«A partir do momento que a gestão das águas do concelho de Oliveira de Azeméis passou a ser gerida por uma concessão – Indaqua – o serviço passou a ser mau a nível de qualidade, água turva e preta por vezes a sair das torneiras, cortes pontuais, havendo até alguns dias sem água», lê-se na petição.
À degradação do serviço soma-se um «aumento gradual no valor das facturas», agravado num tempo em que muitas famílias estão a perder rendimentos à boleia da pandemia de Covid-19. A população denuncia que o aumento do valor da factura por parte da Indaqua confirma a existência de qualquer responsabilidade social e uma «total falta de respeito» pelos utentes.
«Esta é uma altura para ajudar e não para prejudicar», refere-se na petição, alertando ainda para o «enorme receio» da próxima factura por parte dos habitantes de Oliveira de Azeméis (distrito de Aveiro), que, perante crise de saúde pública, são obrigados a passar mais tempo em casa, nomeadamente a cozinhar e a «lavar constantemente as mãos».
No texto, que tem o propósito de chegar à Assembleia da República, exige-se ainda que as leituras sejam feitas «correctamente», que não haja um aumento das taxas e que as facturas «não sejam baseadas em estimativas exageradas».
Segundo notícia publicada esta terça-feira no JN, apesar de a Indaqua se escudar no argumento de que a revisão tarifária ocorrida a 1 de Janeiro passou pelo crivo da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e foi aprovada em 2019 pela Câmara e Assembleia Municipal de Oliveira de Azeméis, há famílias a denunciar facturas no valor de 260 euros.
Apesar da baixa qualidade do serviço, também o presidente do Município, Joaquim Jorge (PS), reconhece ao diário que há um «aumento substancial» e que não pode «obrigar a concessionária a reduzir tarifários». «Estamos tantas vezes sem água e ainda nos espetam com tarifas destas», denuncia uma utente.
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