«Preocupa o PEV que a construção do novo aeroporto de Lisboa esteja a ser projectado para estar concluído em 2037 com o compromisso de ter a Portela a funcionar até lá (mais 12 anos), de prolongar a concessão da Vinci por mais 30 anos, ou seja até 2092 e com um progressivo aumento das actuais taxas aeroportuárias para financiar esta construção», lê-se no comunicado divulgado pelo partido.
No plano da segurança, Os Verdes rejeitam o discurso do Governo e do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e condenam a «instrumentalização feita das forças de segurança» na acção que teve lugar em Dezembro, na Rua do Benformoso, em Lisboa, ao mesmo tempo que valorizam a resposta dada através da manifestação do passado sábado.
«Todos os cidadãos têm o direito a uma vida condigna. O fundamental é ter condições de habitação, emprego, educação e saúde», refere, salientando que estas são «as actuais grandes inseguranças» do País, «que o Governo e restante direita portuguesa tentam abafar com estes falsos argumentos de insegurança».
A «grande insegurança» para Os Verdes passa pelo facto de, pela primeira vez, a Terra ter ultrapassado os 1,5ºC estabelecidos no acordo de Paris para fazer face às alterações climáticas. Em todo o ano de 2024, a temperatura média do globo esteve 1,6º C acima da época pré-industrial. Apesar disso e de alguns avanços em solo nacional, critica, Portugal «continua a não apostar em medidas fundamentais como o desenvolvimento da rede de transportes públicos colectivos acessível em todo o país, principalmente na ferrovia e desincentivar uso do automóvel».
Os Verdes apelam à recuperação dos solos e à inversão da perda de biodiversidade, «garantindo ao planeta e à população serviços de ecossistemas que promovem a sustentabilidade». Nesse sentido, realçam a «contradição» da «propaganda em torno da directiva sobre o restauro da Natureza» e as recentes alterações ao Decreto-Lei n.º 117/2024, de 30 de Dezembro, que visa a reconversão de solos rústicos da Reserva Agrícola Nacional e da Reserva Ecológica Nacional em solos urbanos destinados à construção. «Um falso argumento quando existem hoje mais de 700 mil casas vazias que poderiam suprir essa falta de habitação, para além do imperioso controlo do valor das rendas e da necessidade de travar a especulação imobiliária», registam os ecologistas.
Sobre a reposição de 302 freguesias, aprovada ontem no Parlamento, após 12 anos de luta das populações, o PEV salienta que a decisão deve abrir caminho à recuperação de serviços de proximidade e «respostas mais eficazes às necessidades específicas das populações locais», criticando o facto de muitas freguesias continuarem agregadas, «nomeadamente quando a maioria dos órgãos autárquicos se opôs às agregações levadas a cabo em 2013».
O «ataque» à Escola Pública, nomeadamente pela falta de professores e de outros profissionais, e a urgência da paz, saudando a manifestação desta tarde, em Lisboa, foram outros temas debatidos pel'Os Verdes, que traçaram ainda «um vasto calendário de acções e iniciativas», como o encontro de jovens ecologistas e a realização do sétimo Agir Local Encontro de Autarcas e Ativistas Verdes, a realizar no Porto e em Lisboa, respectivamente.
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