Paulo Portas foi contratado pela petrolífera estatal Pemex, a maior empresa do México, como conselheiro, avançou o jornal espanhol El Diario. Paulo Portas converteu-se em conselheiro de uma filial mexicana em Espanha, a Mex Gas Enterprises, dedicada à comercialização de gás natural em todo o mundo.
O jornal Público confirmou nos registos da empresa que o ex-vice-primeiro-ministro foi nomeado para o cargo de conselheiro no dia 20 de Julho de 2016, pouco mais de um mês depois de ter deixado a Assembleia da República e após duas décadas de trabalho parlamentar.
No início de Junho, Paulo Portas já havia assumido o cargo de presidente do conselho consultivo internacional para a América Latina da construtora Mota-Engil, por onde passou o socialista Jorge Coelho como presidente da comissão executiva e vice-presidente do grupo durante cinco anos, de 2009 a 2014. A SUMA, uma empresa do grupo Mota-Engil, ganhou o concurso à privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF) em 2014, pela qual pagou 150 milhões de euros, durante governo de que era vice-primeiro-ministro.
Paulo Portas, como ministro dos Negócios Estrangeiros, foi o máximo responsável pela diplomacia económica no governo de coligação do PSD e do CDS-PP.
Recorde-se que, enquanto vice-primeiro-ministro, Portas efectuou duas visitas oficiais ao México, em 2013 e 2014, nas quais deu grande relevância aos projectos da Mota-Engil naquele país. Em Outubro de 2014, a Mota-Engil ganhou a construção de um grande projecto turístico no México, avaliado em 1500 milhões de dólares. O negócio foi anunciado pelo presidente da Mota-Engil, António Mota, no âmbito de uma dessas visitas ao México liderada por Paulo Portas.
Também o presidente do México, Enrique Peña Nieto, veio a Portugal. Na altura Paulo Portas patrocinara um acordo entre a Pemex e a Galp, que ainda não é conhecido e que só deverá ser revelado, segundo a empresa mexicana, em 2026.
A filial da empresa mexicana para a qual Paulo Portas irá trabalhar tem sede em Madrid e foi criada em 2014 para agregar as participações da empresa que estavam até então no paraíso fiscal das Ilhas Caimão, onde estavam concentrados os activos e o negócio do gás a nível internacional desta empresa.
A Pemex descreve-se no seu site ofical como «a mais importante empresa do México, uma das maiores da América Latina e maior contribuinte fiscal do estado mexicano». Diariamente, a petrolífera extrai o equivalente a 2,2 milhões de barris de petróleo e quase 17 milhões de metros cúbicos de gás natural. Em números, a Pemex tem seis refinarias, oito complexos petroquímicos, nove complexos de processamento de gás e 83 terminais terrestres e marítimos para abastecer as mais de 10 mil estações de serviço espalhadas pelo México.
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