|Festa do Avante!

«Não nos resignamos, não nos conformamos e não desistimos»

A mensagem é de Jerónimo de Sousa, que este domingo, na Atalaia, sublinhou os efeitos da guerra e das sanções no aumento dos preços da energia, alimentos e outros bens de primeira necessidade. 

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

No comício deste domingo no encerramento de mais uma edição da Festa do Avante!, secretário-geral do PCP começou por saudar os «construtores, participantes e visitantes da Festa», em particular os artistas, «que, com posicionamentos muito diversos», levaram à Festa a sua arte, «nas multifacetadas dimensões culturais», exercendo a sua actividade profissional e dando, mais uma vez, «expressão à liberdade que o povo português conquistou com o 25 de Abril».

A propósito da guerra da Ucrânia e da espiral de sanções impostas,Jerónimo de Sousa chamou também a atenção para os que tudo fazem para que a guerra não termine e lhes permita «acumular lucros colossais com a sua continuação, como o complexo militar-industrial e as grandes transnacionais da energia e da alimentação», porque quem ganha com a sua continuação e quem beneficia do sofrimento dos povos são os que apostam «em armas e mais armas, em guerra e mais guerra», porque vêem nisso fonte de especulação e de lucro.

Perante milhares de participantes, Jerónimo de Sousa falou do PCP enquanto partido necessário à construção de um Portugal «de progresso económico e social», para dar combate «à exploração, às injustiças e desigualdades sociais que o grande capital promove», e força política «portadora das soluções e das respostas» para os problemas que o País enfrenta. 

Neste sentido, apelou à mobilização para a conferência nacional «Tomar a iniciativa, reforçar o partido, responder às novas exigências», que terá lugar nos dias 12 e 13 de Novembro, e reafirmou a persistência dos comunistas. Apesar da resistência dos governos minoritários do PS, destacou importantes conquistas na defesa, reposição e conquista de direitos, nomeadamente a «reposição de salários, de reformas e de direitos cortados, manuais escolares e creches gratuitas, aumentos extraordinários de reformas e passe social intermodal nos transportes».

Uma resistência que, «em resultado das suas opções a favor dos grandes interesses económicos e financeiros e da submissão do Governo à União Europeia se transformou em completo bloqueio na resposta aos grandes problemas nacionais», para de forma premeditada provocar uma crise política e eleições, «com o objectivo de obter uma maioria absoluta e de, com o apoio das forças retrógradas e reaccionárias, retomar a sua política».

O resultado desta premeditada operação, segundo Jerónimo de Sousa, está hoje à vista através do agravamento dos principais problemas nacionais e de uma acelerada degradação da situação social, em que pesa de forma preocupante o aumento do custo de vida.

O secretário-geral do PCP entende que é grave e preocupante a situação que vivemos hoje, mas considera que não é menos grave a opção do Governo de fechar os olhos «à especulação, à exploração e ao descarado sugar das condições de vida do povo, pelo grande poder económico».

«É preocupante e grave a espiral inflacionista que leva já um ano e avança sem freio, devorando poder de compra de salários e pensões e colocando em risco sectores inteiros da economia nacional, com muitos milhares micro, pequenos e médios empresários, agricultores e pescadores duramente atingidos com os custos crescentes que têm de suportar», sublinhou.

Jerónimo de Sousa reafirmou ainda a urgência do Governo de passar das palavras aos actos e «impedir o empobrecimento acelerado de milhões de portugueses, avançando com um conjunto de medidas de emergência», defendendo «medidas de emergência sérias e de efectivo combate ao aumento de custo de vida», considerando que «tudo está assustadoramente mais caro», como a alimentação, a energia, os combustíveis, as rendas e prestações da casa, o material escolar e os medicamentos.

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