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Trabalhadores da Samsung na Índia conquistam legalização do sindicato

Com o apoio do Centro de Sindicatos Indianos (CITU), os operários da fábrica de Sriperumbudur estiveram 37 dias em greve pelo reconhecimento oficial do seu sindicato, que foi agora formalizado.

A formalização do sindicato dos trabalhadores da Samsung na Índia é classificada como uma grande vitória para o movimento operário organizado Créditos / @kisansabha

Depois de um longo período de incerteza, o Departamento do Trabalho do estado de Tamil Nadu, no Sul da Índia, formalizou esta segunda-feira o registo oficial do Sindicato dos Trabalhadores da Samsung Índia (SIWU, na sigla em inglês), refere o portal The News Minute.

A medida, que é encarada como uma enorme vitória para os trabalhadores em luta pelo reconhecimento e pela legalização do seu sindicato, ocorre depois de, a 5 de Dezembro último, o Tribunal Superior de Chennai ter decretado ao governo de Tamil Nadu que tomasse uma decisão sobre o registo da estrutura sindical, num prazo de seis semanas.

A intervenção do tribunal foi solicitada pelos trabalhadores organizados, no contexto de uma extensa batalha legal pela legalização do SIWU, em que o Departamento do Trabalho de Tamil Nadu buscou repetidos adiamentos.

O outro grande obstáculo foi o da política «anti-sindicatos» pela qual a Samsung é há muito conhecida. Nesse sentido, o CITU valoriza esta formalização como algo de «excepcional» e «histórico», refere o portal Frontline.

Greve de 37 dias entre Setembro e Outubro

Esta conquista surge também na sequência de uma greve levada a cabo pelos trabalhadores da fábrica localizada no distrito de Kanchipuram, nos arredores de Chennai, entre 9 de Setembro e 16 de Outubro do ano passado.

Os trabalhadores da fábrica da Samsung em Sriperumbudur (Tamil Nadu) travaram uma longa batalha legal, em que se incluiu uma paralisação de 37 dias // B. Velankanni Raj / Frontline

A paralisação numa das duas unidades fabris que a multinacional tem na Índia começou depois de a administração não ter respondido ao aviso de greve lançado pelo sindicato em Agosto, reivindicando aumentos salariais, melhores condições de trabalho, bem como o reconhecimento e a legalização do SIWU por parte da Samsung, cuja filial na Índia foi criada em 2007.

Os trabalhadores denunciaram «maus-tratos e discriminação», bem como detenções, ameaças, pressões e tentativas de aliciamento, mas mantiveram-se firmes, com o apoio do CITU, que é uma das maiores centrais sindicais da Índia e acusou a empresa de despender «menos de 0,3% do seu valor total de produção anual em custos de mão-de-obra».

«Grande vitória para os trabalhadores»

Numa nota divulgada na sua conta de Twitter (X) o Sindicato dos Agricultores de Toda Índia (All India Kisan Sabha; AIKS) deu os parabéns aos operários da Samsung por «esta grande conquista», que classifica como «grande vitória para o movimento operário organizado» e que «irá inspirar lutas semelhantes em várias zonas industriais do país».

A «resistência corajosa» dos trabalhadores da Samsung em Sriperumbudur «contra todo o tipo de pressões» é sublinhada pelo AIKS, que considera esta conquista dos operários ainda mais significativa quando vários governos estaduais «sucumbem aos diktats neoliberais anti-laborais».

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