A Altice e todos os sindicatos representativos dos trabalhadores da PT/MEO assinaram hoje de manhã a revisão do acordo colectivo de trabalho (ACT). O documento prevê aumentos salariais até 4% mas também mexidas em vários apoios e subsídios.
No que toca a salários, os trabalhadores abrangidos pelo ACT e que recebam até 800 euros terão um aumento de 25 por mês, passando para 20 entre 800 e 1000 euros, para 15 até 1500 e de 10 euros nos salários mais altos até 3000.
As várias medidas passam por mais apoio à parentalidade, alterações ao acesso e prémios de reforma conforme a antiguidade, mais um dia de férias (indexado à assiduidade), um mínimo de 200 progressões profissionais até o fim de 2018, a introdução de um subsídio de altura, para trabalho em torres de comunicação a partir de 30 metros, de cerca 13 euros por intervenção, entre outras.
Afirmações de CEO são «arrazoado de omissões e inverdades»
Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de assinatura, Alexandre Fonseca, actual CEO da Portugal Altice, rejubilou-se com o acordo, afirmando que o seu carácter «inédito e histórico» vai trazer «paz social» e estabilidade.
Porém, em nota de imprensa, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN) reagiu com desagrado e afirmou que «falar em paz social é no mínimo caricato».
«O conflito que dura há bem mais de um ano não foi apenas despoletado por questões salariais, mas sobretudo por haver centenas de trabalhadores sem funções atribuídas, centena e meia de trabalhadores transmitidos para outras empresas, assédio moral para obrigar os trabalhadores a assinar rescisões de contrato, atitudes prepotentes, trabalhadores colocados a efectuar funções muito inferiores às suas, imposição do cartão refeição, retirada de complementos remuneratórios, diminuição unilateral de vários benefícios», lê-se.
O SNTCT lembra ainda que estão actualmente vários processos em tribunal relativos à transmissão de estabelecimento», como continuam a entrar outros semelhantes, inclusive processos de assédio moral. As acusações de repressão e de assédio aos trabalhores, recorrentes no último ano, já foram confirmadas pela Autoridade para as Condições de Trabalho. No relatório, que abrange apenas Janeiro a Julho de 2017, foram detectadas mais de 100 infracções.
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