|Festa do Avante!

«Não nos resignamos ao empobrecimento e à negação do futuro das novas gerações»

A garantia foi deixada por Paulo Raimundo, no comício de encerramento da Festa do Avante!. Se a economia está bem, não é para os 2 milhões em risco de pobreza, dos quais 345 mil são crianças, denunciou.

CréditosRui MInderico / Agência Lusa

O secretário-geral do PCP alertou para a «chocante contradição entre a realidade da vida dura dos trabalhadores e do povo e a propaganda e opulência dos grupos económicos», num quadro em que «cerca de três milhões de trabalhadores, ganham até mil euros de salário bruto por mês». Dizem que a economia está bem e a inflação a baixar, acrescentou, mas as contas da inflação, «que sentimos nomeadamente nos preços dos alimentos e dos combustíveis», deixam de fora «os brutais encargos com a habitação».

Na sua estreia na Festa do Avante!, enquanto secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo reafirmou que os comunistas não se resignam «ao empobrecimento e à negação do futuro das novas gerações», não admitem baixos salários nem «a destruição da produção nacional e a entrega aos grupos monopolistas» dos instrumentos essenciais ao desenvolvimento do País». Por outro lado, reafirmou o projecto alternativo dos comunistas, de afirmação da soberania e de aposta no desenvolvimento, na modernização e produção nacional, «um projecto de retoma do comando dos sectores e empresas estratégicas», que confronta «a desigualdade, a injustiça e o empobrecimento».

Perante uma vasta plateia que enchia o recinto do Palco 25 de Abril, apesar de alguma chuva que chegou a cair, o secretário-geral comunista chamou a atenção para os efeitos nocivos da política do Governo PS, salientado que, nos seus traços essenciais, serve os interesses e objectivos dos grupos económicos, e que conta com o apoio de PSD, CDS, Chega e IL. Uma política que agrava a exploração, concentra riqueza, ataca serviços públicos, promove privatizações e provoca injustiça e desigualdade, disse.

Paulo Raimundo falou também dos problemas da habitação para afirmar que o PCP não aceita «que quem cá vive e trabalha não consiga aceder a uma casa ou esteja na eminência de despejo», nem confunde «pequenos proprietários com os abutres dos fundos imobiliários que vão tomando conta dos centros das cidades», para além da necessidade de «proteger os inquilinos e as famílias com crédito à habitação».

O secretário-geral do PCP apresentou ainda alguns dos «objectivos de luta imediatos», nomeadamente aumentar salários e pensões, «travar a subida dos preços e o escândalo da acumulação de lucros pelos grupos económicos» e investir nos serviços públicos e na valorização dos seus profissionais.

No plano internacional, Paulo Raimundo abordou «a necessidade de agir face aos que, indiferentes à morte e à destruição, apostam no conflito militar em vários pontos do mundo e insistem a todo o custo na continuação de uma guerra que na Ucrânia já leva nove anos, que nunca deveria ter começado e que é urgente parar».

Deixou ainda críticas à União Europeia, acusando-a de «fomentar o militarismo e abrir caminho a concepções e forças fascistas e reaccionárias», de estar «comprometida com os interesses e os milhões de lucro dos grupos económicos» e de se mostrar «incapaz de travar a morte de milhares de pessoas no Mediterrâneo, muitas delas em fuga de países alvo das acções dos EUA, da União Europeia e das bombas da NATO».

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