Direito à Cidade

Durante mais de um mês a Vida Justa vai manifestar-se nos bairros. A primeira iniciativa será neste sábado, 15 de Março às 14h30, uma vigília em frente ao Parlamento, contra os despejos e demolições e pela habitação.

«Não é só comida ou livro, propomos um modelo de socialização para os espaços urbanos», afirma João Paulo Rodrigues, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A iniciativa organizada pelo movimento Porta a Porta «Contra os Despejos do Movimento Associativo» irá realizar-se dia 6 de Janeiro às 15h30 e terá lugar na Academia Recreio Artístico, em Lisboa, sob o lema «A Cultura, Desporto e o Lazer precisam de Casa para Viver».

Quando se fica a saber que o aumento de preços foi maior nas casas usadas do que nas casas novas, fica-se também a saber que a compensação para senhorios com rendas antigas entrará em vigor amanhã. Há quem viva bem e quem não tenha onde viver.

Segundo dados do Banco de Portugal, entre Janeiro e Junho, o investimento directo do exterior foi de dois mil milhões e deste valor, 93,95% foi direccionado para o sector imobiliário. 

O Presidente da República vetou o programa «Mais Habitação», apesar de não reconhecer as suas opções erradas. Mesmo identificando algumas limitações no programa, o veto visa «recuperar alguma confiança perdida por parte do investimento privado».

Os vereadores do PCP na Câmara de Lisboa querem a suspensão imediata das obras na Praça Martim Moniz, muito contestadas pelos moradores. Processo não tem transparência e entrega um espaço público a privados.

A especulação imobiliária e a transformação da Invicta numa «montra» estão na base do protesto que o movimento Direito à Cidade realiza no próximo sábado, pela defesa do direito à habitação.