Num comunicado emitido esta quinta-feira, a missão permanente da Rússia junto da ONU questiona a razão pela qual Ucrânia, Geórgia, União Europeia (UE), Reino Unido e EUA bloquearam a sua proposta, defendendo que estes países «se recusaram a pôr de lado os seus interesses e abordagens politizadas», e sublinhando que a sua decisão poderá afectar de forma negativa «um grande número de pessoas» – sobretudo países em desenvolvimento que sofrem actualmente a imposição de sanções, refere a RT.
No comunicado, a que agência TASS teve acesso, a missão diplomática russa explica que o projecto de resolução rejeitado na Assembleia Geral das Nações Unidas solicitava o «reconhecimento» da liderança da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à pandemia, pedia uma mais ampla cooperação internacional na luta contra a propagação do coronavírus SARS CoV-2, que causa a Covid-19, bem como «a rejeição de guerras económicas e de sanções unilaterais impostas sem o mandato do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de modo a garantir um acesso imediato a alimentação e medicamentos».
O texto da moção também pedia aos estados-membros que rejeitassem «a estigmatização de estados, povos e indivíduos no que respeita à pandemia» e destacava a «necessidade de veicular apenas informação de confiança e com base científica sobre ela».
O texto foi apoiado por 28 estados-membros, revelou a missão russa. A Assembleia Geral acabou por aprovar uma outra resolução, alternativa à da Rússia, de teor mais genérico e sem solicitar medidas específicas, na qual se apelava à «cooperação internacional» e ao «multilateralismo».
Em declarações recolhidas pela Prensa Latina, Leonid Slutski, líder da Comissão de Relações Internacionais da Duma (Câmara Baixa russa), afirmou que a UE e os Estados Unidos «mostraram egoísmo político» e «tiraram a máscara».
«A ambição de hegemonia destrói os esforços de um combate comum contra a pandemia», alertou o deputado, referindo-se à continuidade da política agressiva de Washington e aos bloqueios que mantém a vários países.
Recorde-se que a Rússia tem denunciado reiteramente a política de sanções unilaterais impostas pela Casa Branca, nomeadamente contra Cuba, a Venezuela e o Irão. No contexto do combate à Covid-19, o Kremlin tem enviado ajuda médica a vários países, incluindo Itália ou os EUA, apesar das sanções que a UE e os EUA impõem à Rússia.
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