A estrutura reconhece que a saúde, tida a nível internacional como um elemento imprescindível para o fortalecimento da coesão social e «factor de equidade para um desenvolvimento sustentável de qualquer sociedade moderna», tem debilidades no nosso país que radicam, sobretudo, em constrangimentos financeiros.
Como tal, e embora reconheça o facto de o Orçamento do Estado ser apenas uma «manifestação de intenções», apela a que o documento para 2024 contemple um reforço das dotações para a saúde, «na agilização dos processos administrativos para a contratação de trabalhadores e organização e articulação entre todas as áreas do Serviço Nacional de Saúde», lê-se na missiva da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT), a que o AbrilAbril teve acesso.
«Temos conhecimento dos problemas que afectam a prestação de cuidados de saúde no Médio Tejo, no distrito de Santarém e no País, para os quais muito contribuem os constrangimentos financeiros a que o país está sujeito, a baixa importância dada ao sector da saúde no âmbito do financiamento das actividades do Estado, a falta de organização e articulação entre os serviços do Serviço Nacional de Saúde, e também as opções, por vezes menos assertivas, de recursos humanos que têm vindo a ser praticadas», critica a CUSMT.
Os utentes denunciam que «o maior problema» reside na falta de profissionais, em particular nos cuidados de saúde primários, onde existem outras soluções a carecer de «resolução urgente», relacionadas, por exemplo, com a frota automóvel «insuficiente e pouco fiável, equipamento informático «desactualizado», unidades de proximidade sem actividade ou gabinetes de saúde oral «sem profissionais».
«Ao longo dos últimos anos, o ACES [Agrupamento de Centros de Saúde] do Médio Tejo, para além da falta de dezenas de médicos e enfermeiros tem uma elevada necessidade de Assistentes Técnicos e Operacionais, havendo, inclusivamente, muitos lugares disponíveis no mapa de pessoal», salienta a Comissão de Utentes. Acrescenta que, apesar de o quadro estar «completo», há necessidade de mais enfermeiros e mais de 70 mil utentes não têm médico de família. A situação agravou-se este ano e, «tanto no ACES Médio Tejo como no Centro Hospitalar do Médio Tejo, foram poucos os médicos contratados em relação aos que são necessários», critica.
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