O preço por hora da electricidade no mercado grossista ibérico, totalmente liberalizado, tem vindo a ser maioritariamente definido por centrais hidroeléctricas. No entanto, e apesar dos custos de produção nas barragens serem inferiores aos das centrais térmicas (em que os encargos com combustíveis, gás ou carvão, tem subido significativamente), os preços têm vindo a subir e, segundo o Expresso, essa subida está a fazer-se sentir nas facturas dos pequenos comercializadores e nos contratos industriais.
O preço é definido pelos produtores, o que, no caso de Portugal, significa a EDP. Por trás da subida nas hidroeléctricas poderá estar uma tentativa de compensar a quebra de rendimento nas centrais térmicas. Isto porque, no último ano, a produção de energia nas barragens tem crescido significativamente.
Nestas, os custos de operação são bastante reduzidos ou, no caso da matéria-prima – a água –, inexistentes. As produtoras de energia eléctrica podem estar a manipular os preços para não perder dinheiro. Pelo contrário, os consumidores não ganham qualquer poupança na factura com a subida da produção de energia com recursos renováveis e gratuitos para as empresas.
Questionado pelo Expresso, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, disse ter «reservas» que já foram comunicadas aos reguladores. «Sabemos que este tem sido um ano com pouco vento mas olhamos com atenção redobrada para a forma como é, ou não, utilizada a energia hídrica», acrescentou.
Tanto em Portugal como em Espanha decorrem investigações por parte dos reguladores do sector de ambos os países a uma eventual manipulação de preços. O semanário recorda que há dois anos os níveis das reservas hídricas eram semelhantes aos actuais mas o preço no mercado grossista ibérico era cerca de 40% mais baixo que o actual.
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