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Faleceu Louzã Henriques

Desempenhou papel activo em diversas lutas estudantis, participou na comissão de apoio da candidatura de Arlindo Vicente e, nessa qualidade, integrou o apoio à candidatura de Humberto Delgado.

Manuel Louzã Henriques
Créditos / Youtube

Manuel Louzã Henriques nasceu a 6 de Setembro de 1933 no Coentral, concelho de Castanheira de Pêra. A partir de meados da década de 1940, viveu na cidade de Coimbra, onde, em 1959, concluiu o curso de Medicina e, em 1961, a especialidade de Psiquiatria.

Foi membro activo do MUD Juvenil, tendo-se filiado-se no PCP em 1958.

Além do papel activo que desempenhou em diversas lutas estudantis, participou na comissão de apoio da candidatura de Arlindo Vicente e, nessa qualidade integrou o apoio à candidatura de Humberto Delgado.

Foi candidato da Oposição Democrática em 1962. Após o 25 de Abril, foi candidato à Assembleia Constituinte e integrou as listas da APU e da CDU em vários actos eleitorais.

Preso pela PIDE entre 1962 e 1965, esteve nas prisões do Aljube, de Caxias e Peniche, de onde saiu para retomar a sua actividade na organização clandestina do PCP e no trabalho de construção de unidade na reistência antifascista.

Dedicou à cultura popular grande parte da sua vida. Ainda estudante, integrou o TEUC (Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra), de que foi vice-presidente, a TAUC (Tuna Académica da Universidade de Coimbra) e formações musicais estudantis na qualidade executante de guitarra de Coimbra.

Participou em encontros de cultura popular oral, deu apoio ao Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC) e à Brigada Victor Jara, foi palestrante nos primeiros «seminários de fado de Coimbra» (1978), cuja evolução acompanhou de perto.

Na década de 1960, iniciou a actividade de coleccionador de instrumentos musicais populares e de alfaias agrícolas, cujos artefactos rurais foram cedidos à Câmara Municipal da Lousã e incorporados no Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques.

Além da colecção de instrumentos musicais, Louzã Henriques possuía um importante espólio de máquinas de escrever, instrumentos médicos, máquinas de reprodução sonora (expostas em 2014 no Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra), fazendo acompanhar a exposição regular dos objectos de palestras.

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