensa Latina, o governo destacou mais de 47 mil agentes para as ruas. «A Colômbia está mergulhada numa crise económica muito profunda e propõe-se uma reforma tributária para acabar de empobrecer a classe média, encarecer os alimentos, quando 30% da população, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística, não está a fazer três refeições diárias», disse a vice-presidente da Federação Médica Colombiana, Carolina Corcho, citada pela Prensa Latina. Por seu lado, o presidente da CUT em Antioquia, Jaime Montoya, classificou a reforma como «a mais regressiva de todas», além de favorecer as grandes empresas e o capital financeiro. A reforma tributária, designada como Lei de Solidariedade Sustentável, contempla o aumento dos impostos sobre produtos e serviços, a instalação de portagens urbanas, e altera o regime de isenções fiscais, o que agravaria a situação de assalariados, pensionistas e população com baixos rendimentos. Em comunicado, o Comité Nacional de Greve, que integra várias organizações sindicais, movimentos sociais e partidos, sublinhou «a profunda rejeição da população pelas medidas neoliberais de Duque», apesar do «pico da pandemia, da estigmatização da greve promovida pelo governo e alguns órgãos de comunicação», informa a TeleSur. O Comité denunciou as medidas de recolher obrigatório e a ausência de transportes públicos, adoptadas por algumas autoridades locais para impedir o protesto, bem como as acções de repressão perpetradas por agentes da Polícia e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) em várias cidades, que se saldaram com um morto, dezenas de feridos e de detidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Órgãos de comunicação locais e internautas deram conta de manifestações, este sábado, também em Barraquilla, Medellín, Bucamaranga, Cartagena e Cáli, com forte presença de forças policiais, militares e de agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), registando-se vários episódios de repressão sobre os manifestantes. Houve igualmente mobilizações na região do Catatumbo e na cidade de Popayán, no Cauca. Nesta última, refere a TeleSur, a manifestação do Primeiro de Maio – contra a reforma tributária e a repressão do governo de Duque – é a primeira em mais de 80 anos. Em Cáli, no departamento de Valle del Cauca, a manifestação do Dia do Trabalhador foi massiva, como resposta à grande repressão exercida sobre os manifestantes nos dias anteriores. De acordo com um relatório divulgado pela Rede de Direitos Humanos Francisco Isaías Cifuentes na sexta-feira à noite, pelo menos oito pessoas foram mortas em Cáli durante as mobilizações. Além disso, o organismo registou a detenção de pelo menos 84 pessoas, 28 feridos, três manifestantes desaparecidos, três casos de pessoas que perderam um olho e o de uma mulher que foi abusada sexualmente por um agente do Esmad. Ainda na sexta-feira, confrontado com a grande oposição nas ruas ao polémico projecto para reajustar as contas em tempos de «crise», Iván Duque anunciou que ordenou ao Ministério das Finanças proceder à sua reformulação. Já ontem, ao final do dia, na sequência de nova jornada de intensas mobilizações no país, o presidente colombiano anunciou que irá destacar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar os protestos nas principais cidades. Para tal, explica a TeleSur, irá recorrer à figura da «assistência militar», que, disse, está contemplada na Constituição e que manterá, em coordenação com autarcas e governadores, até que as manifestações acabem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em Cúcuta, a greve prossegue, tendo os manifestantes realizado um minuto de silêncio pelas pessoas assassinadas pela Polícia nos protestos destes últimos dias na Colômbia. O porta-voz nacional do Congreso de los Pueblos, Jimmy Moreno, disse, em alusão ao povo colombiano, que «a dignidade se expressa nas ruas e estradas contra este governo criminoso e corrupto de Iván Duque», cuja renúncia imediata exigiu. De acordo com o movimento, «a greve geral pretende superar a crise sanitária, educativa, de habitação, emprego, alimentação, transporte, feminicídios» na Colômbia e rejeita «as práticas sociais genocidas contra o movimento social: assassinato, judicialização, ameaça e perseguição por parte do Estado colombiano há décadas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As manifestações começaram há uma semana tendo como principal objectivo a retirada da reforma tributária proposta pelo governo de Duque e agora continuam nas ruas com um espectro de reivindicações muito mais amplo, em que se inclui a rejeição da violência estrututal e da brutalidade policial no país. De acordo com o balanço divulgado pela Plataforma Grita, relativo à repressão exercida sobre os manifestantes pelos agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) e elementos do Exército colombiano, no período referido registaram-se 1708 casos de violência, com os mais recentes a ocorrerem em cidades como Pereira, Cáli, Medellín, Barranquilla, Buga, Palmira e Bogotá. O balanço da repressão policial e militar aponta ainda para 222 casos de vítimas de violência física, 37 homicídios, 831 detenções arbitrárias, 312 intervenções violentas, 22 pessoas com lesões oculares, 110 vítimas de balas disparadas por polícias e dez casos de violência sexual. Os países que integram a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) emitiram ontem um comunicado em manifestam a sua preocupação com as vítimas da violência física, das detenções arbitrárias, de desaparecimento, de abuso sexual durante a repressão dos protestos sociais. O bloco repudiou o uso excessivo da força por parte dos agentes de segurança na Colômbia, tendo feito um apelo às autoridades para velarem pelo dever de proteger os direitos humanos, o direito à vida e à segurança pessoal, refere a agência Prensa Latina. No texto, a ALBA-TCP destaca que a violência, por parte das forças do Estado, não resolve as causas estruturais das situações de injustiça social, e fez votos pela paz do povo da Colômbia e para que prevaleça o diálogo e a sensatez. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Não é a primeira vez que alegados civis, denunciados por algumas fontes como paramilitares, disparam sobre manifestantes na greve geral. A Polícia responsabilizou as comunidades ancestrais pelo facto, mas Feliciano Valencia, senador do Movimento Alternativo Social e Indígena, desmentiu essas acusações, tendo afirmado que os indígenas estavam desarmados e foram atacados. Em comunicado, o CRIC denunciou o ataque «por homens vestidos à civil», que deixou oito indígenas feridos à entrada de Cáli, no 12.º dia da greve geral na Colômbia. Fez ainda um apelo ao governo de Iván Duque para que acabe com a militarização das forças policiais e com a criminalização do protesto no país, indica a TeleSur. A mesma fonte informa que, nas redes sociais, surgiram denúncias de que o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) «atacou e sequestrou jovens» em Cáli, tendo levado oito do Bairro Meléndez, já depois do anúncio de Duque de que iria aumentar a presença policial e militar na cidade. O fim da militarização das ruas e o fim da repressão sobre os manifestantes são duas reivindicações que o povo colombiano assumiu nestes dias de protestos intensos, que começaram a 28 de Abril, contra a reforma tributária e as políticas neoliberais implementadas pelo governo de Duque, e depois alastraram para a defesa de uma mudança do sistema político e dos direitos fundamentais, em que se incluem saúde, habitação e trabalho. O governo respondeu aos manifestantes com mão pesada e, ao cabo de 12 dias de mobilizações, a ONG Temblores registava 47 mortos no contexto da greve geral, 963 detenções arbitrárias, 12 casos de violência sexual, 548 desaparecidos, 28 pessoas com feridas oculares. Perante este cenário, várias cidades espalhadas pelo mundo acolheram, este sábado, mobilizações solidárias com o povo colombiano, de apoio ao movimento social e sindical do país sul-americano e para denunciar a repressão e a violência exercidas sobre os manifestantes. Foi o caso de cidades em França, em Espanha, nos Estados Unidos, na Bélgica, na Suíça, na Austrália, na Argentina, no México e em Portugal, entre outros países. Em Portugal, a mobilização ocorreu este sábado na cidade do Porto e reuniu cerca de 70 pessoas, que denunciaram a repressão e «o governo reaccionário de Iván Duque». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A miséria e a desigualdade social já se faziam notar bem antes da pandemia, mas agudizaram-se e mostraram toda a sua intensidade com um governo que aumentava a despesa militar, acrescentaram. Os «números da infâmia» já foram divulgados pelo Departamento Administrativo Nacional de Estatística: mais de sete milhões de pessoas só comem duas vezes por dia e mais de 500 mil colombianos só o fazem uma vez, destacaram os convocantes. Ainda para mais, quando, no ano passado, a pobreza atingiu 42,5% da população, o governo «propôs torpemente uma reforma tributária regressiva», enfatizam, acrescentando que o sistema deficitário de saúde e a falta de financiamento da educação são sentidos com mais dureza pelos afrodescendentes, os indígenas, as mulheres e os agricultores. Apesar das manifestações pacíficas, à noite o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) carregou sobre os manifestantes na capital, como o faz praticamente todos os dias. Na capital do departamento do Cauca, Popayán, agentes do Esmad atacaram e prenderam vários manifestantes que se encontravam no Parque Caldas, incluindo o jornalista Kevin Acosta, da Red Alterna, revela a TeleSur. Em Barranquilla, no departamento do Atlântico, disputou-se ontem a partida entre o Junior e o River Plate, a contar para Copa Libertadores, e o Esmad atacou os apoiantes que, nas imediações do Estádio Romelio Martínez, se juntaram à mobilização. Desde o dia 28 de Abril até esta terça-feira, a organização Grita registou 31 casos de pessoas mortas pela Polícia em vários pontos da Colômbia. Entretanto, novas reivindicações surgem na greve geral. Ontem à noite, realizaram-se concentrações em diversas cidades, com velas para evocar os «assassinados em território nacional» durante as jornadas de protesto, que inicialmente visavam a Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) proposta pelo governo de Iván Duque, mas depois alastraram para outras reivindicações. Na sua conta de Twitter, o movimento Congreso de los Pueblos, deu conta do ajuntamento na capital, Bogotá, para denunciar a brutalidade policial no país, que, segundo dados divulgados por diversos organismos, ultrapassa os 1443 casos de violência ao longo da greve geral. A plataforma Grita revelou que, entre as 6h (hora local) de 28 de Abril e as 8h de 4 de Maio, há registo de 216 vítimas de física por parte da Polícia. A mesma fonte indicou que 31 pessoas foram assassinadas, 21 sofreram agressões nos olhos e dez foram vítimas de violência sexual, igualmente por parte da Polícia. No mesmo período, foram registados 814 casos de detenções arbitrárias e 77 de disparos com armas de fogo. Para além disto, a Provedoria de Justiça emitiu um comunicado em que dá conta de 87 pessoas desaparecidas até ao momento. O general colombiano Eduardo Enrique Zapateiro instou um grupo de polícias a prosseguir a sua acção na cidade de Cáli, tendo-lhes dito que «estamos a fazer as coisas bem» e que estão a «salvar a democracia que alguns querem destruir», refere a TeleSur. Estas declarações de Zapateiro foram proferidas depois de, na noite de segunda-feira, membros do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) terem esntrado no Bairro de Siloé, em Cáli, onde atacaram à bala grupos de jovens que participavam na greve geral. O Exército assumiu o controlo da cidade, no departamento de Valle del Cauca, e foi decretado o recolher obrigatório. Em Chinácota (departamento de Norte de Santander), foi convocada para ontem um protesto com velas «contra a brutalidade policial que matou tantos jovens nestes últimos dias», informa a TeleSur. Por seu lado, o Colombia Informa revelou que o Esmad interveio de forma violenta em Bucaramanga (Santander), havendo a registar pelo menos dois feridos. Iniciada a 28 de Abril, a greve geral contra a reforma tributária de Duque mantém-se há 4 dias nas ruas. A Rede Francisco Isaías Cifuentes dá conta de 8 mortos, vários desaparecidos e dezenas de detenções. Convocadas por sindicatos, partidos políticos e organizações sociais, muitos milhares de pessoas vieram para as ruas, no Dia Internacional dos Trabalhadores, para continuarem a dizer «não» à Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) avançada pelo governo de Iván Duque e repudiar a forte repressão policial dos últimos dias. Ao descontentamento e à revolta popular com o projecto de lei juntou-se o «mal-estar» provocado pelo apelo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), expresso na sexta-feira, para que o Exército interviesse contra os manifestantes. Apesar de o Twitter ter apagado, algumas horas depois, o apelo de Uribe às armas, nas ruas e nas redes sociais o repúdio fez ouvir: «O povo não te quer, assassino criminoso» foi uma de várias expressões sintomáticas veiculadas contra o uribista. Ontem, Bogotá foi um dos palcos das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma de Duque e a repressão policial. «Aqui está o povo nas ruas organizado, a lutar por uma vida digna», afirmaram na capital. Na sua conta de Twitter, o Congresso de los Pueblos informou que, neste «Primeiro de Maio, no Sul de Bogotá o povo continua nas ruas, apesar da ameaça das forças de segurança e do governo nacional». A organização denunciou a repressão exercida pela Polícia em vários pontos do país sul-americano, nomeadamente na cidade de Pereira, no departamento de Risaralda. «Fazemos um apelo para que sejam dadas garantias à mobilização social. Protestar é um direito», referiu. A Central Unitária dos Trabalhadores anunciou o prosseguimento da Paralisação Nacional iniciada esta quarta-feira contra a proposta de legislação que visa aumentar impostos para «financiar a crise». «A greve desta quinta-feira insistirá na oposição à Reforma Tributária, prosseguirá dia 19 de Maio e continuará enquanto o governo persistir na proposta actual», disse Francisco Maltés, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Além de «marchas massivas, vigorosas e pacíficas» nesse âmbito, também em defesa de apoios sociais e às pequenas e médias empresas, estão igualmente previstas mobilizações para o Primeiro de Maio. Ontem, desde cedo, milhares de pessoas vieram para as ruas em diferentes cidades e em mais de 500 municípios do país sul-americano, em protesto contra a proposta do governo de Duque, que os manifestantes acusam de estar a passar aos trabalhadores a factura da crise sanitária e económica. A jornada de protesto, convocada pelo Comité Nacional de Greve, visava igualmente denunciar a violência no país, sobretudo os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais, de defensores da paz e dos direitos humanos, bem como de ex-combatentes das FARC-EP signatários do acordo de paz de 2016. Bogotá, Medellín, Cáli, Barranquilla e Cartagena foram palco das maiores mobilizações, e ali foram reportados vários confrontos com as forças de segurança. De acordo com a Prensa Latina, o governo destacou mais de 47 mil agentes para as ruas. «A Colômbia está mergulhada numa crise económica muito profunda e propõe-se uma reforma tributária para acabar de empobrecer a classe média, encarecer os alimentos, quando 30% da população, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística, não está a fazer três refeições diárias», disse a vice-presidente da Federação Médica Colombiana, Carolina Corcho, citada pela Prensa Latina. Por seu lado, o presidente da CUT em Antioquia, Jaime Montoya, classificou a reforma como «a mais regressiva de todas», além de favorecer as grandes empresas e o capital financeiro. A reforma tributária, designada como Lei de Solidariedade Sustentável, contempla o aumento dos impostos sobre produtos e serviços, a instalação de portagens urbanas, e altera o regime de isenções fiscais, o que agravaria a situação de assalariados, pensionistas e população com baixos rendimentos. Em comunicado, o Comité Nacional de Greve, que integra várias organizações sindicais, movimentos sociais e partidos, sublinhou «a profunda rejeição da população pelas medidas neoliberais de Duque», apesar do «pico da pandemia, da estigmatização da greve promovida pelo governo e alguns órgãos de comunicação», informa a TeleSur. O Comité denunciou as medidas de recolher obrigatório e a ausência de transportes públicos, adoptadas por algumas autoridades locais para impedir o protesto, bem como as acções de repressão perpetradas por agentes da Polícia e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) em várias cidades, que se saldaram com um morto, dezenas de feridos e de detidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Órgãos de comunicação locais e internautas deram conta de manifestações, este sábado, também em Barraquilla, Medellín, Bucamaranga, Cartagena e Cáli, com forte presença de forças policiais, militares e de agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), registando-se vários episódios de repressão sobre os manifestantes. Houve igualmente mobilizações na região do Catatumbo e na cidade de Popayán, no Cauca. Nesta última, refere a TeleSur, a manifestação do Primeiro de Maio – contra a reforma tributária e a repressão do governo de Duque – é a primeira em mais de 80 anos. Em Cáli, no departamento de Valle del Cauca, a manifestação do Dia do Trabalhador foi massiva, como resposta à grande repressão exercida sobre os manifestantes nos dias anteriores. De acordo com um relatório divulgado pela Rede de Direitos Humanos Francisco Isaías Cifuentes na sexta-feira à noite, pelo menos oito pessoas foram mortas em Cáli durante as mobilizações. Além disso, o organismo registou a detenção de pelo menos 84 pessoas, 28 feridos, três manifestantes desaparecidos, três casos de pessoas que perderam um olho e o de uma mulher que foi abusada sexualmente por um agente do Esmad. Ainda na sexta-feira, confrontado com a grande oposição nas ruas ao polémico projecto para reajustar as contas em tempos de «crise», Iván Duque anunciou que ordenou ao Ministério das Finanças proceder à sua reformulação. Já ontem, ao final do dia, na sequência de nova jornada de intensas mobilizações no país, o presidente colombiano anunciou que irá destacar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar os protestos nas principais cidades. Para tal, explica a TeleSur, irá recorrer à figura da «assistência militar», que, disse, está contemplada na Constituição e que manterá, em coordenação com autarcas e governadores, até que as manifestações acabem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em Cúcuta, a greve prossegue, tendo os manifestantes realizado um minuto de silêncio pelas pessoas assassinadas pela Polícia nos protestos destes últimos dias na Colômbia. O porta-voz nacional do Congreso de los Pueblos, Jimmy Moreno, disse, em alusão ao povo colombiano, que «a dignidade se expressa nas ruas e estradas contra este governo criminoso e corrupto de Iván Duque», cuja renúncia imediata exigiu. De acordo com o movimento, «a greve geral pretende superar a crise sanitária, educativa, de habitação, emprego, alimentação, transporte, feminicídios» na Colômbia e rejeita «as práticas sociais genocidas contra o movimento social: assassinato, judicialização, ameaça e perseguição por parte do Estado colombiano há décadas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo as denúncias de organizações sociais e os vídeos publicados nas redes sociais, o Esmad atacou com gás lacrimogéneo e bombas atordoantes centenas de jovens que se concentraram no lado de fora do estádio e se uniram aos protestos da greve geral, enquanto decorria o jogo, indica a TeleSur. Sergio Marín, do partido Comunes, destacou como, enquanto a normalidade futebolística decorria lá dentro, cá fora o povo que se mobilizava pelos direitos levava tareia. «Pão e circo, ao melhor estilo das ditaduras do Cone Sul», denunciou na sua conta de Twitter. No mais recente relatório, a ONG Temblores informou que, entre 28 de Abril e 10 de Maio, foram mortas pelo menos 40 pessoas na Colômbia, no âmbito da greve geral, e se registaram 1956 casos de violência policial. A Temblores, que irá actualizar os seus dados hoje, revelou ainda que, no período referido, 1003 cidadãos foram detidos arbitrariamente, se registaram 12 casos de pessoas agredidas sexualmente pela Polícia e 28 de pessoas com lesões oculares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Mas desta vez, defendeu Marín, estamos perante uma situação totalmente nova, diferente e qualitativamente superior. «O povo já entendeu que só a luta nas ruas, unida em torno de algumas reivindicações e mantendo a pressão, faz o governo ceder.» Acrescentou que isto ocorre num contexto de repressão que põe os números «praticamente ao nível de um verdadeiro massacre, com cerca de 50 colombianos mortos». «Fala-se em mais de 500 desaparecidos, de mil pessoas presas, processadas e levadas para a prisão, por isso poderíamos dizer que são verdadeiros presos políticos», alertou. Desta forma, as autoridades agravaram a «inconformidade» e elevaram o nível de resposta da luta dos colombianos, principalmente dos mais jovens, nas ruas do país, argumentou. «Até agora, foram alcançados alguns resultados extremamente importantes: a proposta de reforma tributária foi desmantelada, dois ministros demitiram-se, o governo anunciou que está em condições de garantir a gratuitidade do Ensino Superior aos estratos I, II e III», enumerou. Ou seja, matrícula zero para as camadas mais pobres da população, tendo em conta que o governo dividiu os colombianos em seis níveis para esse efeito. «O nível I é o mais baixo, de pessoas que vivem praticamente na miséria, e o nível VI é o dos sectores mais ricos da população». Isto é algo que o movimento estudantil andava a pedir ou a exigir há muitos anos, com o governo a insistir na resposta negativa, explicou. «Um dos resultados desta greve foi o anúncio de que era possível; era uma decisão política e bastava simplesmente ter vontade de o fazer.» O cenário é bastante complexo. A repressão, como todos sabem, está a piorar, alertou. «Estamos a enfrentar praticamente uma política de terra queimada por parte das forças de segurança do Estado, da Polícia em particular e do seu Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), que é um verdadeiro corpo de repressão, morte e perseguição», denunciou. Organizações de direitos humanos referiram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. O MP anunciou que vai incriminar vários agentes por homicídio. Na noite de quarta-feira, voltou a registar-se intensa repressão por parte das forças de segurança na Colômbia, e pelo menos dois jovens foram mortos na localidade de Pereira (departamento de Risaralda). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram polícias a disparar junto a um viaduto contra uma concentração de jovens que se manifestavam contra o governo de Iván Duque. Estes vídeos seguem-se a outros, referentes à noite anterior, em que se vê a Polícia e os militares a dispararem fogo pesado e também a partir de helicópteros contra manifestantes, no âmbito dos protestos relacionados com a greve geral iniciada no passado dia 28 de Abril. Além dos jovens mortos, que se soube serem Lucas Villa e Miguel Ciro, estudantes de Desporto na Universidade Tecnológica de Pereira, registaram-se vários feridos, na sequência das cargas e disparos policiais. Organizações de direitos humanos indicaram que a Polícia disparou contra os manifestantes a partir de viaturas com vidros escurecidos. Neste contexto, o Ministério Público (MP) colombiano anunciou, esta quarta-feira, que irá incriminar diversos agentes pelos homicídios de três civis durante as manifestações. De acordo com o MP, o saldo é de 11 vítimas mortais até ao momento, bastante inferior ao registado por diversas ONG, como a Temblores ou a Grita, que afirmam terem ocorrido 37 mortes de manifestantes às mãos da Polícia entre 28 de Abril e 5 de Maio, refere a TeleSur. Desde o dia 28 de Abril até esta terça-feira, a organização Grita registou 31 casos de pessoas mortas pela Polícia em vários pontos da Colômbia. Entretanto, novas reivindicações surgem na greve geral. Ontem à noite, realizaram-se concentrações em diversas cidades, com velas para evocar os «assassinados em território nacional» durante as jornadas de protesto, que inicialmente visavam a Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) proposta pelo governo de Iván Duque, mas depois alastraram para outras reivindicações. Na sua conta de Twitter, o movimento Congreso de los Pueblos, deu conta do ajuntamento na capital, Bogotá, para denunciar a brutalidade policial no país, que, segundo dados divulgados por diversos organismos, ultrapassa os 1443 casos de violência ao longo da greve geral. A plataforma Grita revelou que, entre as 6h (hora local) de 28 de Abril e as 8h de 4 de Maio, há registo de 216 vítimas de física por parte da Polícia. A mesma fonte indicou que 31 pessoas foram assassinadas, 21 sofreram agressões nos olhos e dez foram vítimas de violência sexual, igualmente por parte da Polícia. No mesmo período, foram registados 814 casos de detenções arbitrárias e 77 de disparos com armas de fogo. Para além disto, a Provedoria de Justiça emitiu um comunicado em que dá conta de 87 pessoas desaparecidas até ao momento. O general colombiano Eduardo Enrique Zapateiro instou um grupo de polícias a prosseguir a sua acção na cidade de Cáli, tendo-lhes dito que «estamos a fazer as coisas bem» e que estão a «salvar a democracia que alguns querem destruir», refere a TeleSur. Estas declarações de Zapateiro foram proferidas depois de, na noite de segunda-feira, membros do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) terem esntrado no Bairro de Siloé, em Cáli, onde atacaram à bala grupos de jovens que participavam na greve geral. O Exército assumiu o controlo da cidade, no departamento de Valle del Cauca, e foi decretado o recolher obrigatório. Em Chinácota (departamento de Norte de Santander), foi convocada para ontem um protesto com velas «contra a brutalidade policial que matou tantos jovens nestes últimos dias», informa a TeleSur. Por seu lado, o Colombia Informa revelou que o Esmad interveio de forma violenta em Bucaramanga (Santander), havendo a registar pelo menos dois feridos. Iniciada a 28 de Abril, a greve geral contra a reforma tributária de Duque mantém-se há 4 dias nas ruas. A Rede Francisco Isaías Cifuentes dá conta de 8 mortos, vários desaparecidos e dezenas de detenções. Convocadas por sindicatos, partidos políticos e organizações sociais, muitos milhares de pessoas vieram para as ruas, no Dia Internacional dos Trabalhadores, para continuarem a dizer «não» à Lei de Solidariedade Sustentável (reforma tributária) avançada pelo governo de Iván Duque e repudiar a forte repressão policial dos últimos dias. Ao descontentamento e à revolta popular com o projecto de lei juntou-se o «mal-estar» provocado pelo apelo do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), expresso na sexta-feira, para que o Exército interviesse contra os manifestantes. Apesar de o Twitter ter apagado, algumas horas depois, o apelo de Uribe às armas, nas ruas e nas redes sociais o repúdio fez ouvir: «O povo não te quer, assassino criminoso» foi uma de várias expressões sintomáticas veiculadas contra o uribista. Ontem, Bogotá foi um dos palcos das mobilizações em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra a reforma de Duque e a repressão policial. «Aqui está o povo nas ruas organizado, a lutar por uma vida digna», afirmaram na capital. Na sua conta de Twitter, o Congresso de los Pueblos informou que, neste «Primeiro de Maio, no Sul de Bogotá o povo continua nas ruas, apesar da ameaça das forças de segurança e do governo nacional». A organização denunciou a repressão exercida pela Polícia em vários pontos do país sul-americano, nomeadamente na cidade de Pereira, no departamento de Risaralda. «Fazemos um apelo para que sejam dadas garantias à mobilização social. Protestar é um direito», referiu. A Central Unitária dos Trabalhadores anunciou o prosseguimento da Paralisação Nacional iniciada esta quarta-feira contra a proposta de legislação que visa aumentar impostos para «financiar a crise». «A greve desta quinta-feira insistirá na oposição à Reforma Tributária, prosseguirá dia 19 de Maio e continuará enquanto o governo persistir na proposta actual», disse Francisco Maltés, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT). Além de «marchas massivas, vigorosas e pacíficas» nesse âmbito, também em defesa de apoios sociais e às pequenas e médias empresas, estão igualmente previstas mobilizações para o Primeiro de Maio. Ontem, desde cedo, milhares de pessoas vieram para as ruas em diferentes cidades e em mais de 500 municípios do país sul-americano, em protesto contra a proposta do governo de Duque, que os manifestantes acusam de estar a passar aos trabalhadores a factura da crise sanitária e económica. A jornada de protesto, convocada pelo Comité Nacional de Greve, visava igualmente denunciar a violência no país, sobretudo os massacres e os assassinatos de dirigentes sociais, de defensores da paz e dos direitos humanos, bem como de ex-combatentes das FARC-EP signatários do acordo de paz de 2016. Bogotá, Medellín, Cáli, Barranquilla e Cartagena foram palco das maiores mobilizações, e ali foram reportados vários confrontos com as forças de segurança. De acordo com a Prensa Latina, o governo destacou mais de 47 mil agentes para as ruas. «A Colômbia está mergulhada numa crise económica muito profunda e propõe-se uma reforma tributária para acabar de empobrecer a classe média, encarecer os alimentos, quando 30% da população, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística, não está a fazer três refeições diárias», disse a vice-presidente da Federação Médica Colombiana, Carolina Corcho, citada pela Prensa Latina. Por seu lado, o presidente da CUT em Antioquia, Jaime Montoya, classificou a reforma como «a mais regressiva de todas», além de favorecer as grandes empresas e o capital financeiro. A reforma tributária, designada como Lei de Solidariedade Sustentável, contempla o aumento dos impostos sobre produtos e serviços, a instalação de portagens urbanas, e altera o regime de isenções fiscais, o que agravaria a situação de assalariados, pensionistas e população com baixos rendimentos. Em comunicado, o Comité Nacional de Greve, que integra várias organizações sindicais, movimentos sociais e partidos, sublinhou «a profunda rejeição da população pelas medidas neoliberais de Duque», apesar do «pico da pandemia, da estigmatização da greve promovida pelo governo e alguns órgãos de comunicação», informa a TeleSur. O Comité denunciou as medidas de recolher obrigatório e a ausência de transportes públicos, adoptadas por algumas autoridades locais para impedir o protesto, bem como as acções de repressão perpetradas por agentes da Polícia e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) em várias cidades, que se saldaram com um morto, dezenas de feridos e de detidos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Órgãos de comunicação locais e internautas deram conta de manifestações, este sábado, também em Barraquilla, Medellín, Bucamaranga, Cartagena e Cáli, com forte presença de forças policiais, militares e de agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad), registando-se vários episódios de repressão sobre os manifestantes. Houve igualmente mobilizações na região do Catatumbo e na cidade de Popayán, no Cauca. Nesta última, refere a TeleSur, a manifestação do Primeiro de Maio – contra a reforma tributária e a repressão do governo de Duque – é a primeira em mais de 80 anos. Em Cáli, no departamento de Valle del Cauca, a manifestação do Dia do Trabalhador foi massiva, como resposta à grande repressão exercida sobre os manifestantes nos dias anteriores. De acordo com um relatório divulgado pela Rede de Direitos Humanos Francisco Isaías Cifuentes na sexta-feira à noite, pelo menos oito pessoas foram mortas em Cáli durante as mobilizações. Além disso, o organismo registou a detenção de pelo menos 84 pessoas, 28 feridos, três manifestantes desaparecidos, três casos de pessoas que perderam um olho e o de uma mulher que foi abusada sexualmente por um agente do Esmad. Ainda na sexta-feira, confrontado com a grande oposição nas ruas ao polémico projecto para reajustar as contas em tempos de «crise», Iván Duque anunciou que ordenou ao Ministério das Finanças proceder à sua reformulação. Já ontem, ao final do dia, na sequência de nova jornada de intensas mobilizações no país, o presidente colombiano anunciou que irá destacar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar os protestos nas principais cidades. Para tal, explica a TeleSur, irá recorrer à figura da «assistência militar», que, disse, está contemplada na Constituição e que manterá, em coordenação com autarcas e governadores, até que as manifestações acabem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em Cúcuta, a greve prossegue, tendo os manifestantes realizado um minuto de silêncio pelas pessoas assassinadas pela Polícia nos protestos destes últimos dias na Colômbia. O porta-voz nacional do Congreso de los Pueblos, Jimmy Moreno, disse, em alusão ao povo colombiano, que «a dignidade se expressa nas ruas e estradas contra este governo criminoso e corrupto de Iván Duque», cuja renúncia imediata exigiu. De acordo com o movimento, «a greve geral pretende superar a crise sanitária, educativa, de habitação, emprego, alimentação, transporte, feminicídios» na Colômbia e rejeita «as práticas sociais genocidas contra o movimento social: assassinato, judicialização, ameaça e perseguição por parte do Estado colombiano há décadas». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As manifestações começaram há uma semana tendo como principal objectivo a retirada da reforma tributária proposta pelo governo de Duque e agora continuam nas ruas com um espectro de reivindicações muito mais amplo, em que se inclui a rejeição da violência estrututal e da brutalidade policial no país. De acordo com o balanço divulgado pela Plataforma Grita, relativo à repressão exercida sobre os manifestantes pelos agentes do Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) e elementos do Exército colombiano, no período referido registaram-se 1708 casos de violência, com os mais recentes a ocorrerem em cidades como Pereira, Cáli, Medellín, Barranquilla, Buga, Palmira e Bogotá. O balanço da repressão policial e militar aponta ainda para 222 casos de vítimas de violência física, 37 homicídios, 831 detenções arbitrárias, 312 intervenções violentas, 22 pessoas com lesões oculares, 110 vítimas de balas disparadas por polícias e dez casos de violência sexual. Os países que integram a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) emitiram ontem um comunicado em manifestam a sua preocupação com as vítimas da violência física, das detenções arbitrárias, de desaparecimento, de abuso sexual durante a repressão dos protestos sociais. O bloco repudiou o uso excessivo da força por parte dos agentes de segurança na Colômbia, tendo feito um apelo às autoridades para velarem pelo dever de proteger os direitos humanos, o direito à vida e à segurança pessoal, refere a agência Prensa Latina. No texto, a ALBA-TCP destaca que a violência, por parte das forças do Estado, não resolve as causas estruturais das situações de injustiça social, e fez votos pela paz do povo da Colômbia e para que prevaleça o diálogo e a sensatez. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Colômbia – destacou – existe uma polícia política com recursos de guerra para «enfrentar» os problemas sociais. «O anúncio do envolvimento do Exército nesta repressão constitui um quadro sério», disse Marín, lembrando que as mobilizações, a pressão social e popular, «aumentam na medida em que não são dadas soluções para as demandas do povo». «Lamentamos, como lamenta a América Latina, que a OEA chefiada por Luis Almagro continue a desenvolver uma agenda contrária aos interesses dos povos do continente, totalmente servil aos interesses dos Estados Unidos e das oligarquias da região», afirmou, destacando que a OEA e Almagro mantêm um silêncio cúmplice pelo qual devem responder, no contexto da situação dramática que a Colômbia atravessa. Está em jogo a possibilidade de cancelar a realização da Copa América na Colômbia, que deve começar daqui a um mês. «As barras das equipas mais fortes da Colômbia uniram-se em torno do lema de que o que o povo colombiano exige não é circo, mas pão», explicou. «O que as pessoas exigem nas ruas, com dignidade, são melhores condições de vida e não mais espectáculos para tentar encobrir o sangue, o massacre, a morte, os desaparecimentos e as torturas na nossa pátria», frisou. «Há relutância em atender ao apelo ao diálogo por parte do governo; o que o povo quer é uma negociação assente numa agenda que inclua reivindicações», disse, acrescentando que as pessoas exigem que o governo diga com clareza aquilo que vai cumprir, e é isso que irá determinar se haverá um acordo. Se for assim, a situação poderia estabilizar-se «enquanto se aguarda as eleições presidenciais de 2022 e a eleição de um governo democrático que responda às necessidades do povo, governe para o povo e não para os monopólios, os latifundiários, os narcotraficantes e as máfias», defendeu Marín. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Com estas iniciativas, diversos sectores integrados no Comité pretendem um rendimento básico de emergência, um salário mínimo mensal por um período de um ano para 7,5 milhões de lares, bem como a gratuitidade universal para todos os estudantes na Educação Superior pública. Exigem ainda o reforço da rede pública de saúde e a valorização do trabalho para enfrentar a pandemia; apoios para a reactivação económica das micro, pequenas e médias empresas e a criação de emprego. Entre outros pontos, reivindicam também o apoio à reactivação do sector agropecuário; medidas para lutar contra a violência de género; garantias para o exercício do direito ao protesto pacífico; e a reforma da Polícia. Apesar do apelo feito ao governo colombiano para que garantisse o direito à manifestação e evitasse a violência policial, nomeadamente pela Missão Internacional pelas Garantias para o Protesto Social e Contra a Impunidade, e dos alertas lançados pelo secretário-geral do Partido Comunista Colombiano, Jaime Caycedo, contra a criminalização da juventude no país sul-americano, em vários pontos as manifestações, em que participaram milhares de pessoas, foram abordadas com excesso de força e reprimidas. De acordo com o Colombia Informa, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) atacou grupos de defesa dos direitos humanos e jornalistas no Bairro La Esmeralda, em Popayán, capital do departamento do Cauca. Para denunciar a desigualdade e a violência, exigir um outro modelo socioeconómico e a dissolução do Esmad, milhares mobilizaram-se em cidades como Medellín, Bucaramanga, Barranquilla, Cáli e Bogotá. Diversos sectores convocaram uma jornada de mobilização nacional para esta segunda-feira, quando passavam dois meses desde o início da «greve geral» contra as políticas neoliberais do governo de Iván Duque. Entre as reivindicações apontadas, contava-se a exigência de justiça para os mais de 70 assassinados, as centenas de desaparecidos, os milhares de feridos pela acção da Polícia e do chamado corpo de elite, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad). Ontem, numa jornada de mobilização que teve grande expressão em cidades como Cáli, Bucaramanga, Medellín, Barranquilla e Bogotá, voltaram a repetir-se as denúncias de repressão e violência por parte do Esmad. Em Medellín, o meio Colombia Informa revelou que os agentes atacaram os manifestantes com canhões de água, com gás lacrimogéneo e, inclusive, com pedras, nomeadamente os que se concentraram na Universidade de Antioquia. Outra denúncia reiterada foi a do ataque a jornalistas que se encontravam a cobrir os protestos, tanto do Colombia Informa como do Tercer Canal. Entre as conquistas alcançadas pelo povo colombiano desde o início das greves e protestos, a 28 de Abril, destaca-se o facto de os manifestantes terem trazido para a primeira linha da actualidade a necessidade de pôr cobro à violência estrutural e à violação massiva dos direitos humanos no país sul-americano, bem como de se avançar com uma reforma no seio da Polícia e de discutir a dissolução do Esmad. O «Paro Nacional» também conseguiu travar a reforma tributária e a reforma de privatização da Saúde, bem como avanços na Educação, ao nível do Ensino Superior, além de ter levado às demissões de dois ministros (Finanças e Negócios Estrangeiros) e de um comandante da Polícia. Na cidade de Cáli, a Associação Nacional dos Estudantes do Secundário reportou várias situações de abuso perpetradas pela Polícia contra os manifestantes mobilizados contra as políticas de Duque. Em comunicado, a associação estudantil referiu que, ontem à tarde, a Polícia efectuou disparos directamente contra vários jovens – alguns dos quais membros da associação – que realizavam uma acção de luta cultural no chamado Puerto Resistencia, em Cáli (departamento de Valle del Cauca). Como dois dos jovens foram atingidos pelas balas – um na cabeça e outro numa perna –, alguns estudantes decidiram mudar-se para o Paso del Comercio, onde, refere o texto, a Polícia os recebeu com disparos de pistolas e espingardas. Neste sentido, a associação estudantil pede ao Município de Cáli que garanta o direito ao protesto e à vida dos manifestantes, exige a retirada imediata das forças policiais e militares dos pontos referidos, bem como a abertura de investigações que permitam esclarecer os factos e condenar os responsáveis. Heidy Sánchez, vereadora no Município de Bogotá, denunciou que o jornalista Diego Otavo, do órgão comunitário Noti Barrio Adentro, foi agredido presumivelmente por membros da Polícia colombiana quando cobria uma mobilização social, esta quarta-feira. No hospital, foi-lhe diagnosticado um trauma cranioencefálico leve, indica a Prensa Latina. Também há registo de diversas denúncias contra a Polícia na cidade de Medellín, onde esta quarta-feira teve lugar uma grande manifestação contra o governo de Iván Duque. De acordo com a TeleSur e vários utilizadores da rede social Twitter, o Esquadrão Móvel Antidistúrbios (Esmad) atacou membros dos serviços de atendimento médico (APH), bem identificados, com bombas atordoantes e gás lacrimogéneo, e agrediu uma fotógrafa que cobria a manifestação. O Comité da Greve afirma que Duque quer enganar os colombianos. Em Cáli, uma das cidades com mais mortos, feridos e desaparecidos no contexto das mobilizações, o povo inaugurou o Monumento à Resistência. As grandes manifestações e greves contra o governo colombiano iniciadas a 28 de Abril, «por causa de uma reforma tributária» que uma boa parte da população rejeitava, continuam a verificar-se no país sul-americano e prevê-se que prossigam pelo menos ao longo desta semana, tendo em conta que as negociações entre o Comité da Greve e o governo de Iván Duque estão paradas. Diógenes Orejuela, dirigente da Central Unitária dos Trabalhadores (CUT) e porta-voz do Comité, afirmou que a proposta avançada pelo governo de realizar negociações a nível regional com representantes do Comité da Greve em cada departamento, com a participação dos governadores e presidentes dos municípios, é uma «acção para os enganar», informa a TeleSur. Para o Comité, não se trata de negociações mas de «simulacros e negociações para enganar os colombianos», o que é «uma grande falta de respeito para com o país, com os milhões de colombianos que se manifestaram em mais de 800 municípios», disse Orejuela. Com esta atitude, sublinhou, o governo não se pode queixar de que o país está a ser prejudicado pelas greves e as manifestações. «É o país que é terrivelmente prejudicado por este presidente, Iván Duque», frisou. No domingo, na cidade de Cáli, uma das cidades onde há registo de mais mortos, feridos e desaparecidos na sequência da repressão policial e militar exercida sobre os manifestantes, milhares de pessoas inauguraram o Monumento à Resistência no chamado Puerto Resistencia, local de grandes protestos antigovernamentais. «Sabem porque é o melhor monumento da Colômbia? Porque o fez o povo sem descansar; trabalharam dia e noite com as suas mãos e dignidade para homenagear a luta e os que nela caíram. Obrigado, Puerto Resistencia», disse à Prensa Latina Francisco Romero, presente no local durante a inauguração. Feliciano Valencia, senador pelo Movimento Alternativo Indígena e Social, destacou aquilo que foi alcançado neste «paro nacional», que já vai em 49 dias, como travar a reforma tributária e a reforma de Saúde, a renúncia do ministro das Finanças, Alberto Carrasquilla, bem como da ministra dos Negócios Estrangeiros, Claudia Blum, e do comandante da Polícia de Cáli, Juan Carlos Rodríguez, entre outras coisas. No sábado, houve grandes mobilizações em vários pontos do país, sendo uma das maiores a que ocorreu na cidade de Medellín. Além disso, registaram-se cortes de estrada em diversos locais. Com o que realizaram em Cajamarca (departamento de Tolima), os manifestantes quiseram denunciar a ausência de respostas do governo a temas como a brutalidade policial e a acção dos paramilitares. Na região do Catatumbo (departamento de Norte de Santander, no Nordeste do país), indivíduos que se identificaram como «paramilitares» atacaram agricultores que se manifestavam, chamando-lhes «guerrilheiros», batendo-lhes e roubando-lhes telemóveis. Depois, efectuaram pelo menos 150 disparos, ferindo múltiplos manifestantes, também com «armas traumáticas», segundo refere o Equipo Jurídico Pueblos. O mesmo organismo denunciou, esta segunda-feira, que «paramilitares» mantiveram retidos por várias horas representantes dos camponeses, defensores dos direitos humanos e o governador do departamento de Norte de Santander na Escola Mercedes 2. Enquanto isto ocorria, denunciou o Equipo Jurídico Pueblos, agentes da Polícia Nacional entraram e saíram da escola sem qualquer restrição. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As mobilizações contra as políticas neoliberais do governo de Iván Duque continuaram em vários pontos do país, apesar de, na segunda-feira, o Comité da Greve ter anunciado que ia interromper temporariamente estas iniciativas, que têm tido lugar no país sul-americano deste 28 de Abril último. Numa conferência de imprensa, representantes do Comité justificaram a decisão com o facto de o governo de Duque não ter reconhecido o pré-acordo sobre garantias mínimas para o exercício do direito à manifestação e com a necessidade de proteger os manifestantes da violência. No entanto, a decisão não foi bem acolhida por múltiplos sectores, que anunciaram que iam continuar a fazer greve e a protestar contra o governo «criminoso» de Duque nas ruas do país. Também houve manifestações nas cidades de Pasto (Nariño) e Bucaramanga (Santander), onde foi denunciada a presença e a acção repressiva do Esmad em zonas residenciais. De acordo com a informação divulgada esta terça-feira pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), 70 pessoas foram assassinadas desde o início da greve na Colômbia, sendo que 46 homicídios terão sido perpetrados pelas forças policiais. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No entanto, o governo de Duque recusou-se a assinar um pré-acordo negociado com o Comité da Greve com vista a garantir o direito ao protesto. O Comité decidiu então mudar de estratégia, abandonando as ruas para «proteger as vidas dos manifestantes», isto porque, acrescentou, o governo iria avançar para utilização da força de forma desmedida. Representantes do Comité da Greve anunciaram então um novo plano, que passa pela criação de projectos de lei sobre assuntos contidos no caderno reivindicativo de emergência, que serão entregues ao Congresso no próximo dia 20 de Julho. O Comité anunciou para esse dia uma mobilização que terá como lema «Pela vida, paz, democracia e contra as políticas neoliberais do governo de Duque». No entanto, diversos sectores que integram o Comité manifestaram discordância com uma estratégia que passa por abandonar as ruas, tendo decidido continuar a promover a realização de protestos contra o governo de Duque. As organizações não governamentais Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) e Temblores apresentaram esta segunda-feira um relatório intitulado «Cifras de la violencia en el marco del Paro Nacional 2021» (Números da violência no contexto da Greve Geral 2021), centrado no grande número de manifestações ocorridas nos últimos dois meses e que «foram alvo do uso de violência por parte das forças de segurança». O estudo dá conta de 75 homicídios, dos quais 44 terão sido cometidos pelas forças de segurança. Informa ainda que, entre 28 de Abril e 28 de Junho, 83 pessoas sofreram lesões oculares e 28 foram vítimas de diversas formas de violência sexual. O Indepaz e a Temblores registaram ainda 1832 casos de detenções arbitrárias e 1468 casos de denúncia de violência física por parte dos corpos policiais. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na cidade de Cáli, que ganhou o epíteto de «epicentro da repressão», o Esmad atacou as concentrações na conhecida Ladeira da Dignidade. Em Usme, Bogotá, os manifestantes, apesar da forte repressão, foram resistindo, revelou o Colombia Informa. Na cidade de Medellín (departamento de Antioquia), Polícia e Esmad usaram armas não autorizadas como latas vazias de gás lacrimogéneo cheias com pólvora, perdigões, objectos metálicos e vidros, entre outras. O Esmad atacou, inclusive, um concerto na zona de Parques del Río-Medellín, usando gás lacrimogéneo e bombas atordoantes contra as personas que ali se encontravam. De acordo com a organização Temblores, entre 28 de Abril e 26 de Junho, registaram-se pelo menos 4687 casos de violência policial (sem incluir os desaparecimentos). O organismo referido contabilizou mais de 80 homicídios, a maioria dos quais provocados pela Polícia¸ 1617 vítimas de violência física, 82 de agressões oculares, 228 de disparos de arma de fogo, 28 de violência sexual e 2005 detenções arbitrárias de manifestantes. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na recepção do prémio, Duque esteve a milhas desta realidade, afirmando que a «democracia colombiana será um farol no hemisfério». O rei espanhol também andou por outras paragens. O Indepaz regista quase 90 massacres em 2021, com um saldo superior a 300 vítimas no país, mas Felipe VI diz que a «democracia colombiana se mantém sólida». Rei espanhol, presidente colombiano e demais figuras ilustres da associação de juristas também parecem não ter dado grande importância a um relatório recente do Banco Mundial, de acordo com o qual o país sul-americano é o segundo com maior nível de desigualdade na América Latina. Para a noção de «democracia» desta associação também parecem não contar os dados oficiais do Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE), de acordo com os quais quase metade dos trabalhadores colombianos (48%) tem trabalhos informais. O mesmo organismo revelou, em Abril deste ano, que há na Colômbia 21 milhões de pessoas em situação de pobreza (42,5% da população) e mais de sete milhões em pobreza extrema (com rendimentos inferiores a 128 euros por mês). Ainda assim, ao que parece, reina «a paz e a liberdade» em Nariño, Cauca e Valle, e daí até La Guajira, Colômbia afora. Os «pecados» moram ao lado, na Venezuela e nas suas amigas Nicarágua e Cuba. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
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Quevedo Velásquez era membro da Cooperativa Multiactiva Agropecuaria del Guaviare, da Asociación de Campesinos y Trabajadores de la Región del Río Guayabero e da Coagro Guaviare em Puerto Concordia, informou o Indepaz.
Já esta quinta-feira, o organismo deu conta do assassinato do dirigente agrícola e associativo Luis Alfredo Castaño Gómez, de 69 anos, em Toro (departamento de Valle del Cauca).
Com este homicídio, perpetrado no passado dia 1, o Indepaz regista 51 assassinatos de dirigentes sociais em 2022 e 1335 desde a assinatura do acordo de paz, em Novembro de 2016, entre governo colombiano e Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP).
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