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Com 641,8 milhões de euros de receitas, Altice recusa aumentos salariais

Num e-mail de resposta à Frente Sindical em que era proposto aumentos salariais para fazer face à inflação e degradação de vida, a administração da Altice admite que não prevê uma subida generalizada de salários.

Responsáveis da Altice e da Media Capital em 14 de Julho de 2017, durante o anúncio da proposta de aquisição da TVI pelo grupo francês
CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

A acção reivindicativa na Altice não cessa. Após a apresentação, por parte da Frente Sindical, de duas propostas - uma primeira, de aumento intercalar de 50 euros em cada salário base, e uma segunda, estabelecendo o salário mínimo praticado no grupo no valor de 835 euros - e a promessa de realização de plenários, é agora anunciada uma Caravana em defesa dos planos de saúde e dos salários

O objectivo da Caravana em defesa dos planos de saúde e dos salários passa por percorrer o país para realizar plenários em todos os maiores locais de trabalho do continente e ilhas, criando espaços de discussão à porta das empresas que permitam aos trabalhadores discutirem os seus problemas.

Esta acção vem no seguimento de uma reunião que a Frente Sindical realizou no passado dia 25 de Julho com a CEO da Altice, onde esta disse a que questão dos salários estava a ser estudada. No passado dia 2 de Setembro, e face à ausência de notícias relativamente às reividicações apresentadas sobre os aumentos propostos, os sindicatos questionaram a CEO, via e-mail, sobre o ponto de situação.

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Frente Sindical exige aumentos salariais na Altice

Face à inflação, ao aumento brutal do custo de vida e a redução real dos salários é exigido um aumento intercalar dos salários na Altice.

CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

A reivindicação da Frente Sindical vem no seguimento dos dados sobre a inflação de Agosto, que revelam que um salário que em Janeiro era de 800€ tem, hoje, um valor real de apenas 728 euros, menos 72€.

Desta feita, os sindicatos da Frente Sindical, constituída pela Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV), Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN), Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), e Sindicato De Quadros Das Comunicações (SINQUADROS) apresentaram duas propostas: uma primeira, de aumento intercalar de 50€ em cada salário base, e uma segunda, estabelecendo o salário mínimo praticado no grupo no valor de 835 euros.

Face a estas reivindicações, a administração da Altice optou por as recusar a todas, o que levará os sindicatos a dar novos passos pela concretização das suas exigências. Para já, surge a necessidade de começar a preparar a proposta reivindicativa de revisão do Acordo Colectivo de Trabalho para o próximo ano, sem que isso signifique deixar cair a proposta de aumentos intercalares de 2022.

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Trabalhadores da Altice denunciam «brutal ataque» aos planos de saúde

Os trabalhadores da antiga PT concentram-se esta quinta-feira nas Picoas, em Lisboa, contra a intenção de «destruir mais uma fatia do pouco que já resta» do primeiro plano do subsistema de saúde.

A francesa Altice concluiu a compra da PT Portugal à Oi em Junho de 2015
CréditosMário Cruz / Agência Lusa

A Frente Sindical, onde se incluem estruturas representativas como o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), ambos afectos à CGTP-IN, denuncia num comunicado que, «depois de tudo o que tem feito nestes mais de seis anos», a administração da Altice «virou o ataque» para os planos de saúde. 

Em causa está o objectivo de aumentar o cofinanciamento dos trabalhadores beneficiários até 300%. Tal como o presidente do Sinttav explicou esta terça-feira à Lusa, este é um serviço cofinanciado, em que os trabalhadores pagam uma quota à empresa todos os meses.

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Governo não toma posição e permite despedimentos na Altice

Tiveram lugar, esta manhã, uma concentração e um plenário de trabalhadores da Altice contra o despedimento colectivo, junto à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.

CréditosAndré Kosters / Agência Lusa

O despedimento colectivo na Altice envolverá 204 trabalhadores, depois da decisão final da empresa comunicada esta quarta-feira, que acabou por reduzir o número face ao inicialmente previsto de 246 trabalhadores, indicou a comissão de trabalhadores (CT) da Meo, em comunicado.

De acordo com a CT, na Meo foi possível «reduzir o número dos trabalhadores no processo de despedimento colectivo de 232 para 193», acrescentando que neste número estão incluídos os quatro trabalhadores que estão ao abrigo do artigo 63.º do Código do Trabalho, estando abrangidos pela protecção em caso de despedimento de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante ou trabalhador no gozo da licença parental.

A CT espera que a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) dê «parecer negativo ao despedimento destes trabalhadores e que assim sejam retirados desta "tenebrosa" listagem».

Por outro lado, na PT Contact «foi possível reduzir o número dos trabalhadores no processo de despedimento colectivo de 14 para 11».

A CT revelou ainda que já seguiu «a comunicação para todos os trabalhadores abrangidos pelos presentes processos de despedimento, com a decisão final de cessação dos respectivos contratos de trabalho a 31 de Outubro de 2021», acrescentando que «tem conhecimento que 32 trabalhadores não aceitaram o acordo proposto pela Meo».

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Trabalhadores não desistem de travar despedimento colectivo na Altice

A comissão de trabalhadores da Meo, do grupo Altice, diz que os últimos números disponíveis sobre o despedimento colectivo apontam para 206 trabalhadores, dos quais 195 na Meo e 11 na PT Contact.

CréditosRodrigo Antunes / Agência Lusa

Em comunicado, os representantes dos trabalhadores referiram que «ainda não lhes foram transmitidos os números finais do despedimento colectivo, mas o último número» que a tiveram acesso «foi de 206 trabalhadores (195 Meo SA e 11 PT Contact)».

A comissão de trabalhadores (CT) explica ainda que «nestes números estão incluídos os quatro trabalhadores que estão ao abrigo do Artigo 63.º do Código do Trabalho (abrangidos pela protecção em caso de despedimento de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante ou trabalhador no gozo da licença parental)», sendo que estes «irão aguardar parecer da CITE (Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego), que tem como data prevista» o dia 30 de Novembro.

A estrutura informou ainda que na próxima sexta-feira os sindicatos da Frente Sindical e a CT da Meo irão concentrar-se à porta da residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, «a exigir que o Governo assuma com frontalidade que não concorda com os despedimentos colectivos na Meo e na PT Contact e que se a Altice Portugal insistir nesse caminho pode ficar de fora do acesso aos muitos milhões do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que irão ser disponibilizados para o sector das telecomunicações».

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Mais do que uma empresa, a Altice «é um grupo financeiro especulativo»

Cerca de dois mil trabalhadores da Altice de todo o País concentraram-se esta quarta-feira em Lisboa para protestar contra o despedimento «ilegal e fraudulento» de 246 funcionários. 

Créditos / Antena1

Desde o início do mês que as organizações representativas dos trabalhadores da Altice Portugal têm vindo a promover acções de luta contra a intenção, por parte da empresa, de avançar com um despedimento colectivo de mais de 200 funcionários. Com uma média de idades de 50 anos, entre os que sentem o seu futuro ameaçado há casos com mais de 40 anos de empresa. 

Hoje, dia de greve geral, centenas e centenas de trabalhadores concentraram-se ao início da tarde junto às instalações da antiga Portugal Telecom, em Picoas, onde gritaram «Esta administração não é solução», seguindo depois para os ministérios do Trabalho e das Infraestruturas. Entretanto, esta manhã, foram cerca de 150 os que se manifestaram na Ilha da Madeira para protestar contra a decisão avançada pela dona da Meo, em finais de Junho.

Em declarações ao AbrilAbril, Manuel Gonçalves, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV/CGTP-IN), revela que o sentimento dos trabalhadores na concentração, em Lisboa, é de alegria, pelo facto de se reunirem tantos manifestantes no quadro da pandemia, e de angústia, pela ameaça de despedimento.

Manuel Gonçalves recorda que já foi pedida uma reunião com o primeiro-ministro, mas que António Costa escolheu reencaminhar o protesto dos trabalhadores para os dois ministérios.

O dirigente denuncia que o número de queixas por parte dos clientes da Meo tem vindo a aumentar por haver cada vez menos serviço especializado, e que a empresa, além de «não se preocupar com a qualidade do serviço, nem com o País», «é um grupo financeiro especulativo».

As estruturas que integram a Frente Sindical, onde além do Sinttav estão, entre outros, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT) e o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT), ambos afectos à CGTP-IN, defendem que, além de «ilegal e fraudulento», este despedimento colectivo «é um acto economicista e claramente político», com o objectivo de acarretar «mais e mais receitas para o accionista».

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CGTP exige ao Governo que trave os despedimentos

Impedir os processos em curso e alterar o quadro legislativo de forma a limitar o recurso ao despedimento colectivo são algumas das reivindicações que a central sindical entregou esta tarde ao Governo.

CréditosJosé Sena Goulão / Agência Lusa

«À boleia da Covid-19, empresas que receberam apoios do Estado usam o surto epidémico, uma legislação permissiva e agem por vezes à margem da própria lei para desencadear o despedimento colectivo», lê-se na missiva entregue ao fim da tarde no Ministério do Trabalho, após uma conferência de imprensa com a secretária-geral, Isabel Camarinha, que juntou várias das estruturas sindicais afectas à CGTP-IN.

A central sindical enfatiza serem grandes empresas e grandes grupos económicos a recorrer a práticas com vista aos despedimentos, não obstante algumas acumularem «fabulosos» lucros e distribuírem milhares de euros em dividendos e, noutros casos, terem recebido ajudas do Estado. São exemplo a TAP e a Eurest, que receberam apoios estatais no último ano, mas também a Securitas, a Altice e a Petrogal, entre outras. 

A estrutura denuncia que as ameaças de despedimento com o recurso às rescisões por «mútuo acordo» ou ao mecanismo da transmissão de estabelecimento proliferam. É o caso da banca, com o Santander Totta, o BCP, o Montepio, o BPI e o Novo Banco a ameaçarem cortar uma fatia considerável da força de trabalho, e do sector aeroportuário, com a Portway e a ANA a solicitarem inclusive o aumento das quotas para as rescisões. 

1150

Mais de 1150 trabalhadores estão envolvidos em processos de despedimento colectivo, só em oito empresas – Eurest, TAP, ISS Facility Services, Securitas, Loomis, Spitfire, Altice e Petrogal 

Neste sentido, exige que o Governo tenha uma acção imediata para travar os processos que estão em desenvolvimento, «salvaguardando os postos de trabalho e as condições laborais existentes», e promova medidas no plano legislativo, capazes de limitar e reduzir o recurso à figura do despedimento colectivo, «para evitar que no futuro se replique o aproveitamento que agora está a ser feito deste mecanismo».  

A CGTP-IN alerta para o «diversificado» recurso a práticas de repressão laboral, que vai da inactividade dos trabalhadores que as empresas querem despedir à contratação de trabalhadores em regime de outsourcing.

Posto isto, e além de exigir a revogação das medidas que facilitam os despedimentos e reduzem as indemnizações, a Intersindical reclama iniciativas legislativas que «obriguem à integração dos trabalhadores das empresas de trabalho temporário que ocupem postos de trabalho permanentes nas empresas utilizadoras». Ao mesmo tempo que reivindica a aplicação da contratação colectiva a todos os trabalhadores, «independentemente do vínculo e da empresa de origem».

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Em 2020 duplicaram os despedimentos colectivos

Num ano marcado pela pandemia, estes processos duplicaram face a 2019, num valor que supera também 2014, último ano da troika no País.

Créditos / noticiasdesines.com

Foram 698 as empresas que deram início a processos de despedimentos colectivos no ano passado, abrangendo um universo total de 8299 trabalhadores, segundo dados facultados pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social ao Expresso.

Do total, e com os números disponibilizados até Novembro, 37% são micro empresas e 39,5% correspondem a pequenas empresas. Só recuando a 2013 se encontram registos piores, ano em que se contabilizaram 990 processos, abrangendo 9167 trabalhadores.

Os dados revelam que os diversos mecanismos de apoio que o Governo disponibilizou nos últimos meses às empresas não foram suficientes para travar uma escalada de despedimentos colectivos.

É o caso da proibição de despedimento por parte das empresas, que apenas foi decretada para o período de vigência dos apoios e até 60 dias após o seu fim, como aconteceu com o lay-off simplificado (medida que abrangeu, entre Março e Julho de 2020, mais de 115 mil empresas e 900 mil trabalhadores), o apoio à retoma, ou o incentivo extraordinário à normalização de actividade.

Veja-se, porém, que as empresas apoiadas, não podendo despedir durante o período do apoio, podem não renovar contratos a termo e podem avançar para os despedimentos após o fim do apoio.

Tendo em conta a situação de 2021, que aponta para sinais de nova queda da economia fruto do novo confinamento geral, serão cruciais medidas políticas mais decididas de apoio ao emprego para travar uma escalada no desemprego.

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Se, por um lado, os despedimentos interferem com o contexto familiar, por outro, defende a central sindical, «é a economia regional que é fortemente ameaçada», enquanto a «já debilitada» coesão territorial «é hipotecada».   

«O papel económico e social que as empresas envolvidas nestes processos desempenham para o desenvolvimento do País e a coesão social e regional, [...] papel que tem nos trabalhadores o elemento central, exige que sejam travados os despedimentos e se promovam as medidas para a real efectivação do emprego com direitos e estabilidade», lê-se no documento entregue ao Governo.   

São também reiteradas críticas à submissão de Portugal às políticas da União Europeia, com a CGTP-IN a salientar que, perante as metas traçadas para a descarbonização, o Governo iniciou um plano «mais ambicioso» em comparação com economias mais robustas, como a alemã, ao estimular o encerramento da Central Termoeléctrica de Sines e o Parque Petroquímico de Matosinhos, «sem acautelar alternativas credíveis que garantam o aprovisionamento energético nacional».

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O dirigente do Sinttav, Manuel Gonçalves, acredita que a intenção de mandar embora estes trabalhadores tem como objectivo reduzir o peso da empresa a tempo da sua venda. Segundo avançou a Reuters, no mês de Junho, a multinacional estaria a sondar potenciais interessados no negócio português.

Entretanto, adquiriu 12,1% da British Telecom por 2,2 mil milhões de libras, convertendo-se no maior accionista da empresa britânica.

Em 22 de Junho, a dona da Meo anunciou que iria avançar com um despedimento colectivo, uma decisão que classificou de «difícil», mas «indispensável, essencialmente devido ao contexto muito adverso» no sector das telecomunicações. A empresa, que desde 2015 tem vindo a desbaratar o património da então Portugal Telecom, como as antenas, parte da fibra óptica e património imobiliário, obteve em 2020 uma subida de 0,5% nas receitas, atingindo os 2,12 mil milhões de euros. 

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O objectivo das estruturas é «conseguir que a Altice Portugal retire a intenção de despedimento colectivo», impugnar «em Tribunal o despedimento para quem não aceitou o acordo proposto pela empresa», conseguir que «os trabalhadores da PT/CGA tenham a mesma protecção em caso de desemprego involuntário que os trabalhadores da empresa beneficiários da Segurança Social» e contribuir para mudanças à lei para que, «no futuro, os trabalhadores que pretendam impugnar o despedimento não sejam obrigados a devolver a compensação» e que «a antiguidade seja contabilizada na totalidade para cálculo da compensação (um mês de salário por cada ano de antiguidade)».

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«Perante a situação existente, os processos para tribunal estão a ser preparados com o apoio e o empenho dos sindicatos da frente sindical e no caso de existirem trabalhadores que interponham providências cautelares, só há cinco dias após a comunicação da empresa para o fazer», avisou a CT.

Os representantes dos trabalhadores têm protestado contra este despedimento que consideram «injusto, inqualificável e imoral», e já pediram várias vezes a intervenção do Governo.

Governo deve posicionar-se contra despedimento

Em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores do grupo Altice em Portugal (STPT) refere que o problema para a Altice Portugal está na entrada de novos operadores aceites pela ANACOM que provocam uma redução de quota de mercado.

«Percebe-se assim que os argumentos invocados pela Altice Portugal para o despedimento de mais de 200 trabalhadores têm essencialmente a ver com uma forma de pressão sobre os reguladores e o Governo por não estarem de acordo com os interesses da Altice e as margens de negócio», denuncia o sindicato em nota.

Nesse sentido, a organização sindical considera ser necessário que o primeiro-ministro e o Governo «desmistifiquem de forma clara e inequívoca que este despedimento nada tem a ver com responsabilidade do Governo» e com o «ambiente regulatório hostil» de que fala o administrador da empresa, caso contrário «acabarão por ser responsáveis pelo despedimento dos trabalhadores e da destruição da sua vida social e familiar».

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«Há serviços que têm cofinanciamento maior, outros um cofinanciamento mais pequeno e outros não têm cofinanciamento nenhum. E querem aumentar o cofinanciamento dos trabalhadores beneficiários, em alguns desses serviços, até 300%», disse. 

O sindicato defende que é preciso travar «mais um brutal ataque aos direitos dos beneficiários da Altice-ACS (Altice Cuidados de Saúde, antiga PT-ACS) no activo, com suspensão de contrato, pré-reforma, reforma/aposentação e seus familiares», e também a «ganância da Altice», cujas receitas aumentaram 9,1% para 2314 milhões de euros em 2021. 

Neste sentido, Frente Sindical decidiu «trazer a luta para a rua» e realizar semanalmente concentrações de denúncia em várias cidades. A primeira iniciativa decorre em Lisboa, entre as 11h30 e as 13h desta quinta-feira, frente às Picoas, onde está sedeada a empresa.  

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A Frente Sindical aponta ainda como ataque aos trabalhadores as alterações aos Planos de Saúde, procurando reduzi-los, indo no sentido contrário ao que a situação exige, dado o agravamento das condições de vida. No comunicado conjunto pode ler-se que «o que é preciso é garantir e ampliar os direitos laborais e não reduzi-los como pretende a administração».

A Frente Sindical irá realizar plenários em todo o país, procurando envolver trabalhadores, aposentados, reformados e suspensos, assim como os restantes beneficiários dos Planos de Saúde, para aferir o ponto de situação e definir linhas de acção para os próximos tempos.

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A resposta chegou no dia 8 de Setembro, por via da Direcção dos Recursos Humanos, primeiramente a dizer que «tem vindo a acompanhar atentamente os impactos da inflação ao nível dos diversos stackholders da Altice» e somente no segundo parágrafo é que responde às questões levantadas.

Na resposta pode ler-se que «especificamente aos trabalhadores, o acompanhamento é realizado através de análises comparativas com o mercado, por forma a que se possa actuar nas situações de maior criticidade.» acabando por dizer no final do mesmo parágrafo que não estão «de momento, previstas actualizações salariais generalizadas».

Para além da clara insensibilidade ante a situação económica e social, no entender da Frente Sindical a resposta dada confirma a discriminação entre trabalhadores uma vez que somente uma parte poderá eventualmente receber aumentos salariais.

Para a Frente Sindical fica claro que há condições para se aumentarem salários, lamentando que não haja uma procura de soluções com base no diálogo. A luta e acção reivindicativa terá que passar então por todos os trabalhadores da empresa.

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