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Estudantes da FCUL contra a suspensão unilateral de um mestrado

Hoje, os estudantes entregaram ao director da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa uma carta aberta pela reversão da suspensão unilateral do mestrado em História e Filosofia das Ciências.

Fruto de uma reestruturação dos seus departamentos, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) prepara-se para extinguir o mestrado em História e Filosofia das Ciências. Não foi dada nenhuma justificação aos estudantes, mas a ameaça de extinção vem na sequência de o director da instituição considerar que a história e a filosofia das ciências não devem estar enquadradas numa faculdade de ciências. 

Segundo o apurado, a carta entregue ao director da FCUL foi redigida pelos estudantes eleitos no Conselho de Escola de modo a manifestar o desagrado de largas centenas de estudantes perante a atitude injustificada da Direcção em suspender as candidaturas de 2.ª fase ao Mestrado em História e Filosofia das Ciências.

Para os estudantes, o Departamento de História e Filosofia das Ciências (DHFC) reúne características que o tornam único em Portugal, tendo grande reconhecimento nacional e internacional a nível científico e pedagógico.

Os mesmos acusam a Direcção de ao longo do ano ter encetado um processo de desvalorização do Departamento que se materializou na redução significativa do protocolo entre a FCUL e o Instituto Superior Técnico que permitia aos estudantes deste último realizarem unidades curriculares do DHFC como parte do seu plano de estudos.

A isto acresce a extinção do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa (CFCUL) enquanto unidade de investigação de Ciências, que em Janeiro de 2025 deixará oficialmente de existir juntamente com o património que gerou nas últimas duas décadas

Ante tudo isto, a carta aberta foi escrita, segundo os estudantes, «de modo a zelar pelo bom funcionamento e pelos mecanismos de democracia interna da Faculdade de Ciências, e evitar o desmantelamento deste departamento tão valorizado por centenas de estudantes anualmente». 

No documento, subscrito por meio milhar de estudantes, é reivindicada a reversão da suspensão do mestrado, reabrindo as candidaturas e medidas compensatórias do DHFC pelo encerramento impulsivo, nomeadamente um prazo alargado de candidaturas. Além dos estudantes, diversos elementos do corpo docente assinaram a carta aberta.

No acto de entrega da mesma, vários foram os estudantes que realizaram uma acção de protesto à porta de um dos edifícios da faculdade, uma hora antes da reunião do Conselho de Escola que iria deliberar sobre a situação.

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