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Enfermeiros em greve a 100% nalguns pontos do Algarve

O SEP classifica como «extremamente positiva» a adesão à greve no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), que estima oscilar entre 70% em Faro e 100% no Serviço de Urgência Básica de Albufeira.

Paralisação insere-se nas iniciativas regionais do SEP
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A paralisação convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) no CHUA começou às 8h e prolonga-se até às 0h, abrangendo os turnos da manhã e da tarde, e a dirigente sindical Sónia Lopes disse à Lusa que, «no Hospital de Portimão, há uma adesão de 80%», enquanto no de «Faro, onde ainda não se recolheram os dados todos, rondará os 70%».

O CHUA também gere os hospitais de Lagos e os Serviços de Urgência Básica de Vila Real de Santo António, Loulé e Albufeira, onde há «adesões de 100%», sublinhou Sónia Lopes, do SEP do Algarve, precisando que esse é o caso em Albufeira.

«Isso demonstra efectivamente o descontentamento que os enfermeiros têm em relação a este impasse com o conselho de administração», afirmou Sónia Lopes, recordando que os profissionais de enfermagem do CHUA exigem a efectiva contabilização dos anos de serviço para progressão nas carreiras e o consequente pagamento dos retroactivos.

A dirigente criticou o conselho de administração do CHUA por, na segunda-feira, ter adiado a reunião que tinha marcado com o SEP para terça-feira, e lamentou que em causa esteja um problema que «se arrasta desde 2018», ano em que os enfermeiros deviam ter visto a sua carreira descongelada, progredido e sendo pagos com retroactivos.

«A tolerância é zero para com este conselho de administração», afirmou, advertindo que os enfermeiros agravarão as formas de luta caso a administração do CHUA não dê uma resposta a esta situação na reunião que foi reagendada para 14 de Fevereiro. Segundo Sónia Lopes, o adiamento da reunião por parte do CHUA «só veio inflamar ainda mais os ânimos e o descontentamento dos enfermeiros em geral», acrescentando que, «se no dia 14 todas estas questões não estiverem resolvidas», o SEP pode avançar para «mais dias de greve».

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Fevereiro é mês de luta dos enfermeiros

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) exige a negociação de orientações claras que ponham um ponto final a todas as «injustiças». Paralisações começam no Algarve, no dia 2.

Uma delegação da Direcção Regional de Lisboa do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) concentrou-se para exigir que o Conselho de Administração e o Ministério da Saúde concretizem a contagem de pontos para efeitos de progressão dos enfermeiros, em frente ao Hospital de São José em Lisboa, 14 de Julho de 2020.
CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

«Lutámos para acabar com as discriminações entre enfermeiros e não permitiremos que se mantenham», esclarece o SEP num comunicado, onde alinha as exigências do caderno reivindicativo, a começar pelo pagamento dos retroactivos a 2018. 

De 2 a 23 de Fevereiro, há greves parciais ou aos turnos da manhã e da tarde, de Norte a Sul. As paralisações arrancam no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), entre as 10h e as 12 da próxima quinta-feira. Segue-se, dia 3, no mesmo horário, uma greve no Centro Hospitalar Tondela/Viseu, e dia 6, no IPO de Lisboa, das 8h às 12h. As restantes paralisações podem ser consultadas aqui

Os enfermeiros lutam pela resolução de «todas as situações que provocam injustiças». Neste sentido, reclamam a contagem de pontos a todos os enfermeiros promovidos às categorias de especialista e chefe, entre 2004 e 2011, e a contabilização de pontos a todos os vínculos precários e também por ano civil. 

O sindicato explica que a contabilização de pontos «determina a aquisição do direito a progredir com 10 pontos», o que implica, consequentemente, a progressão na carreira e consequente valorização salarial. «Estamos fartos que poupem dinheiro à nossa custa», refere-se na nota, onde se acrescenta que «as FAQ do Ministério da Saúde não resolvem as várias situações de inversão de posicionamento relativo entre os enfermeiros». 

A estrutura sindical acrescenta que, após reuniões com praticamente todas as administrações dos hospitais, existem interpretações diferenciadas daquele documento. «Mais grave: perante dúvidas colocadas pelas administrações, as respostas da ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde] são sempre mais recuadas do que o documento tornado público em 2 de Dezembro», algo que o SEP classifica de «inaceitável». 

A par das reivindicações, os enfermeiros valorizam as conquistas porque lutaram «muito» ao longo dos anos para acabar com as discriminações em função do tipo de vínculo, como as 35 horas semanais, a avaliação do desempenho, os procedimentos concursais e, entre outras, que a covid-19 fosse considerada uma doença profissional para todos.

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A paralisação desta quarta-feira segue-se à greve parcial de duas horas que foi realizada no passado dia 2, e que também integrou a acção de luta convocada pelo SEP para o mês de Fevereiro. Os enfermeiros do CHUA mantiveram a greve prevista para hoje, depois de o conselho de administração hospitalar ter adiado a reunião agendada para terça-feira, na qual esperavam uma solução às suas reivindicações.

Os enfermeiros exigem «justiça» na interpretação do decreto-lei sobre a contabilização dos anos de serviço para progressão nas carreiras e o consequente pagamento dos retroactivos.

No caso do CHUA, não estão a ser contabilizados pontos aos enfermeiros que iniciaram funções nos segundos semestres de cada ano, aos enfermeiros que tinham vínculos precários ou aos enfermeiros especialistas com contrato individual de trabalho, situação que o SEP considera que já devia estar resolvida pela administração do centro hospitalar algarvio.


Com agência Lusa

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