Face ao aumento do custo do prato social em 15 cêntimos este ano lectivo, atingindo em muitos pontos do país os 2,65 euros, os estudantes do Ensino Superior estão indignados e dinamizam protestos. A Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa lançou um abaixo-assinado para ser entregue na Assembleia da República e um apelo para que esta luta tivesse repercussão em todo o país.
Assim foi: em torno desta reivindicação e da exigência do reforço da Acção Social Escolar, contra a insuficiência de cantinas e bolsas, pela urgência de investimento no Ensino Superior, desenvolveram-se acções um pouco por todo o país, desde acções de recolha de assinaturas para o abaixo-assinado, que hoje já chega às 6000, até concentrações de estudantes em protesto - como aconteceu, por exemplo, na Universidade do Minho, no Instituto Politécnico de Setúbal, na Faculdade de Ciências e Tecnologias em Almada, na Universidade de Évora e na Universidade do Porto - e uma manifestação dos estudantes de Lisboa até à Direcção Geral do Ensino Superior.
Esta manifestação em Lisboa, assim como outras acções pelo país, ocorreram no passado dia 17 de Novembro, Dia Internacional do Estudante. À porta da Cantina Velha, onde se iniciou a manifestação, os estudantes entoaram palavras de ordem contra o preço do prato social, mas também em defesa de mais financiamento para o Ensino Superior: «Para a banca vão milhões, para a educação vão tostões» ou «Faculdades a cair, é preciso investir».
«É incomportável vir aqui cinco dias por semana», sublinhou uma estudante participante no protesto, Inês Pereira, a propósito do aumento de 15 cêntimos por refeição.
«Este ano ainda só vim uma vez, exactamente por essa razão. A minha faculdade não tem cantina própria e esta era a única alternativa. Neste momento não nos é possível, temos de trazer comida de casa», explicou a estudante.
Francisco Canelas, membro da direção da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que organizou o protesto, salientou o esforço financeiro que representa para as famílias o aumento das refeições, uma vez que se junta a uma série de outras despesas – uma conjugação que «cria barreiras» à frequência do ensino superior.
Ainda que reconheça que o aumento do orçamento para o Ensino Superior, assim como da dotação para a Acção Social Escolar, são para «valorizar», considera-os insuficientes num quadro em que «o esforço económico do Ensino Superior continua a cair sobre os estudantes e as suas famílias».
«Não iremos deixar de reivindicar um Ensino Superior público, gratuito e de qualidade», afirmou.
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