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México e Cuba estreitam cooperação na área da saúde

O director-geral do Instituto Mexicano de Segurança Social (IMSS), Zoé Robledo, reuniu-se em Havana com o presidente cubano, com o intuito de reforçar a cooperação bilateral em matéria de saúde.

O México pretende reforçar o número de médicos cubanos no seu sistema de saúde; aos que o atacam, desde 2022, López Obrador respondeu que a medida se deve à falta de investimento no sector por parte dos que governaram no período neoliberal 
Créditos / @zoerobledo

O funcionário mexicano deslocou-se à capital cubana, por indicações do presidente Andrés Manuel López Obrador, «para continuar a reforçar os trabalhos de cooperação entre ambos os países», segundo revelou Robledo na sua conta de Twitter (X).

Numa reunião que decorreu esta sexta-feira no Palácio da Revolução, Robledo comunicou ao chefe de Estado cubano, Miguel Díaz-Canel, o empenho do «actual governo mexicano em continuar a fortalecer o seu Sistema de Saúde», de modo a acabar com «uma das heranças mais terríveis que nos deixou o modelo neoliberal, que foi a falta de médicos especialistas», disse.

Zoé Robledo e Díaz-Canel em Havana, a 10 de Maio de 2024 / @zoerobledo

Daí, indica a TeleSur, a vontade de ampliar o alcance do acordo com as autoridades cubanas nesta área, que se encontra em marcha desde 2023.

No encontro, em que estiveram presentes uma delegação do IMSS e Bem-Estar mexicano e outra do Ministério cubano da Saúde, Robledo destacou que a presença, no seu país, de centenas de médicos especialistas cubanos contribui para apoiar um modelo com o qual se pretende fazer valer o direito à saúde e melhorar o nível de prestação de cuidados médicos, em especial à população mais desfavorecida.

Sobre o trabalho dos médicos de Cuba no México e do impacto que teve junto da população mais vulnerável, o responsável classificou-o como «extraordinário pela sua qualidade», bem como pela sua «dimensão profissional e humana».

Por seu lado, Díaz-Canel enviou uma saudação calorosa ao seu homólogo mexicano, que, sublinhou, sempre manifestou o seu apoio solidário a Cuba no meio de circunstâncias complexas.

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Para «fazer valer o direito à saúde», avança o plano de federalização no México

O chamado Plano de Federalização da Saúde IMSS-Bem-Estar avança com força em 23 dos 32 estados do México, beneficiando 91 milhões de pessoas, cerca de 70% da população.

O director-geral do IMSS, Zoé Robledo, durante a conferência de imprensa matinal no Palácio Nacional, na Cidade do México, a 17 de Janeiro de 2023 
CréditosCristina Rodríguez / La Jornada

A informação foi divulgada, esta terça-feira, pelo director do Instituto Mexicano de Segurança Social (IMSS) e Bem-Estar, Zoé Robledo, no contexto da habitual conferência de imprensa matinal do presidente Andrés Manuel López Obrador, no Palácio Nacional, na Cidade do México.

Robledo destacou os avanços de um sistema que pretende levar cuidados de saúde à população mexicana sem segurança social, o que implica a contratação de médicos e enfermeiros nacionais e estrangeiros, sobretudo cubanos.

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López Obrador voltou a agradecer o apoio de Cuba ao sistema de saúde mexicano

Há actualmente 700 médicos especialistas cubanos a participar no sistema promovido pelo Instituto Mexicano de Segurança Social (IMSS) e Bem-Estar, informou esta terça-feira Andrés Manuel López Obrador.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador 
Créditos / pagina12.com.ar

Durante a conferência de imprensa diária no Palácio Nacional, na Cidade do México, o presidente mexicano voltou a agradecer a Cuba pelo apoio prestado no desenvolvimento de um sistema de saúde no país.

López Obrador disse que erguer o sistema de saúde, que «estava no chão» e «era controlado por corruptos que roubavam o dinheiro até dos medicamentos», levou tempo, devido a problemas estruturais.

«Recebemos a má herança de não termos os médicos, não termos os especialistas que o país requer», frisou, citado pelo portal Cuba Debate.

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Chegam este mês mais 124 médicos cubanos ao México

Com estes 124 especialistas, cuja chegada está prevista para 27 de Janeiro, passam a trabalhar no México 610 profissionais da Ilha, informou o Instituto Mexicano de Segurança Social (IMSS) e Bem-Estar.

O director-geral do IMSS, Zoé Robledo, durante a conferência de imprensa matinal no Palácio Nacional, na Cidade do México, a 17 de Janeiro de 2023 
CréditosCristina Rodríguez / La Jornada

A informação foi divulgada esta terça-feira pelo director do IMSS, Zoé Robledo, durante a habitual conferência de imprensa matinal que o presidente Andrés Manuel López Obrador dá no Palácio Nacional, na Cidade do México.

Robledo explicou que os 124 especialistas de Cuba serão distribuídos por hospitais de doze estados, incluindo Guerrero, Colima e Michoacán, e que, desta forma, fica concluída uma primeira etapa, em que participam 610 médicos da maior das ilhas Antilhas, como especialistas de medicina interna, pediatria, cirurgia geral, medicina familiar, entre outras áreas.

Recorde-se que, em Julho último, as autoridades mexicanas anunciaram a contratação de 500 médicos cubanos para trabalhar nos 15 estados que então aderiram ao plano de saúde a cargo do IMSS.

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Apoiado por uma multidão, presidente mexicano destaca as conquistas da sua gestão

Há quem fale em dois milhões de pessoas e até mais para se referir à participação na marcha de apoio a Obrador, este domingo, na Cidade do México. Num Zócalo abarrotado, o presidente enumerou as conquistas.

Uma multidão junto à Glorieta do Anjo da Independência segue em direcção ao Zócalo, a 27 de Novembro de 2022 
CréditosPablo Ramos / La Jornada

A marcha entre o Anjo da Independência e a Praça do Zócalo, no centro da capital mexicana, deixou imagens impressionantes de uma maré humana de apoio a Andrés Manuel López Obrador e ao projecto político que leva a cabo no país latino-americano.

A marcha popular, que reuniu pessoas provenientes dos 31 estados do país e avançou de forma lenta – durou cerca de seis horas no total, segundo o La Jornada –, serviu para assinalar os quatro anos de governo do executivo de Obrador, que tomou posse como presidente do México a 1 de Dezembro de 2018, derrotando os candidatos conservadores.

Algumas fontes afirmam que a marcha de apoio a Obrador, no quarto aniversário da tomada de posse, reuniu cerca de dois milhões de pessoas na Cidade do México / @lajornadaonline

No Zócalo, a abarrotar de gente e onde apenas conseguiu entrar uma parte dos que participaram na marcha, López Obrador apresentou o quarto relatório daquilo que designa como a Quarta Transformação da vida social e económica do México na sua história recente, depois das que foram lideradas por Miguel Hidalgo em 1810, por Benito Juárez em 1857 e por Francisco Madero em 1910 (a Revolução Mexicana).

«Humanismo Mexicano»

Ao apresentar o quarto relatório da acção governativa ao povo, Obrador afirmou que o seu legado de governo deverá ser definido como Humanismo Mexicano, tendo em conta a orientação social das suas políticas, indica o La Jornada.

Afirmando que esse Humanismo se nutre «do pensamento universal», o presidente do México disse que, na sua essência, «surge da milenária riqueza cultural mexicana e da fecunda história nacional».

Neste sentido, defendeu a independência e a soberania do país norte-americano, a não aceitação de imposições, a sua vocação de dever ao povo e a proclamação de Hidalgo de que o povo que quiser ser livre sê-lo-á.

Combate à pobreza, apostas na Saúde e na Educação

Num discurso de quase duas horas, Andrés Manuel López Obrador enumerou as principais 110 acções cumpridas na sua gestão, que passam pelo combate à pobreza, os apoios a programas sociais, a dignificação dos povos indígenas, a defesa dos direitos individuais e colectivos.

O chefe de Estado destacou ainda o aumento do salário mínimo nacional em 62%, bem como o aumento das remessas enviadas pelos mexicanos residentes no estrangeiro, a reforma laboral, a política de saúde gratuita, a luta contra a precariedade e o crescimento económico do país.

No Zócalo ou Praça da Constituição, uma parte dos participantes na marcha ouviu o discurso de López Obrador // Roberto García Ortiz / La Jornada

No que respeita à Educação e à Saúde, sublinhou a aposta na construção de infra-estruturas escolares e universitárias, as bolsas para estudantes de todos os níveis de ensino, a contratação de médicos pelo Estado e a vacinação de toda a população contra a Covid-19.

Fim dos perdões fiscais a milionários e avanços na luta contra o crime

López Obrador deu particular ênfase aos avanços no combate ao roubo de gasolina, à corrupção e ao gasto supérfluo na administração pública, ao mesmo tempo que, disse, se acabou com os perdões fiscais a milionários no país.

Outro dos elementos destacados por López Obrador foi o avanço na «batalha contra a violência e o crime, sem lhe declarar guerra, como faziam governos anteriores, mas atacando as causas que estão na sua origem».

Obrador disse que o petróleo e todo o combustível que se produz no México já é propriedade do povo, tendo ainda destacado grandes obras terminadas ou que estão em construção, ao nível da indústria e das infra-estruturas de transportes.

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Agradecendo a Cuba, López Obrador denunciou então que, com a política de privatizações, os neoliberais tinham deixado o país sem médicos e alertou a população para que não se deixasse enganar por «esses farsantes» que querem continuar a aproveitar-se da escassez de médicos e da deterioração do sector público da Saúde que eles mesmos provocaram.

Garantir o direito à saúde

O director-geral do IMSS disse que o organismo prevê alcançar, no final do primeiro semestre deste ano, uma cobertura de 67% da população sem segurança social no país, abrangendo pelo menos 40,3 milhões de pessoas em 21 estados, indica o La Jornada.

Robledo explicou que o IMSS deixou de ser um plano para passar a ser um organismo público descentralizado de segurança social, o maior do país, fazendo parte do sistema de saúde pública do Estado mexicano.

Actualmente, precisou, há no país azteca 65,6 milhões de pessoas que não têm segurança social e a meta é chegar à cobertura total. Destes, 11,6 milhões já eram atendidos no sistema do IMSS; 22,3 milhões recorriam a sistemas estaduais e 31,5 milhões não possuem qualquer cobertura de serviços de saúde.

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Médicos cubanos vão trabalhar em 15 estados do México

Obrador agradeceu a Cuba e lembrou a falta de médicos no seu país, em virtude das políticas privatizadoras dos neoliberais, uns «farsantes» que agora se queixam da deterioração que eles mesmos provocaram.

Créditos / La Jornada

Os 500 médicos cubanos contratados pelo México vão trabalhar nos 15 estados que aderiram ao plano de saúde a cargo do Instituto Mexicano de Segurança Social (IMSS) e Bem-estar, revelou esta segunda-feira o secretário da Saúde do país azteca, Jorge Alcocer.

Depois de Nayarit, onde já se encontram 60 médicos da Ilha, outros grupos seguirão para Colima e Tlaxcala, acrescentou. Este primeiro grupo recebeu formação sobre regulamentos internos e também relativos às instituições que vão apoiar.

De acordo com o funcionário mexicano, existe a possibilidade de contratação de especialistas de outros países, tendo como objectivo alcançar o número necessário de médicos recomendados internacionalmente, informa o La Jornada.

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Trabalho da brigada médica cubana no México louvado

O presidente de Cuba reconheceu, esta terça-feira, o trabalho complexo que uma brigada médica do Contingente Henry Reeve levou a cabo no país azteca para combater a Covid-19.

Pessoal da saúde cubano regressa ao país depois de ter estado três meses no México
CréditosMiguel Guzmán / Prensa Latina

Miguel Díaz-Canel transmitiu por teleconferência as palavras de boas-vindas a este contingente internacional que regressou a Cuba depois de ter passado três meses no país centro-americano. O presidente cubano referiu ainda que o trabalho da brigada foi também reconhecido pelas secretarias da Saúde e da Defesa Nacional do México, informa o portal Cubadebate.

Em declarações à Prensa Latina, o chefe desta brigada, Rafael Luis Pino, disse que, graças à cooperação entre especialistas de ambos os países, conseguiram travar a alta incidência e mortalidade nos hospitais onde prestaram serviço.

«Havia muita escassez de pessoal e cada médico atendia um grande número de pacientes, uma situação que melhorou com a nossa chegada», apontou.

Pino destacou que os cubanos foram os primeiros médicos civis no Hospital da Secretaria da Marinha mexicana e, apesar disso e da disciplina férrea da instituição, trabalharam de forma conjunta e criaram amizade.

«Hoje, nessa instituição há menos casos positivos de SARS-CoV-2 e a mortalidade também disminuiu, o que em parte se deve ao trabalho dos profissionais da Ilha», acrescentou.

A equipa médica que Rafael Luis Pino liderou faz parte de uma brigada de profissionais da saúde que no dia 14 de Dezembro de 2020 foi para o México combater a Covid-19 e que prestou cuidados de saúde à população mexicana em várias unidades hospitalares.

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A brigada médica cubana em Moçambique foi reforçada

Composta por quase 300 membros, a brigada médica cubana viu reforçada a sua capacidade de acção em Moçambique, para contribuir para a contenção da Covid-19, explicou o médico Manuel Wong.

Médicos das brigadas de saúde de Cuba (imagem de arquivo)
Créditos / dialogosdosul.operamundi.uol.com.br

A correspondente da Prensa Latina em Angola ficou a par do acontecimento através de reportagens da imprensa moçambicana que destacaram a chegada recente a Maputo de mais de uma dezena de profissionais da Saúde provenientes do país caribenho.

Pelas redes sociais, conversou com o doutor Manuel Wong, chefe da brigada médica, com o intuito de conhecer melhor o trabalho levado a cabo pelos cubanos, cujas primeiras experiências no país austral tiveram lugar há mais de 40 anos.

Presente nas dez províncias moçambicanas, a brigada tem actualmente 281 especialistas em cuidados médicos directos aos pacientes, distribuídos por quatro hospitais centrais, seis provinciais e três distritais, explicou Wong.

Ao mesmo tempo, referiu, uma dezena de especialistas assumem diversas actividades académicas em duas universidades e um instituto politécnico de formação profissional, localizado na Noroeste da província de Tete.

No contexto de uma nova onda de Covid-19, «o contingente mantém o seu trabalho nas instalações hospitalares; isto inclui a atendimento aos infectados nas chamadas zonas vermelhas, bem como nos centros de isolamento», indicou.

«Salvaram-se inúmeras vidas, e a 24 de Janeiro último chegou um reforço de 14 médicos e enfermeiros, todos com preparação em cuidados intensivos, para enfrentar a pandemia», disse à Prensa Latina o especialista em Medicina Geral Integral e mestre em Promoção da Saúde.

O médico cubano diz que, entre desastres e pandemias, há pouco tempo para o descanso. Como exemplo, referiu que, em Março de 2019, tiveram de fazer frente ao ciclone Idai, classificado pelas Nações Unidas como um dos piores eventos meteorológicos na história do Hemisfério Sul, e, poucas semanas depois, passou a tempestade Kenneth.

Tendo em conta a situação provocada pelo Idai, chegou a Moçambique a 28.ª brigada médica Henry Reeve, cujo perfil clínico-cirúrgico e experiência internacional permitiram realizar cerca de 20 mil consultas médicas e mais de 300 operações em circunstâncias extremas, informou.


«Para os que continuam no país – relatou –, o trabalho de assistência também não é fácil, devido à Covid-19, e aos impactos da tempestade tropical Chalane, no final do ano passado, e do ciclone Eloise, em Janeiro deste ano.»

Neste contexto, doenças transmissíveis como paludismo, Sida e tuberculose têm uma elevada incidência; estas patologias, unidas às doenças crónicas não transmissíveis, fazem com que a esperança de vida seja apenas de 50 anos de idade, disse Manuel Wong.

Destacou que os obstetras, pediatras, anestesistas e intensivistas cubanos nas dez províncias moçambicanas estão a fazer um esforço importante para reduzir a morbidade e a mortalidade materno-infantil.

Docência e formação

Em termos de docência, precisou, os especialistas da Ilha leccionam os cursos de Medicina e Estomatologia em duas universidades, e são responsáveis pela formação de pós-graduação dos enfermeiros no instituto politécnico de Tete.

Mas a troca de conhecimentos não se limita às salas de aula, uma vez que partilham saberes durante as visitas aos pacientes, em conferências, seminários e trabalhos de investigação, explicou Manuel Wong, que destacou a «vocação humanista» da brigada e o elevado número de mulheres nela presentes (46%).

O médico disse ainda que, actualmente, há 37 estudantes moçambicanos a estudar Medicina recorrendo aos serviços médicos de Cuba, que também está a formar três especialistas em Imagiologia e três enfermeiros na área materno-infantil.

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Por seu lado, a enfermeira Yudith Games regressa a Cuba depois de concluir a sua segunda missão internacionalista de combate à Covid-19. «Recebemos formação e realizámos investigações aplicadas ao atendimento do paciente enfermo, o que implicou uma colaboração científica bem-sucedida entre os especialistas mexicanos e nós», disse.

A brigada, integrada por 95 elementos – entre médicos e enfermeiros –, atendeu 441 pacientes suspeitos de ter o vírus SARS-CoV-2 ou com casos confirmados, realizou 43 861 acções de enfermaria, 159 procedimentos invasivos e reabilitou 123 pacientes, segundo dados oficiais.

Além disso, realizou 1213 acções de formação sobre medidas de bio-segurança face à actual situação epidemiológica.

Contingente Henry Reeve, há um ano a lutar contra a Covid-19 em 40 países

Estes profissionais da saúde cubanos chegaram a casa exactamente um ano depois da partida da primeira brigada Henry Reeve destinada ao combate à Covid-19, cinco dias depois de ter sido declarada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde.

Desde então, 56 grupos do contingente «levaram saúde e permitiram salvar milhares de vidas em 40 países e territórios», destacou ontem na sua conta de Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez.

O Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastre e Graves Epidemias «Henry Reeve» foi criado em 2005 por iniciativa do líder histórico da Revolução, Fidel Castro, em resposta aos danos provocados pelo furacão Katrina em Nova Orleães (EUA).

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Este ano, o número de vagas por preencher nos hospitais e centros de saúde no país americano chegou a 20 mil e, nesse sentido, as autoridades também estão a fazer estimativas sobre o tempo que requer a formação de recursos humanos na área da Saúde.

Por enquanto, no estado de Nayarit, onde a cobertura das necessidades de especialistas alcança os 66%, os 60 médicos cubanos recém-chegados serão distribuídos pelos 11 hospitais envolvidos no plano a cargo do IMSS.

Neste estado da costa do Pacífico, o governo realizou um investimento no valor de 54 milhões de pesos em infra-estruturas da Saúde, sendo que uma parte destes recursos foi destinada à reabilitação de 11 blocos operatórios de hospitais estatais, que estiveram sem funcionar entre um e 14 anos, informa a fonte.

Falta de investimento na Saúde deixou o país sem médicos

Na conferência de imprensa matinal diária, no Palácio Nacional, o presidente mexicano voltou a agradecer a Cuba «a vontade solidária, de apoio e colaboração, do governo e do povo», por enviarem profissionais de Saúde para o seu país e, assim, ajudarem a fazer frente à falta de médicos existente no México, sobretudo de especialistas.

Andrés Manuel López Obrador instou os seus adversários políticos – que se têm mostrado muito críticos em relação à contratação de médicos cubanos, com a imprensa ao seu dispor a falar de «luxos» – a acreditarem nele quando diz que «não temos médicos, não temos especialistas», porque, explicou, no período neoliberal não se investiu o necessário na Saúde e na Educação, pois o projecto era privatizar os sectores sociais para favorecer o capital e atacar os direitos das pessoas.

O chefe de Estado denunciou que, com a política de privatizações, os neoliberais deixaram o país sem médicos – «e agora temos de recorrer ao governo que os tem, que os formou e tem a possibilidade de garantir os profissionais que são precisos», referiu, citado pela Prensa Latina.

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O Brasil comprovou a solidariedade e a competência dos médicos cubanos

Dilma Rousseff, presidente destituída em 2016, afirmou à Prensa Latina que o seu país constatou a solidariedade, fraternidade e competência dos cubanos que integraram o programa «Mais Médicos».

Médicos cubanos integrantes no programa «Mais Médicos»
Créditos / Jornal O Sul

Roussef falou à agência cubana em Brasília, onde esteve reunida, nos últimos dias, a direcção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). O programa «Mais Médicos», instituído em 2013, durante a sua governação, e a participação de profissionais cubanos foram temas naturais de conversa, na sequência dos ataques proferidos pelo presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, aos médicos cubanos e depois de o Ministério da Saúde Pública da ilha caribenha ter anunciado a sua saída do programa, em meados do mês passado.

Para Rousseff, tratou-se do «programa de atendimento básico mais importante para o povo brasileiro nos últimos 20 anos». Algo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) também destaca.

Reconheceu que o seu país tem «uma enorme carência de médicos... e Cuba tem um sistema de saúde sólido e uma grande experiência de ensino assente na saúde pública, na prevenção de doenças e no tratamento de proximidade, junto às comunidades».

A criação do «Mais Médicos»

O «Mais Médicos» surgiu quando «descobrimos que neste país gigante havia 63 milhões de pessoas sem cuidados médicos», disse, explicando que, inicialmente, foi lançado um concurso para que os médicos brasileiros participassem, mas que poucos se apresentaram. «Foi então que decidimos completar [as vagas] e abrimos o concurso, de uma forma geral, a profissionais de várias nacionalidades».

No entanto, «não apareceram muitos e nós entendemos que um país respeitado internacionalmente não apenas nos cuidados de saúde básicos, mas capaz de enfrentar doenças surgidas nas guerras e em desastres naturais, era Cuba, que tem um sistema de saúde exemplar», afirmou a ex-presidente brasileira.

Tendo em conta o panorama existente no Brasil ao nível dos cuidados médicos, «recorremos a Cuba e assinámos um acordo através da OPS [Organização Pan-Americana da Saúde], ligada à OMS, e recebemos a solidariedade, fraternidade e competência dos médicos cubanos», sublinhou.

Os profissionais vieram da ilha caribenha para o Brasil «de forma extremamente generosa e, progressivamente, chegaram a ser 11 mil», no tempo em que Roussef ainda era presidente, antes do golpe de Estado de 2016, por via do chamado impeachment.

A diferença dos cubanos

A antiga chefe de Estado sublinhou que os médicos cubanos tiveram uma atitude importante, na medida em que trataram os brasileiros como pessoas, não como profissionais distantes, que apenas passavam receitas. Eles construíam o seu historial e diagnóstico, visitavam as casas, tinham uma relação próxima, a de quem ajuda de forma desinteressada. «Isso fez a diferença», lembrou a dirigente política.

E essa diferença foi tanta que, quando se realizaram inquéritos, «o povo brasileiro votou pelos médicos cubanos, que tiveram um nível de aprovação de quase 100%, superior a 94 ou 95%». Ao fazer as entrevistas, os responsáveis brasileiros aperceberam-se de que «todos queriam os cubanos», tanto os presidentes dos municípios como os pacientes, destacou.

Três observações a propósito

Sobre o programa «Mais Médicos», Dilma Rousseff explicou que, no que respeita às negociações entre a OPS, Cuba e o Brasil, a questão da remuneração dos médicos, como proposta por Cuba, ficou bem clara para todos. «Todas as partes aceitaram e entenderam perfeitamente porque existia uma garantia de retorno dos profissionais à sua pátria e condições de apoio às suas famílias», disse à Prensa Latina.

Esclareceu, para além disso, que o nível da medicina cubana é reconhecido internacionalmente, também pela OMS e a OPS. «Quando há um problema grave de saúde pública, é aos médicos cubanos, à medicina cubana que se recorre, pelo que os seus profissionais não tinham de ser avaliados novamente para integrar o "Mais Médicos"», frisou, apontando para a exigência feita por Bolsonaro.

Rousseff afirmou ser muito compreensível que Cuba tenha cessado a sua participação no programa. Actualmente, «existe um problema maior, decorrente das posições absolutamente radicais, ideológicas e de ofensa a um país que ajudou o Brasil», denunciou.

Sobre as afirmações, propaladas por Jair Bolsonaro e elementos da sua futura equipa governativa, de acordo com as quais «os médicos brasileiros vão ocupar as vagas deixadas abertas pelos cubanos», Rousseff disse que estão «a enganar o povo brasileiro» e anteviu a repetição do «fenómeno ocorrido quando do concurso aberto em 2013, em que alguns se apresentaram e, um ano e meio depois, se foram embora».

Com tudo isto, o Brasil «irá enfrentar um grande problema de saúde pública», que é da «responsabilidade de um governo que ainda não tomou posse», criticou.

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Referindo-se ao estado de Nayarit, onde já estão os primeiros cubanos, López Obrador, lembrou que os pobres, para irem a um hospital privado, têm de vender o pouco que têm, as suas parcelas.

«Estamos a falar de fazer valer o direito à saúde, de cuidados médicos e medicamentos gratuitos, de saúde para toda a população, para aqueles que não têm segurança social, e isso explica por que os contratamos e por que agradeço ao governo e ao povo irmão de Cuba por este apoio», disse.

Referindo-se aos ataques dos seus adversários, disse que o seu objectivo é «concluir a transformação do México» e que, quanto mais o atacam, mais livre se sente e mais avançará.

Alertou ainda a população para que não se deixe enganar por «esses farsantes» que querem continuar a aproveitar-se da escassez de médicos e da deterioração do sector público da Saúde que eles mesmos provocaram.

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«É para esse enorme segmento da população que são dirigidos os planos de federalização da Saúde pública, para a garantir completamente gratuita, incluindo os medicamentos», frisou o responsável, insistindo que a meta é que a cobertura chegue a todos.

Ao explicar o avanço do projecto de federalização da Saúde, Robledo disse que, no primeiro trimestre de 2023, o plano vai alastrar a mais oito estados e, no segundo trimestre, prevê-se que se juntem outros quatro.

Há sete estados em que as autoridades decidiram não aderir à federalização da Saúde. Trata-se de Durango, Yucatán, Chihuahua, Jalisco, Nuevo León, Guanajuato e Querétaro.

Quando, em Julho, Obrador foi atacado pela direita por contratar médicos cubanos, disse que o seu objectivo é «concluir a transformação do México» e acrescentou: «Estamos a falar de fazer valer o direito à saúde, de cuidados médicos e medicamentos gratuitos, de saúde para toda a população, para aqueles que não têm segurança social, e isso explica por que os contratamos e por que agradeço ao governo e ao povo irmão de Cuba por este apoio.»

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«Agradecemos ao povo e ao governo de Cuba, que também nos está a ajudar, porque já são 700 os especialistas de Cuba que estão a trabalhar nos hospitais do México», afirmou o chefe do Executivo federal.

Em Março deste ano, Zoé Robledo, director-geral do Instituto Mexicano de Segurança Social (IMSS) e Bem-Estar, explicou que, então, havia 610 médicos cubanos a trabalhar no país, e que estava a envidar esforços, junto das autoridades cubanas da saúde, para que chegassem mais 600 especialistas.

Obrador disse que aquilo que se está a criar no país norte-americano no sector da Saúde é algo para todos os mexicanos, para que os hospitais funcionem todos os dias e nos locais mais recônditos.

O novo sistema é «integral e universal», com «cuidados médicos e medicamentos gratuitos para todos os mexicanos, porque esse é um direito humano, inviolável», insistiu, acrescentando que é preciso «tirar da rede pública da saúde as caixas registadoras».

Sessenta anos de colaboração médica cubana

O agradecimento aos médicos cubanos foi feito a 23 de Maio de 2023, no 60.º aniversário da colaboração médica cubana internacional, dinamizada por Fidel Castro.

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Mais de 100 mil cirurgias às cataratas no Uruguai com a Operação Milagre

Ana Fagúndez, hoje subdirectora do Hospital Oftalmológico José Martí, em Montevideu, destaca o enorme contributo da brigada médica cubana no país para a saúde ocular dos uruguaios.

Créditos / misionmilagro.gob.ve

Em conversa com a Prensa Latina, Fagúndez recordou os anos dos seus estudos de Medicina, na Escola Latino-americana de Medicina (ELAM), onde se formou em Setembro de 2005 e onde teve oportunidade de conviver com colegas de 25 nacionalidades.

«Toda essa experiência enriquece qualquer um do ponto de vista pessoal e humano, e permite ter um olhar que valoriza muito mais aquilo que se tem como país e dimensionar um problema ou dificuldade», disse.

«Destaco também a possibilidade de conhecer Cuba não como turista, mas como uma pessoa comum, partilhar com os cubanos, aprender com os seus valores e a solidariedade tão marcada a fogo», frisou.

Neste sentido, sublinhou o conceito de não dar aquilo que sobra, mas de partilhar o que se tem, e apreciou «a oportunidade de ser acolhida por uma família cubana, que me deu carinho, conselhos e [são pessoas] que até hoje considero minha família».

Operação Milagre no Uruguai

O projecto humanitário Missão Milagre ou Operação Milagre foi instituído em 2004, por iniciativa dos governos de Cuba e da Venezuela, no âmbito dos programas de integração dos povos da América Latina, com o propósito de tornar possível que pessoas com baixos recursos fossem e sejam operadas a diversos problemas de carácter oftalmológico.

A «missão» chegou ao Uruguai em 2005 como parte de um acordo com Cuba para acabar com a primeira causa de cegueira reversível no país, as cataratas. O Hospital Oftalmológico José Martí começou a funcionar em Novembro de 2007, com a colaboração de técnicos cubanos.

Ana Fagúndez / PL

Ana Fagúndez, que em Fevereiro deste ano entrou para a equipa de gestão do único hospital oftalmológico a nível estatal, referiu que a instituição promove cuidados humanizados, de acesso equitativo, descentralizado, com o intuito de prestar um serviço de excelência e reconhecido pelos valores éticos.

Desde 2007, foram ali realizadas mais de 100 mil operações às cataratas e atendidos outros 35 mil pacientes com outras patologias oftalmológicas, o que foi possível «graças ao enorme contributo da Brigada Médica» cubana, frisou.

Com o decorrer do tempo, foram identificadas outras necessidades e criados os departamentos de glaucoma e retina, disse Fagúndez à Prensa Latina, destacando ainda o surgimento de associações com docentes que permitiram a formação de novas gerações de especialistas.

Para o futuro, apontou como desafio responder de forma rápida e com elevados padrões de qualidade às questões oftalmológicas com serviços locais, onde residem os pacientes.

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De acordo com as autoridades cubanas, mais de oito milhões de vidas foram salvas em 165 países graças a essa colaboração, que começou a 23 de Maio de 1963, com uma brigada médica enviada para a Argélia.

Nesse mesmo período, o pessoal médico cubano atendeu 2,1 mil milhões de pacientes pelo mundo fora, realizou quase 16 milhões cirurgias e ministrou mais de 17 milhões de vacinas.

No âmbito do projecto humanitário Missão Milagre ou Operação Milagre, instituído em 2004 por iniciativa dos governos de Cuba e da Venezuela, a cooperação médica de Cuba realizou mais de 3,2 milhões de cirurgias a diversos problemas de carácter oftalmológico, permitindo que pessoas de baixos recursos mantivessem a visão.

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O responsável recordou que o Plano IMSS-Bem-Estar teve início em Janeiro de 2019, para saldar a dívida herdada da grande falta de médicos e enfermeiros. Em 23 estados, os responsáveis optaram pela federalização, enquanto nove, nas mãos da oposição, se opõem à integração nesse plano.

Robledo deu a conhecer alguns dados sobre o plano, como o aumento de 18% na contratação de enfermeiros – que agora são 212 mil nos 23 estados que aderiram e cobrem as necessidades da rede de saúde pública.

O mesmo se passa com os médicos de clínica geral e especialistas (estes últimos estavam ausentes da rede pública do IMSS), cuja contratação aumentou 19% (mais 83 mil especialistas e 44 mil de clínica geral), refere a Prensa Latina.

Entre outros dados, Robledo disse ainda que o México investiu 14,3 mil milhões de pesos (cerca de 820 milhões de dólares) em equipamentos nos 23 estados que aderiram ao plano de federalização.

Fazer valer o direito à saúde, combatendo os males herdados dos governos neoliberais

Em Julho do ano passado, Andrés Manuel López Obrador foi bastante atacado por contratar médicos cubanos – com a imprensa ao dispor dos seus adversários políticos a falar, então, de «luxos».

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Médicos cubanos vão trabalhar em 15 estados do México

Obrador agradeceu a Cuba e lembrou a falta de médicos no seu país, em virtude das políticas privatizadoras dos neoliberais, uns «farsantes» que agora se queixam da deterioração que eles mesmos provocaram.

Créditos / La Jornada

Os 500 médicos cubanos contratados pelo México vão trabalhar nos 15 estados que aderiram ao plano de saúde a cargo do Instituto Mexicano de Segurança Social (IMSS) e Bem-estar, revelou esta segunda-feira o secretário da Saúde do país azteca, Jorge Alcocer.

Depois de Nayarit, onde já se encontram 60 médicos da Ilha, outros grupos seguirão para Colima e Tlaxcala, acrescentou. Este primeiro grupo recebeu formação sobre regulamentos internos e também relativos às instituições que vão apoiar.

De acordo com o funcionário mexicano, existe a possibilidade de contratação de especialistas de outros países, tendo como objectivo alcançar o número necessário de médicos recomendados internacionalmente, informa o La Jornada.

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Trabalho da brigada médica cubana no México louvado

O presidente de Cuba reconheceu, esta terça-feira, o trabalho complexo que uma brigada médica do Contingente Henry Reeve levou a cabo no país azteca para combater a Covid-19.

Pessoal da saúde cubano regressa ao país depois de ter estado três meses no México
CréditosMiguel Guzmán / Prensa Latina

Miguel Díaz-Canel transmitiu por teleconferência as palavras de boas-vindas a este contingente internacional que regressou a Cuba depois de ter passado três meses no país centro-americano. O presidente cubano referiu ainda que o trabalho da brigada foi também reconhecido pelas secretarias da Saúde e da Defesa Nacional do México, informa o portal Cubadebate.

Em declarações à Prensa Latina, o chefe desta brigada, Rafael Luis Pino, disse que, graças à cooperação entre especialistas de ambos os países, conseguiram travar a alta incidência e mortalidade nos hospitais onde prestaram serviço.

«Havia muita escassez de pessoal e cada médico atendia um grande número de pacientes, uma situação que melhorou com a nossa chegada», apontou.

Pino destacou que os cubanos foram os primeiros médicos civis no Hospital da Secretaria da Marinha mexicana e, apesar disso e da disciplina férrea da instituição, trabalharam de forma conjunta e criaram amizade.

«Hoje, nessa instituição há menos casos positivos de SARS-CoV-2 e a mortalidade também disminuiu, o que em parte se deve ao trabalho dos profissionais da Ilha», acrescentou.

A equipa médica que Rafael Luis Pino liderou faz parte de uma brigada de profissionais da saúde que no dia 14 de Dezembro de 2020 foi para o México combater a Covid-19 e que prestou cuidados de saúde à população mexicana em várias unidades hospitalares.

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A brigada médica cubana em Moçambique foi reforçada

Composta por quase 300 membros, a brigada médica cubana viu reforçada a sua capacidade de acção em Moçambique, para contribuir para a contenção da Covid-19, explicou o médico Manuel Wong.

Médicos das brigadas de saúde de Cuba (imagem de arquivo)
Créditos / dialogosdosul.operamundi.uol.com.br

A correspondente da Prensa Latina em Angola ficou a par do acontecimento através de reportagens da imprensa moçambicana que destacaram a chegada recente a Maputo de mais de uma dezena de profissionais da Saúde provenientes do país caribenho.

Pelas redes sociais, conversou com o doutor Manuel Wong, chefe da brigada médica, com o intuito de conhecer melhor o trabalho levado a cabo pelos cubanos, cujas primeiras experiências no país austral tiveram lugar há mais de 40 anos.

Presente nas dez províncias moçambicanas, a brigada tem actualmente 281 especialistas em cuidados médicos directos aos pacientes, distribuídos por quatro hospitais centrais, seis provinciais e três distritais, explicou Wong.

Ao mesmo tempo, referiu, uma dezena de especialistas assumem diversas actividades académicas em duas universidades e um instituto politécnico de formação profissional, localizado na Noroeste da província de Tete.

No contexto de uma nova onda de Covid-19, «o contingente mantém o seu trabalho nas instalações hospitalares; isto inclui a atendimento aos infectados nas chamadas zonas vermelhas, bem como nos centros de isolamento», indicou.

«Salvaram-se inúmeras vidas, e a 24 de Janeiro último chegou um reforço de 14 médicos e enfermeiros, todos com preparação em cuidados intensivos, para enfrentar a pandemia», disse à Prensa Latina o especialista em Medicina Geral Integral e mestre em Promoção da Saúde.

O médico cubano diz que, entre desastres e pandemias, há pouco tempo para o descanso. Como exemplo, referiu que, em Março de 2019, tiveram de fazer frente ao ciclone Idai, classificado pelas Nações Unidas como um dos piores eventos meteorológicos na história do Hemisfério Sul, e, poucas semanas depois, passou a tempestade Kenneth.

Tendo em conta a situação provocada pelo Idai, chegou a Moçambique a 28.ª brigada médica Henry Reeve, cujo perfil clínico-cirúrgico e experiência internacional permitiram realizar cerca de 20 mil consultas médicas e mais de 300 operações em circunstâncias extremas, informou.


«Para os que continuam no país – relatou –, o trabalho de assistência também não é fácil, devido à Covid-19, e aos impactos da tempestade tropical Chalane, no final do ano passado, e do ciclone Eloise, em Janeiro deste ano.»

Neste contexto, doenças transmissíveis como paludismo, Sida e tuberculose têm uma elevada incidência; estas patologias, unidas às doenças crónicas não transmissíveis, fazem com que a esperança de vida seja apenas de 50 anos de idade, disse Manuel Wong.

Destacou que os obstetras, pediatras, anestesistas e intensivistas cubanos nas dez províncias moçambicanas estão a fazer um esforço importante para reduzir a morbidade e a mortalidade materno-infantil.

Docência e formação

Em termos de docência, precisou, os especialistas da Ilha leccionam os cursos de Medicina e Estomatologia em duas universidades, e são responsáveis pela formação de pós-graduação dos enfermeiros no instituto politécnico de Tete.

Mas a troca de conhecimentos não se limita às salas de aula, uma vez que partilham saberes durante as visitas aos pacientes, em conferências, seminários e trabalhos de investigação, explicou Manuel Wong, que destacou a «vocação humanista» da brigada e o elevado número de mulheres nela presentes (46%).

O médico disse ainda que, actualmente, há 37 estudantes moçambicanos a estudar Medicina recorrendo aos serviços médicos de Cuba, que também está a formar três especialistas em Imagiologia e três enfermeiros na área materno-infantil.

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Por seu lado, a enfermeira Yudith Games regressa a Cuba depois de concluir a sua segunda missão internacionalista de combate à Covid-19. «Recebemos formação e realizámos investigações aplicadas ao atendimento do paciente enfermo, o que implicou uma colaboração científica bem-sucedida entre os especialistas mexicanos e nós», disse.

A brigada, integrada por 95 elementos – entre médicos e enfermeiros –, atendeu 441 pacientes suspeitos de ter o vírus SARS-CoV-2 ou com casos confirmados, realizou 43 861 acções de enfermaria, 159 procedimentos invasivos e reabilitou 123 pacientes, segundo dados oficiais.

Além disso, realizou 1213 acções de formação sobre medidas de bio-segurança face à actual situação epidemiológica.

Contingente Henry Reeve, há um ano a lutar contra a Covid-19 em 40 países

Estes profissionais da saúde cubanos chegaram a casa exactamente um ano depois da partida da primeira brigada Henry Reeve destinada ao combate à Covid-19, cinco dias depois de ter sido declarada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde.

Desde então, 56 grupos do contingente «levaram saúde e permitiram salvar milhares de vidas em 40 países e territórios», destacou ontem na sua conta de Twitter o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez.

O Contingente Internacional de Médicos Especializados em Situações de Desastre e Graves Epidemias «Henry Reeve» foi criado em 2005 por iniciativa do líder histórico da Revolução, Fidel Castro, em resposta aos danos provocados pelo furacão Katrina em Nova Orleães (EUA).

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Este ano, o número de vagas por preencher nos hospitais e centros de saúde no país americano chegou a 20 mil e, nesse sentido, as autoridades também estão a fazer estimativas sobre o tempo que requer a formação de recursos humanos na área da Saúde.

Por enquanto, no estado de Nayarit, onde a cobertura das necessidades de especialistas alcança os 66%, os 60 médicos cubanos recém-chegados serão distribuídos pelos 11 hospitais envolvidos no plano a cargo do IMSS.

Neste estado da costa do Pacífico, o governo realizou um investimento no valor de 54 milhões de pesos em infra-estruturas da Saúde, sendo que uma parte destes recursos foi destinada à reabilitação de 11 blocos operatórios de hospitais estatais, que estiveram sem funcionar entre um e 14 anos, informa a fonte.

Falta de investimento na Saúde deixou o país sem médicos

Na conferência de imprensa matinal diária, no Palácio Nacional, o presidente mexicano voltou a agradecer a Cuba «a vontade solidária, de apoio e colaboração, do governo e do povo», por enviarem profissionais de Saúde para o seu país e, assim, ajudarem a fazer frente à falta de médicos existente no México, sobretudo de especialistas.

Andrés Manuel López Obrador instou os seus adversários políticos – que se têm mostrado muito críticos em relação à contratação de médicos cubanos, com a imprensa ao seu dispor a falar de «luxos» – a acreditarem nele quando diz que «não temos médicos, não temos especialistas», porque, explicou, no período neoliberal não se investiu o necessário na Saúde e na Educação, pois o projecto era privatizar os sectores sociais para favorecer o capital e atacar os direitos das pessoas.

O chefe de Estado denunciou que, com a política de privatizações, os neoliberais deixaram o país sem médicos – «e agora temos de recorrer ao governo que os tem, que os formou e tem a possibilidade de garantir os profissionais que são precisos», referiu, citado pela Prensa Latina.

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O Brasil comprovou a solidariedade e a competência dos médicos cubanos

Dilma Rousseff, presidente destituída em 2016, afirmou à Prensa Latina que o seu país constatou a solidariedade, fraternidade e competência dos cubanos que integraram o programa «Mais Médicos».

Médicos cubanos integrantes no programa «Mais Médicos»
Créditos / Jornal O Sul

Roussef falou à agência cubana em Brasília, onde esteve reunida, nos últimos dias, a direcção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). O programa «Mais Médicos», instituído em 2013, durante a sua governação, e a participação de profissionais cubanos foram temas naturais de conversa, na sequência dos ataques proferidos pelo presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, aos médicos cubanos e depois de o Ministério da Saúde Pública da ilha caribenha ter anunciado a sua saída do programa, em meados do mês passado.

Para Rousseff, tratou-se do «programa de atendimento básico mais importante para o povo brasileiro nos últimos 20 anos». Algo que a Organização Mundial da Saúde (OMS) também destaca.

Reconheceu que o seu país tem «uma enorme carência de médicos... e Cuba tem um sistema de saúde sólido e uma grande experiência de ensino assente na saúde pública, na prevenção de doenças e no tratamento de proximidade, junto às comunidades».

A criação do «Mais Médicos»

O «Mais Médicos» surgiu quando «descobrimos que neste país gigante havia 63 milhões de pessoas sem cuidados médicos», disse, explicando que, inicialmente, foi lançado um concurso para que os médicos brasileiros participassem, mas que poucos se apresentaram. «Foi então que decidimos completar [as vagas] e abrimos o concurso, de uma forma geral, a profissionais de várias nacionalidades».

No entanto, «não apareceram muitos e nós entendemos que um país respeitado internacionalmente não apenas nos cuidados de saúde básicos, mas capaz de enfrentar doenças surgidas nas guerras e em desastres naturais, era Cuba, que tem um sistema de saúde exemplar», afirmou a ex-presidente brasileira.

Tendo em conta o panorama existente no Brasil ao nível dos cuidados médicos, «recorremos a Cuba e assinámos um acordo através da OPS [Organização Pan-Americana da Saúde], ligada à OMS, e recebemos a solidariedade, fraternidade e competência dos médicos cubanos», sublinhou.

Os profissionais vieram da ilha caribenha para o Brasil «de forma extremamente generosa e, progressivamente, chegaram a ser 11 mil», no tempo em que Roussef ainda era presidente, antes do golpe de Estado de 2016, por via do chamado impeachment.

A diferença dos cubanos

A antiga chefe de Estado sublinhou que os médicos cubanos tiveram uma atitude importante, na medida em que trataram os brasileiros como pessoas, não como profissionais distantes, que apenas passavam receitas. Eles construíam o seu historial e diagnóstico, visitavam as casas, tinham uma relação próxima, a de quem ajuda de forma desinteressada. «Isso fez a diferença», lembrou a dirigente política.

E essa diferença foi tanta que, quando se realizaram inquéritos, «o povo brasileiro votou pelos médicos cubanos, que tiveram um nível de aprovação de quase 100%, superior a 94 ou 95%». Ao fazer as entrevistas, os responsáveis brasileiros aperceberam-se de que «todos queriam os cubanos», tanto os presidentes dos municípios como os pacientes, destacou.

Três observações a propósito

Sobre o programa «Mais Médicos», Dilma Rousseff explicou que, no que respeita às negociações entre a OPS, Cuba e o Brasil, a questão da remuneração dos médicos, como proposta por Cuba, ficou bem clara para todos. «Todas as partes aceitaram e entenderam perfeitamente porque existia uma garantia de retorno dos profissionais à sua pátria e condições de apoio às suas famílias», disse à Prensa Latina.

Esclareceu, para além disso, que o nível da medicina cubana é reconhecido internacionalmente, também pela OMS e a OPS. «Quando há um problema grave de saúde pública, é aos médicos cubanos, à medicina cubana que se recorre, pelo que os seus profissionais não tinham de ser avaliados novamente para integrar o "Mais Médicos"», frisou, apontando para a exigência feita por Bolsonaro.

Rousseff afirmou ser muito compreensível que Cuba tenha cessado a sua participação no programa. Actualmente, «existe um problema maior, decorrente das posições absolutamente radicais, ideológicas e de ofensa a um país que ajudou o Brasil», denunciou.

Sobre as afirmações, propaladas por Jair Bolsonaro e elementos da sua futura equipa governativa, de acordo com as quais «os médicos brasileiros vão ocupar as vagas deixadas abertas pelos cubanos», Rousseff disse que estão «a enganar o povo brasileiro» e anteviu a repetição do «fenómeno ocorrido quando do concurso aberto em 2013, em que alguns se apresentaram e, um ano e meio depois, se foram embora».

Com tudo isto, o Brasil «irá enfrentar um grande problema de saúde pública», que é da «responsabilidade de um governo que ainda não tomou posse», criticou.

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Referindo-se ao estado de Nayarit, onde já estão os primeiros cubanos, López Obrador, lembrou que os pobres, para irem a um hospital privado, têm de vender o pouco que têm, as suas parcelas.

«Estamos a falar de fazer valer o direito à saúde, de cuidados médicos e medicamentos gratuitos, de saúde para toda a população, para aqueles que não têm segurança social, e isso explica por que os contratamos e por que agradeço ao governo e ao povo irmão de Cuba por este apoio», disse.

Referindo-se aos ataques dos seus adversários, disse que o seu objectivo é «concluir a transformação do México» e que, quanto mais o atacam, mais livre se sente e mais avançará.

Alertou ainda a população para que não se deixe enganar por «esses farsantes» que querem continuar a aproveitar-se da escassez de médicos e da deterioração do sector público da Saúde que eles mesmos provocaram.

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O presidente do México respondeu-lhes afirmando que «não temos médicos, não temos especialistas», porque no período neoliberal não se investiu o necessário na Saúde e na Educação, pois o projecto era privatizar os sectores sociais para favorecer o capital e atacar os direitos das pessoas.

O chefe de Estado denunciou que, com a política de privatizações, os neoliberais tinham deixado o país norte-americano sem médicos – «e agora temos de recorrer ao governo que os tem, que os formou e tem a possibilidade de garantir os profissionais que são precisos».

«Estamos a falar de fazer valer o direito à saúde, de cuidados médicos e medicamentos gratuitos, de saúde para toda a população, para aqueles que não têm segurança social, e isso explica por que os contratamos e por que agradeço ao governo e ao povo irmão de Cuba por este apoio», disse.

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Afirmou ainda que Havana fará tudo o que estiver ao seu alcance para reforçar o acordo de cooperação com o México em matéria de saúde.

Segundo refere La Jornada, a intenção expressa por Zoé Robledo às autoridades de Havana é que o número de médicos de Cuba a trabalhar no México passe para 1200, dando apoio às unidades de saúde abrangidas pelo IMSS e Bem-Estar localizadas em regiões remotas e de difícil acesso.

No final de Abril, numa visita realizada ao México pelos ministros cubanos dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, e da Saúde Pública, José Ángel Portal, já foi abordada a possibilidade de ampliação do convénio em vigor.

Actualmente, indica La Jornada, 768 médicos cubanos trabalham no sistema federal de Saúde ligado ao IMSS, que opera em 23 estados do país norte-americano, sendo que, nos próximos dias, devem ser enviados outros 123, da área de Medicina Familiar.

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