Esta terça-feira, com um cartaz da Festa do «Avante!» como fundo, ouvimos, no Jornal da Noite da SIC, o Milhazes exigir «a explicação da participação de determinados artistas na Festa do "Avante!"» e, à boa maneira da PIDE, citar os nomes de Jorge Palma, Rui Reininho, Paulo de Carvalho, Tim, Mísia, Carolina Deslandes e Rodrigo Leão. Não se dando conta que estamos em 2023, e não nos anos 60, Milhazes não aceita que os artistas que vão participar na Festa do «Avante!» digam, por exemplo, «que se trata de uma mera festa cultural» ou «que estão ali para darem um espectáculo».
Não, não, ele quer proibi-los de ir à Festa e, com esta sua acção pidesca, procura acossá-los e colocar-lhes um rótulo, à boa maneira comportamental dos fascistas alemães com os judeus. Aliás, este tal Milhazes, falando da acusação que lhe fizeram o ano passado de «querer proibir a Festa do “Avante!”», acabou a dizer «não sei se algum dia vou ter poderes para tal coisa». Percebem?
O grupo Impresa tem como compromisso contribuir «diariamente para uma sociedade livre, esclarecida e independente», mas os seus fundadores e responsáveis, nomeadamente o seu director-geral de informação, não se podem esconder atrás destes slogans. Muito menos dar guarida a inimputáveis que, como Milhazes no Jornal da Noite desta terça-feira, afirmam que o "regime de Putin" é «de extrema-esquerda». Todos nos lembramos que nos tempos de Salazar e Caetano os que se lhe opunham e reivindicavam melhores condições de vida e de trabalho eram apelidados de comunistas e, em muitos casos, presos e torturados.
Depois, não digam que ninguém avisou!
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