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CDS quer voltar ao Parlamento às cavalitas do PSD

PSD e CDS-PP acordaram uma coligação para os próximos actos eleitorais, dando esperança aos centristas de voltarem a ter grupo parlamentar. Entretanto, o País ainda sente os efeitos nefastos da política aplicada por ambos. 

Créditos / CNN Portugal

«Os presidentes do Partido Social Democrata e do CDS-Partido Popular acordaram hoje propor aos órgãos nacionais dos respectivos partidos a celebração de um acordo político para a formação da Aliança Democrática, uma coligação pré-eleitoral com o horizonte do actual ciclo político, abrangendo as eleições legislativas e europeias de 2024», refere um comunicado conjunto dos dois partidos, divulgado esta quinta-feira. 

A coligação recupera a marca Aliança Democrática (AD), nome das primeiras coligações celebradas entre PSD e CDS-PP nos anos 80, e está «em sintonia com os compromissos regionais para as eleições nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores de 2023 e 2024, respectivamente, e com os entendimentos de base local para as eleições autárquicas de 2025».

Para a «efectiva mudança política e de políticas», Luís Montenegro e Nuno Melo prometem «muito mais ambição» para atingir «elevados níveis de prosperidade, de crescimento da economia e dos rendimentos e oportunidades para todos os portugueses». Um argumento eleitoral que esbarra nos resultados da última governação dos dois partidos, com destaque para a pobreza generalizada, fruto do corte nos rendimentos e nos direitos, tendo os portugueses mais carenciados ficado 25% mais pobres. Outra das marcas da governação de Passos e de Portas foi a privatização de sectores estratégicos para o país, como agora se vê na questão do novo aeroporto de Lisboa, com a entrega da ANA à Vinci, tendo alienado também outras fundamentais, como a EDP, TAP, REN e CTT. 

O corte de freguesias pelo PSD e pelo CDS-PP, através da chamada «reforma administrativa» que os governos de António Costa recusaram corrigir, é outra das perdas para o País, a que se soma, entre outros prejuízos, a diminuição do investimento nos serviços públicos em nome da dívida, que só entre 2011 e 2012 passou de 96% para 126% do PIB. 

Em Maio de 2014, Passos Coelho e Paulo Portas anunciaram a «saída limpa» do programa da troika, depois de três anos em que o corte nos salários chegou aos 5 mil milhões de euros. Um corte de 600 euros nas pensões era também o que se previa, de acordo com o Programa de Estabilidade publicado pelo Governo em Abril de 2015 – «obter um impacto positivo na ordem de 600 milhões de euros no sistema de pensões, independentemente da combinação entre medidas de redução de despesa ou de acréscimo de receita que venha a ser definida». A 4 de Outubro desse ano, a coligação eleitoral do PSD e do CDS-PP é derrotada, perde 800 mil votos e 30 deputados, e, um mês depois, os partidos são afastados do governo.

Nas legislativas de 30 de Janeiro de 2022, o CDS-PP deixou de ter representação parlamentar.

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