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Brasil «numa guerra» com plataformas digitais e extrema-direita, afirma Lula

O presidente brasileiro disse este sábado que o seu país está em guerra com as plataformas digitais, ao denunciar o ascenso da extrema-direita e as pretensões de domínio hegemónico dos EUA.

Lula da Silva intervindo nas celebrações dos 45 anos do PT, no Rio de Janeiro, a 22 de Fevereiro de 2025 Créditos / Imagem via YouTube da TV PT / Brasil de Fato

«Agora nós temos uma extrema-direita radicalizada, mentirosa, tem a maior desfaçatez e não tem medo de falar qualquer calúnia. Todo mundo é ofendido todo dia, temos que enfrentar. Estamos numa guerra, é nós contra as empresas de plataforma digital», disse Lula durante as celebrações dos 45 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), no Rio de Janeiro.

Na sua intervenção, Lula da Silva voltou a dirigir críticas ao presidente norte-americano, Donald Trump, que tem entre os seus aliados o multimilionário Elon Musk, dono do Twitter (actual X) e abertamente de extrema-direita.

Lula insistiu nas críticas que tem feito aos posicionamentos claramente intervencionistas de Trump, afirmando que o republicano «não foi eleito para ser gerente do mundo».

«Esse cidadão [Trump] não foi eleito para ser xerife do mundo, ele foi eleito para governar os Estados Unidos e ele que governe bem. E quem vai governar o Brasil somos nós», declarou o chefe de Estado, citado pelo Brasil de Fato.

Acrescentou que «ninguém, nem esses produtores de plataforma que pensam que mandam no mundo, ninguém vai fazer com que a gente mude de rumo nesse país».

Sem amnistia

Sob gritos de «sem amnistia» da parte dos presentes nas celebrações, em referência aos acusados de envolvimento numa tentativa de golpe de Estado, o fundador do PT disse que eles ainda nem foram condenados «e já estão pedindo para serem anistiados. Eles deveriam estar pedindo inocência. Eles vão ser julgados, se tiverem culpa vão ser condenados».

No passado dia 18, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas, por tentativa de golpe de Estado, com diferentes graus de envolvimento.

De acordo com a denúncia da PGR, que será analisada pelo Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro liderou uma «organização criminosa» que tentou derrubar o Estado democrático no país sul-americano.

Críticas à actual prática do PT

Na sua intervenção, Lula da Silva também chamou a atenção para o trabalho do partido e instou os seus militantes a gastarem mais «a sola de sapato na periferia».

«Todos nós que temos um pouco mais de tempo no PT, sabemos o orgulho que tínhamos de o PT ser organizado em núcleos por bairros, vilas, locais de trabalho e estudo. Chegamos a ser 1800 núcleos do partido. Lamentavelmente isso deixou de ser uma prática cotidiana do PT», referiu Lula.

Neste contexto perguntou: «Quarenta e cinco anos depois, estamos atuando no dia a dia dos trabalhadores e das trabalhadoras?», para de seguida exortar os militantes a «voltar a discutir política dentro das fábricas, dos locais de trabalho, ir onde a classe trabalhadora está, da cidade e do campo».

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