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Multinacional esvazia cofres da Meo

Altice usa receitas da PT para pagar dívida enquanto ligações continuam em falta

A multinacional francesa utilizou os proveitos com a empresa de telecomunicações nacionais para pagar juros dos empréstimos que contraiu para a comprar. Entretanto, há clientes que continuam sem telefone fixo.

Patrick Drahi, fundador da Altice, na Bolsa de Valores de Nova Iorque
CréditosJustin Lane / EPA

As contas da Meo, a empresa detida pela Altice, mostram um prejuízo de 13 milhões de euros, de acordo com o Público. Mas a operação da empresa deu resultados positivos: os prejuízos resultam da canalização de 630 milhões de euros para pagar os juros dos empréstimos que serviram para concretizar a compra da PT.

O modelo de expansão do negócio da Altice está assente num nível brutal de endividamento e a entrada em Portugal não foi excepção. De acordo com as contas de 2016, a dívida consolidada do grupo ultrapassava os 50 mil milhões de euros – mais de um quarto de toda a riqueza produzida em Portugal no ano passado.

Para além de a Meo andar a pagar por ter sido comprada pela Altice, também paga mais de 50 milhões de euros por ano para poder usar a marca... Altice.

Entretanto, sucedem-se notícias sobre a reposição (e a sua falta) das telecomunicações nas zonas atingidas pelos fogos florestais de Outubro de 2017. Ontem, o primeiro-ministro remeteu todas as responsabilidades para a Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom), confrontado com os atrasos pelo secretário-geral do PCP, durante o debate quinzenal, na Assembleia da República.

O presidente da entidade reguladora disse ontem que «não é aceitável» e que é «incompreensível» que a situação se mantenha, mas remeteu a acção da Anacom para «as situações em que possa ter havido práticas comerciais entre os operadores que não respeitem as regras ou práticas comerciais desleais com os consumidores». Quanto a quem continua sem telefone, não avançou com qualquer solução.

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