A luta dos estudantes do Ensino Superior

Os estudantes lutam por mais financiamento para o Ensino Superior e para a Acção Social Escolar. O aumento do preço do prato social foi o mote para vários protestos.

Manifestação de estudantes do Ensino Superior contra o aumento do preço do prato social, em Lisboa. Novembro de 2016
CréditosElsa Severino

Face ao aumento do custo do prato social em 15 cêntimos este ano lectivo, atingindo em muitos pontos do país os 2,65 euros, os estudantes do Ensino Superior estão indignados e dinamizam protestos. A Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa lançou um abaixo-assinado para ser entregue na Assembleia da República e um apelo para que esta luta tivesse repercussão em todo o país. 

Assim foi: em torno desta reivindicação e da exigência do reforço da Acção Social Escolar, contra a insuficiência de cantinas e bolsas, pela urgência de investimento no Ensino Superior, desenvolveram-se acções um pouco por todo o país, desde acções de recolha de assinaturas para o abaixo-assinado, que hoje já chega às 6000, até concentrações de estudantes em protesto - como aconteceu, por exemplo, na Universidade do Minho, no Instituto Politécnico de Setúbal, na Faculdade de Ciências e Tecnologias em Almada, na Universidade de Évora e na Universidade do Porto - e uma manifestação dos estudantes de Lisboa até à Direcção Geral do Ensino Superior.

Esta manifestação em Lisboa, assim como outras acções pelo país, ocorreram no passado dia 17 de Novembro, Dia Internacional do Estudante. À porta da Cantina Velha, onde se iniciou a manifestação, os estudantes entoaram palavras de ordem contra o preço do prato social, mas também em defesa de mais financiamento para o Ensino Superior: «Para a banca vão milhões, para a educação vão tostões» ou «Faculdades a cair, é preciso investir».

«É incomportável vir aqui cinco dias por semana», sublinhou uma estudante participante no protesto, Inês Pereira, a propósito do aumento de 15 cêntimos por refeição.

«Este ano ainda só vim uma vez, exactamente por essa razão. A minha faculdade não tem cantina própria e esta era a única alternativa. Neste momento não nos é possível, temos de trazer comida de casa», explicou a estudante.

Francisco Canelas, membro da direção da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que organizou o protesto, salientou o esforço financeiro que representa para as famílias o aumento das refeições, uma vez que se junta a uma série de outras despesas – uma conjugação que «cria barreiras» à frequência do ensino superior.

Ainda que reconheça que o aumento do orçamento para o Ensino Superior, assim como da dotação para a Acção Social Escolar, são para «valorizar», considera-os insuficientes num quadro em que «o esforço económico do Ensino Superior continua a cair sobre os estudantes e as suas famílias».

«Não iremos deixar de reivindicar um Ensino Superior público, gratuito e de qualidade», afirmou.

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