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Israel bombardeia a Faixa de Gaza e reduz a zona de pesca

Israel bombardeou vários pontos na Faixa de Gaza, depois de ter reduzido de 12 para seis milhas náuticas a zona de pesca do enclave, onde vivem cerca de dois milhões de palestinianos.

Imagem dos bombardeamentos israelitas sobre Gaza em Maio último Créditos / WAFA

A aviação israelita disparou vários mísseis para terras agrícolas na área de al-Sudania e contra um alvo a leste de Khan Yunis, na parte sul do enclave cercado, ontem à noite, refere o Palestinian Information Center.

Por seu lado, fontes militares israelitas afirmaram, em comunicado, que os mísseis visavam alegadamente alvos do movimento de resistência Hamas e que os ataques foram perpetrados em resposta ao lançamento, a partir de Gaza, de balões incendiários, que tinham provocado quatro pequenos incêndios perto de Gaza.

Hazem Qassem, porta-voz do Hamas, referiu-se aos ataques israelitas como uma «tentativa falhada de mostrar o seu próprio poder militar impotente e restaurar a imagem manchada do seu Exército», depois dos bombardeamentos de Maio último.

Então, Telavive bombardeou a faixa cercada durante 11 dias, como retaliação pela resistência palestiniana à violenta repressão no Complexo da Mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e aos planos de expulsão de famílias palestinianas do Bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada.

Mais de 300 palestinianos foram mortos durante a ofensiva israelita. Doze israelitas morreram na sequência do lançamento de rockets pela resistência palestiniana a partir de Gaza.

Também ontem, Telavive anunciou que iria reduzir para metade, «com efeito imediato» e até novo aviso, a zona de pesca da Faixa de Gaza.

Intensificação do bloqueio

Desde Maio, Israel intensificou as medidas de bloqueio económico e comercial que aplica ao enclave costeiro desde 2007.

No contexto dessas medidas punitivas, as autoridades israelitas impediram ontem a entrada de 25 camiões carregados com combustível para abastecer a única central de produção eléctrica no enclave.

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Israel proíbe a entrada de combustíveis em Gaza

Israel anunciou esta quarta-feira a proibição da entrada de combustíveis no território palestiniano cercado, intensificando o bloqueio que dura desde 2007, com graves consequências humanitárias.

Com o aperto do bloqueio, o abastecimento de electricidade aos habitantes de Gaza será ainda mais precário
Créditos / laizquierdadiario.com.ve

Em comunicado, o Ministério israelita da Defesa decretou ontem a proibição, a partir de hoje e por tempo indeterminado, da entrada de gás de cozinha e combustíveis líquidos na Faixa de Gaza através da passagem de Kerem Shalom/Karam Abu Salem, única via de entrada de mercadorias no território palestiniano.

O ministro da Defesa israelita, Avigdor Lieberman, declarou que a decisão visava pôr cobro aos protestos dos palestinianos junto à vedação que cerca o território de Gaza e que «o regresso da passagem de Kerem Shalom à operacionalidade total dependia do fim do envio de balões incendiários», por parte dos manifestantes em Gaza, para território israelita.

No início de Julho, Israel já tinha decretado a proibição da passagem de mercadorias pelo posto de Kerem Shalom/Karam Abu Salem, mas deixando de fora combustíveis, alimentos e medicamentos. Posteriormente, os combustíveis foram adicionados à lista de artigos interditados, e «o anúncio de Lieberman torna essa decisão permanente», revela o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), que em meados de Julho denunciava o agravamento da grave crise humanitária em Gaza, em virtude das medidas punitivas de Israel.

Nos últimos tempos, as autoridades israelitas têm intensificado o bloqueio contra o território, «na realidade uma gigantesca punição colectiva, em retaliação pelo prosseguimento dos protestos» da Grande Marcha do Retorno no território cercado.

Estas manifestações, que tiveram início em 30 de Março deste ano, exigem precisamente o fim do bloqueio israelita, que dura há 11 anos, bem como o direito de retorno dos refugiados palestinianos às terras de onde foram expulsos no processo de limpeza étnica que acompanhou a formação do Estado de Israel, em 1948.

Desde o seu começo, as forças israelitas reprimiram os protestos de forma violenta, tendo morto pelo menos 155 manifestantes palestinianos e provocado mais de 15 mil feridos.

O aperto do bloqueio irá contribuir para a deterioração das precárias condições de saneamento, saúde e de abastecimento de água que afectam os cerca de dois milhões de habitantes no pequeno enclave e que são agravadas, «com efeitos devastadores», pela escassez de combustíveis e os cortes de eletricidade.

Na segunda-feira passada, a companhia de electricidade da Faixa de Gaza anunciou mais uma redução no fornecimento, depois de a sua única central de produção ter deixado de funcionar. Para além disso, um cabo que fornecia eletricidade a partir de Israel está cortado há cerca de uma semana, revela o MPPM.

Neste cenário, em vez de 16 horas diárias, os habitantes de Gaza sofrerão cortes de electricidade de 18 horas por dia.

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A agência Maan precisou que as forças israelitas proibiram a entrada da caravana pela passagem de Kerem Shalom, sem dar qualquer explicação.

«Mais restrições em Gaza apenas vão criar uma explosão face à ocupação», afirmou Abd al-Latif al-Qanou, representante do Hamas, em declarações a uma rádio local.

«O nosso povo não vai continuar de braços cruzados perante o cerco e as acções para dificultar a reconstrução da faixa», destacou, aludindo aos danos causados pelos bombardeamentos em Maio.

Há uma semana, comerciantes alertaram para o colapso do sector produtivo no território palestiniano devido aos ataques israelitas recentes.

«Mais de mil instalações económicas foram destruídas; se não houver soluções rápidas, a economia local colapsará, o que fará aumentar ainda mais as taxas de desemprego e pobreza», afirmou Ali al-Hayek, director da Associação de Empresários Palestinianos.

O Banco Mundial estimou em 570 milhões de dólares o valor das perdas no enclave como consequência dos bombardeamentos israelitas.

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