Nas principais artérias de Montevideu, capital do Uruguai, havia menos veículos e pessoas a transitar esta quarta-feira, refere a Prensa Latina, já que grande número de trabalhadores da Administração Central, serviços públicos, sistema educativo, bancos, sector industrial, construção, transportes e saúde privada aderiram à paralisação de 24 horas convocada pelo Plenário Intersindical de Trabalhadores — Central Nacional de Trabalhadores (PIT-CNT).
A greve geral, designada «El 22 yo paro» [Dia 22 eu paro], foi convocada sob o lema «Si a los trabajadores les va bien, al pueblo le va bien» [Se as coisas estão bem para os trabalhadores, estão bem para o povo], e ocorre num contexto marcado pela negociação colectiva salarial (com grandes desacordos nalguns sectores), e pelo debate parlamentar do projecto de lei orçamental para os próximos dois anos.
Entre as reivindicações apresentadas pela PIT-CNT, central uruguaia que conta com mais de 400 mil trabalhadores filiados, estão a exigência de que o Estado dedique 6% do produto interno bruto à Educação e 1% à Investigação.
Os trabalhadores também exigem maior dotação orçamental para as áreas da Saúde e da Habitação, salários mais elevados, melhores condições de trabalho e maior e melhor distribuição da riqueza.
Reivindicando a redução da jornada laboral, repudiam as pretensões do patronato de flexibilizar o horário de trabalho e eliminar as horas extra, e rejeitam a proposta da Asociación y Federación Rural de não aumento dos salários no sector agrícola para 2018 e 2019.
Uma «grande greve geral»
Em declarações à imprensa, ainda ontem, o presidente da PIT-CNT, Fernando Pereira afirmou que esta quarta-feira foi um «dia de luta» por «uma série propostas a favor dos trabalhadores e do povo», sublinhando a dimensão da greve geral, do nível de luta.
Para a central sindical, as verbas em discussão no debate orçamental são «insuficientes para as necessidades de desenvolvimento do país» que o movimento operário quer continuar a aprofundar: «construir um país produtivo e com justiça social», disse, citado pela Prensa Latina.
Por seu lado, o secretário-geral da Central, Marcelo Abdala, questionou a criação recente da Confederación Gremial Empresarial, que, em seu entender, «responde aos interesses do patronato e à sua expressão política, a direita restauradora».
No entanto, deixou claro que, se os propósitos da Confederação são atacar direitos e «conduzir o país a épocas já vividas», para os trabalhadores «isso não é uma opção», pelo que «o movimento operário de classe, unitário, independente e lúcido lhe dará luta».
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