O ano de 2025 começou com a continuação da crise da habitação sentida no passado ano de 2024. De acordo com os dados, os preços da habitação superaram os da inflação, com os valores de arrendamento a subirem mais de 4,7%, enquanto os de compra registaram um aumento de 10,4%.
Para o movimento Porta a Porta a situação evidencia que a intervenção no mercado através de políticas públicas pode reverter esta situação. A situação obriga à regulação dos preços, das rendas e nos créditos e do alargamento da duração dos contratos, como também à introdução de casas públicas no mercado.
Sobre esta última solução, o Porta a Porta considera que é «vasto» o património público espalhado pelo país, uma boa parte ao abandono, e que continua sem estar cadastrado e registado de forma global pelo Governo como disponível para construção de habitação pública.
A par disto, o mesmo movimento entende que relativamente ao PRR, das 26 mil casas públicas previstas construir até 2026, apenas 20707 estão contratualizadas de facto, isto é, 79,6% e apenas 132 estavam concluídas até Junho passado, isto é, bem menos que 1% do objectivo.
Também sobre a «lei dos solos» e as recentes alterações que introduzem o conceito de «valor moderado», o Porta a Porta avalia que tal «vai acelerar e fazer aumentar os preços da habitação e levantar graves problemas no ordenamento, meio-ambiente e segurança das cidades e com isto o Governo privilegia a construção privada e a especulação em vez da salvaguarda do território e a construção pública».
Na senda do que tem sido a sua actividade, o Porta a Porta lançou uma nova campanha intitulada «Mais casas públicas, menos crise na habitação». Segundo a nota enviada à comunicação social, a primeira acção será amanhã, sábado, dia 25 de Janeiro, com uma acção no Porto, no edifício da antiga Direcção de Recrutamento Militar do Norte, na Avenida de França, junto ao terminal da Casa da Música.
A campanha em questão passará por várias cidades do país ao longo do próximo mês e vai acabar em Lisboa, no próximo dia 25 de Fevereiro, com uma concentração junto ao antigo Ministério da Educação, na Avenida 5 de Outubro, edifício que foi desocupado para dar lugar a uma grande e central residência estudantil, mas que o presidente Carlos Moedas quis que se tornasse mais um hotel, invalidando o projecto inicial.
Porque «a única falta de oferta que o país tem é a de casas públicas», serão realizadas acções dia 25 de Janeiro no Porto; 27 de Janeiro em Portalegre; 5 de Fevereiro no Funchal; 6 de Fevereiro em Viana do Castelo; 9 de Fevereiro em Leiria; 14 de Fevereiro em Beja; 15 de Fevereiro na Guarda e em Aveiro; 22 de Fevereiro na Covilhã; 25 de Fevereiro em Lisboa e dentro deste mês ainda serão realizados protestos nas cidades como Braga, Setúbal, Coimbra, Faro, Santarém e Évora.
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