Comemorações do 10 de Junho

Muito «povo» nas palavras de Marcelo

43 anos volvidos, as paradas militares do 10 de Junho regressaram ao Terreiro do Paço. Depois de discursar em Lisboa, o chefe de Estado seguiu para Paris, onde prosseguem as cerimónias.

A parada militar regressou ao Terreiro do Paço no 10 de Junho
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As comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que decorreram num cenário favorito dos que muito fizeram a vida negra ao «povo», incluíram ampla presença militar dos três ramos das Forças Armadas, condecorações a seis militares – três dos quais no activo – e um discurso presidencial que fez jus aos pergaminhos de uma retórica já conhecida. Desta vez centrou-se em louvores ao «povo».

O Presidente da República segue para Paris, onde permanecerá até dia 12 e procederá à condecoração de emigrantes que prestaram assistência a vítimas dos atentados de Novembro do ano passado, bem como à distinção de outros emigrantes e luso-descendentes, e ainda de cidadãos franceses que ajudaram as comunidades portuguesas que, maltratadas pelo fascismo, se viram forçadas a emigrar para França «a salto», sobretudo nos anos 60.

No discurso desta manhã, Marcelo não se cansou de bem falar do «povo», de o louvar e enaltecer – como figura «determinante» nos momentos em que o país foi posto à prova. E foi maroto para «algumas elites» (a retórica e o populismo dão, no mais das vezes, resultados recompensadores), que acusou de «nos terem falhado».

Já o «povo», esse, «soube compreender os sacrifícios e privações em favor de um futuro mais digno e mais justo», disse. Claro que não se referiu à luta do povo que não engoliu tais patranhas e lutou para que todos pudessem ter um futuro de soberania, desenvolvimento e justiça social. Esse, sim, não vacilou, não traiu, não se conformou, não desistiu.

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