Apelidado pelos utentes de «estrada da morte», o Itinerário Complementar (IC)1 continua a ceifar vidas devido ao estado de degradação em que se encontra.
O último acidente registou duas vítimas mortais e aconteceu ao final da tarde do dia 2 de Setembro, em Canal Caveira, no concelho de Grândola. A Comissão de Utentes denuncia através de comunicado que estas duas mortes vão contribuir para «um incremento já acentuado dos índices de sinistralidade com vítimas mortais, ocorridas no Itinerário do IC1», nomeadamente no troço que liga Alcácer do Sal e Grândola.
Fartos das «promessas feitas nos últimos anos» que, dizem, apenas têm servido para atrasar o início das obras, os utentes desesperam e criticam a demora por parte do Estado e da concessionária. Simultaneamente alertam que, perante o impasse, as populações e utilizadores daquele troço assistem, ano após ano, ao avançar da sua degradação, dada a ausência de manutenção efectiva desta infraestrutura rodoviária.
A comissão de utentes quer que o Governo considere como prioritária a inclusão de verbas no Orçamento do Estado de 2017 (OE) para a realização das obras. «Não queremos mais mortes nesta estrada, exigimos a reparação do IC1», insiste num documento enviado recentemente ao Presidente da República, primeiro-ministro, ministros da Economia e do Planeamento e das Infraestruturas, grupos parlamentares, empresa Infraestruturas de Portugal (IP) e às autarquias locais.
A situação representa, segundo a comissão, «um grave atentado» aos cerca de nove mil veículos que ali passam diariamente, e prejudica os interesses das populações residentes «que têm visto, nestes últimos longos anos, a sua condição de vida afectada quer no âmbito económico, social e, sobretudo, na sua segurança e integridade física».
O IC1 é considerada uma das principais vias de comunicação entre o norte e o sul do país, bem como do litoral alentejano, em particular, para os transportes pesados com ligação ao Algarve e aos portos de Sines e Setúbal.
Em Março, após um encontro com os presidentes das câmaras municipais de Alcácer do Sal e de Grândola, que reivindicavam a urgente reparação do troço entre as duas localidades, o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d´Oliveira Martins, ditou o início das obras para o final de 2016.
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