Num curto comunicado, o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) procurou situar as responsabilidades políticas dos graves incêndios que estão neste momento a ocorrer no país. Para os ecologistas, a dificuldade do combate ao impressionante número de ocorrências reside «no tempo quente e seco e na persistência do vento», mas não só.
Importa não esquecer, segundo o PEV, que «desde os grandes incêndios de 2017 foi anunciado um compromisso sério com os planos de prevenção de incêndios e com a promessa de florestas mais resistentes às condições atmosféricas».
Acontece que as tais promessas, associada à «falta de vontade política», para os ecologistas, «colocam o território à mercê do fogo e da destruição, e votam ao desespero as populações que perdem os seus bens».
De acordo com os mesmos, «é preciso coragem política para enfrentar os grandes interesses económicos, aqueles que apenas têm o lucro como objetivo principal, pondo um travão definitivo às monoculturas, sobretudo do eucalipto».
O comunicado do PEV não fica, no entanto, por aqui. Os ecologistas relembram que já em 2017 impuseram ao ex-governo PS a diminuição da área de expansão do eucalipto e no Orçamento do Estado de 2021 propuseram que fosse incluída uma verba para arrancar eucaliptos espontâneos em zonas ardidas.
Estas medidas não foram implementadas e as consequências são bem visíveis, apesar de poderem não ficar por aqui, uma vez que o actual Governo PSD/CDS-PP que está na sua agenda a liberalização do eucalipto.
Afirmam “Os Verdes” que «não será por acaso que os fogos se tenham concentrado e propagado por zonas que estão bem identificadas por vastas manchas de eucaliptos, que com o tempo seco e quente tornam a propagação dos fogos maior e mais rápida».
Não só de críticas é feito o comunicado dos ecologistas, sendo que há também propostas concretas. Neste sentido, o PEV reclama apoios imediatos para quem perdeu bens e para todos os bombeiros que combatem o fogo e defendem os bens das pessoas.
Os mesmos lamentam ainda as vidas que se perderam, reclamam uma outra política florestal que aposte na prevenção, no ordenamentos do território, nas espécies autóctones e na reposição da floresta agora perdida.
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