|Movimentos sociais

Iniciativa dos comuns sobre trabalho e luta

Depois de discutir o neoliberalismo em Coimbra, a Iniciativa dos Comuns propõe-se abordar a uberização do trabalho, os call centers e a precariedade em Lisboa.

Assistência na primeira assembleia da Iniciativa dos Comuns realizada em Coimbra.
CréditosDR / DR

A primeira reunião desta assembleia sobre o trabalho terá lugar já no dia 24 de Junho, sexta-feira, às 19h, na BOTA, Largo de Santa Bárbara, 3 D, em Lisboa.

Depois de discutir o neoliberalismo em Coimbra, a Iniciativa dos Comuns propõe-se abordar a uberização do trabalho, os call centers e a precariedade em Lisboa.

A assembleia conta com três breves intervenções iniciais de pessoas envolvidas em lutas laborais em contextos tão diversos como as plataformas digitais, as universidades ou os call centers. A assembleia é aberta à participação de todos os interessados.

Em conversa com o José Pedro Faya, estudante e estafeta de plataformas digitais, Tiago Vieira, sociólogo, e Andrea Araújo, dirigente da comissão executiva da CGTP-IN, o Megafone, podcast do AbrilAbril, debruçou-se sobre o fenómeno da uberização da economia e de como este contribuiu para acentuar a exploração nas relações laborais e o aumento da precarização em toda a economia.

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As intervenções iniciais da assembleia estão a cargo de Ana Ferreira (investigadora universitária e sindicalista), Nuno Rodrigues (ex-estafeta na Glovo) e Daniel Negrão (membro do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e das Telecomunicações SNTCT/CGTP-IN).

Na convocatória desta assembleia, a Iniciativa dos Comuns explica a importância da discussão: «Dos conflitos travados a partir do chão de fábrica às assembleias de trabalhadores, das concentrações nas empresas às grandes manifestações sindicais, da raiva pessoal à organização coletiva do protesto, o trabalho [existente no capitalismo] é um elemento central na produção de desigualdade tanto aqui, como no resto do mundo. O trabalho é, também, um campo fundamental em que radicam a resistência popular, a crítica e a alternativa ao desenvolvimento do capitalismo».

O colectivo propõe-se discutir periodicamente as novas formas de exploração e as novas formas de luta em todos os sectores da economia.

«A Iniciativa dos Comuns organizará assembleias periódicas em torno de experiências de luta laboral desenvolvidas em diferentes sectores – da agricultura intensiva às grandes cadeias de logística, distribuição e venda, da indústria à educação, da saúde aos transportes metropolitanos, das pequenas e médias empresas à cultura intermitente e aos trabalhos informais».

Recorde-se que no início do mês, a Iniciativa dos Comuns fez a sua primeira iniciativa na Faculdade de Economia de Coimbra, com o mote: «Para lá das (des)ordens (neo)liberais».

Uma conversa que esteve a cargo dos investigadores universitários Teresa Almeida Cravo, Vera Ferreira, João Rodrigues e André Saramago, convidando à participação dos estudantes, activistas e cidadãos presentes na sala.

A assembleia realiza-se esta sexta-feira. CréditosDR / DR

A Iniciativa dos Comuns é um colectivo que se propõe organizar conversas, assembleias, acções, campanhas e explorar novas formas de comunicação.

Constituída na quase totalidade por pessoas sem militância partidária não deixa de afirmar um firme compromisso político, como se pode ler no seu texto fundador:

«Iniciativa porque a cidadania se faz de participação e compromissos. Comuns porque o ativismo, a militância e o trabalho coletivo são as práticas emancipatórias a que nos habituámos e a que nos queremos habituar. E porque o melhor vem de baixo e quer nivelar por cima e lado a lado, pela reciprocidade e pela gratuitidade, pela expansão dos bens e serviços públicos e comuns. Acreditamos que à palavra iniciativa não tem que se seguir a palavra privada», fazem notar.

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Iniciativa dos Comuns dá o pontapé de saída em Coimbra contra o neoliberalismo

Foi formado um colectivo unitário que pretende dar um contributo, ao lado dos comunistas, «nas lutas anticapitalistas, em sintonia com os movimentos ecologistas, o anti-imperialismo, o antirracismo, os movimentos de imigrantes, os feminismos, o movimento lgbti+ e todas as formas de lutas de classes.»

A primeira acção da Iniciativa dos Comuns será na FEUC em Coimbra. 
CréditosDR / DR

É já na próxima quarta-feira, às 18 horas, na Faculdade de Economia de Coimbra, na sala Keynes, que vai ter lugar a primeira assembleia da Iniciativa dos Comuns, com o mote: «Para lá das (des)ordens (neo)liberais.

Os primeiros tópicos da conversa estão a cargo dos investigadores universitários Teresa Almeida Cravo, Vera Ferreira, João Rodrigues e André Saramago, convidando à participação dos estudantes, activistas e cidadãos presentes na sala.

«Chamemos-lhe liberalismo ou neoliberalismo, a verdade é que há uma ideologia que tem sido dominante nas últimas décadas.

Garantiram-nos que uma certa forma de capitalismo constituiria o fim da História, conciliando liberdade e democracia, garantindo a paz pela globalização, reduzindo as desigualdades internacionais e enfrentando as alterações climáticas pelos mercados. Será mesmo assim?

Esta assembleia da Iniciativa dos Comuns pretende escrutinar o pensamento dominante, através de uma discussão em torno de algumas das principais premissas de uma ideologia por superar», diz a convocatória desta primeira assembleia da Iniciativa dos Comuns. »

A Iniciativa dos Comuns é um colectivo que se propõe organizar conversas, assembleias, acções, campanhas e explorar novas formas de comunicação.

Constituída na quase totalidade por pessoas sem militância partidária não deixa de afirmar um firme compromisso político, como se pode ler no seu texto fundador:

«Iniciativa porque a cidadania se faz de participação e compromissos. Comuns porque o ativismo, a militância e o trabalho coletivo são as práticas emancipatórias a que nos habituámos e a que nos queremos habituar. E porque o melhor vem de baixo e quer nivelar por cima e lado a lado, pela reciprocidade e pela gratuitidade, pela expansão dos bens e serviços públicos e comuns. Acreditamos que à palavra iniciativa não tem que se seguir a palavra privada.», fazem notar. 

Os proponentes deste colectivo identificam, como objectivo estratégico, a necessidade de apoiar no terreno da luta dos comunistas portugueses. 

«Iniciativa dos Comuns, também, porque partilhada com quem entende que o futuro tem partido, como afirmaram os comunistas portugueses no seu centenário, e que há votos que se fazem para todos os dias do ano. Companheiras e companheiros de estrada, mesmo se nem sempre de acordo quanto à estação de rádio que vale a pena irmos ouvindo durante a viagem.», afirmam. 

E a necessidade de apostar no trabalho unitário no terreno e nas novas formas de comunicação que mobilize e torne as pessoas sujeitos da transformação da sociedade. 

«Iniciativa dos Comuns, ainda, porque, não escondendo ao que vimos, sabemos que o futuro está sempre em aberto e o senso comum em disputa – isto é, em função do que fizermos de forma solidária, mas também crítica, com quem nos identificamos, mas também com quem ainda desconhecemos e nos cruzaremos nas associações de bairro, coletividades e sindicatos, nos locais de trabalho e nas escolas, nas redes sociais e comunidades a cuidar e a reinventar, por uma política de comunicação e uma comunicação política sensível a todos nós, comuns.», defendem. 

«Iniciativa dos Comuns porque interessadas pelo correr dos dias e pela história do século, das lutas anticoloniais à revolução de abril. Porque estamos nas lutas anticapitalistas, em sintonia com os movimentos ecologistas, o anti-imperialismo, o antirracismo, os movimentos de imigrantes, os feminismos, o movimento lgbti+ e todas as formas de lutas de classes.

Estamos aqui, então, para as conversas, assembleias, ações e campanhas que tomem curso além do momento de uma eleição.

Sempre em comum.», garantem. 

A seguinte assembleia da Iniciativa dos Comuns está marcada para Lisboa abordando as questões da precariedade do trabalho científicos, o trabalho uberizado e o trabalho nos callcenter no próximo dia 23 de junho.

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Os proponentes deste colectivo identificam, como objectivo estratégico, a necessidade de apoiar os comunistas no terreno de luta.

«Iniciativa dos Comuns, também, porque partilhada com quem entende que o futuro tem partido, como afirmaram os comunistas portugueses no seu centenário, e que há votos que se fazem para todos os dias do ano. Companheiras e companheiros de estrada, mesmo se nem sempre de acordo quanto à estação de rádio que vale a pena irmos ouvindo durante a viagem», afirmam.

E a necessidade de apostar no trabalho unitário no terreno e nas novas formas de comunicação que mobilize e torne as pessoas sujeitos da transformação da sociedade.

«Iniciativa dos Comuns, ainda, porque, não escondendo ao que vimos, sabemos que o futuro está sempre em aberto e o senso comum em disputa – isto é, em função do que fizermos de forma solidária, mas também crítica, com quem nos identificamos, mas também com quem ainda desconhecemos e nos cruzaremos nas associações de bairro, coletividades e sindicatos, nos locais de trabalho e nas escolas, nas redes sociais e comunidades a cuidar e a reinventar, por uma política de comunicação e uma comunicação política sensível a todos nós, comuns», defendem.

«Iniciativa dos Comuns porque interessadas pelo correr dos dias e pela história do século, das lutas anticoloniais à revolução de abril. Porque estamos nas lutas anticapitalistas, em sintonia com os movimentos ecologistas, o anti-imperialismo, o antirracismo, os movimentos de imigrantes, os feminismos, o movimento lgbti+ e todas as formas de lutas de classes».

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