«A 1 de Janeiro de 2018, o Brasil entrava num período de sombras com a tomada de posse de um Presidente da República que colocou em causa os alicerces democráticos do país, marcando a sua governação pelo atropelo constante dos direitos humanos, pela permanente marca racista, machista e xenófoba, pelo corte com todas as convenções internacionais, pelo retrocesso nas políticas sociais, pela utilização da justiça para fins políticos», lê-se na apresentação do trabalho.
A mostra de Francisco Proner, fotógrafo brasileiro autor da icónica imagem de Lula da Silva a sair da sede do Sindicato dos Metalúrgicos para se entregar à Polícia Federal pode ser vista desde ontem na Casa dos Bicos.
No dia 7 de Abril de 2018, Luiz Inácio Lula da Silva discursou diante de uma multidão e de dezenas de câmaras na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Lula da Silva venceu as eleições presidenciais brasileiras na segunda volta, num dos actos eleitorais mais equilibrados de sempre, obtendo mais dois milhões de votos que o seu adversário. Lula da Silva ganhou as eleições presidenciais com 50,88% dos votos face aos 49,12% obtidos por Jair Bolsonaro. Depois de uma primeira volta também ela renhida onde Lula conseguiu 48,43%, desta vez, havia um clima de incerteza que foi ultrapassado com o anúncio oficial dos resultados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Após um longo processo que tem como capítulos a prisão e libertação de Lula da Silva, o impeachment de Dilma Rousseff, a eleição de Jair Bolsonaro, o brutal desflorestamento da Amazónia, as milhões de mortes durante a pandemia e a acentuada degradação das condições de vida, o Brasil volta a ter um horizonte com que sonhar. A candidatura de Lula era vista como uma frente ampla de unidade democrática uma vez que estavam reunidos 16 partidos em torno de uma só candidatura. Resta acompanhar os desenvolvimentos da situação política brasileira, uma vez que Jair Bolsonaro será presidente do Brasil até ao final do ano e terá ainda um conjunto de poderes à sua disposição. Para já, sabemos que pela quarta vez as urnas e a maioria dos eleitores brasileiros definiram que o candidato do Partido dos Trabalhadores é presidente do Brasil. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Lula da Silva eleito o novo Presidente do Brasil
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«Lula estava prestes a viajar para Curitiba para começar a cumprir uma ordem de prisão injusta e arbitrária. Antes de se colocar à disposição da Polícia Federal, o actual presidente do Brasil dirigiu-se aos seus apoiantes e amigos afirmando que provaria a sua inocência», lê-se na sinopse da mostra.
«Uma das frases ditas naquele dia reverberou durante o período em que esteve injustamente detido: "Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais poderão deter a chegada da Primavera". Após discursar, Lula foi cercado por uma multidão que o queria abraçar, tocar e manifestar apoio», prossegue o texto.
O fotógrafo Francisco Proner retratou esse instante, captando uma imagem que percorreria o mundo. Mais de 500 dias depois, no mesmo local, Francisco Proner capta a recepção a Lula. «A mesma massa humana esperava-o, demonstrando nesse instante o poder da resistência quando a luta é justa», prossegue o texto da exposição, que integra estas duas fotografias, a que se juntam outras fotografias que documentam a campanha eleitoral para a eleição de Novembro de 2022, que trouxe Lula de novo à Presidência do Brasil. «Hoje, afirmamos que chegou a Primavera, trazendo consigo a liberdade e a democracia, um futuro decidido pelo povo brasileiro», lê-se na apresentação da mostra, patente na Fundação José Saramago, de segunda a sábado.
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