IV
vem em fráguas a mensagem naufragar ao palato,
com se pudera a bruma petrificar na boca do fantasma.
escrevo à medida que morro e a lucidez adere
ao corpo facultativo: um abismo salva-me de ser salvo.
outonais braços.
perturba-me a existência da rosa dos ventos,
queria de novo saber como se morre sem constituir promessa.
qual o mistério necessário, como se não abdica o dragão?
os meus pés de areia: cândido um anjo, seguindo as pégadas,
quer saber de mim o contrabando das águas.
António Cabrita, in Milagre das tribos
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